quarta-feira, 18 de junho de 2014

PAS321. Perseguição a uma mulher


Este outro tinha algo que punha os cabelos em pé e fazia dilatar os olhos de assombro. Por que de um lado estavam três homens fortes e bem armados, e do outro, uma mulher.
Uma mulher dessas que tiram o sono.
Teria uns vinte anos, não mais. Era loura, de um louro puríssimo, imaculado, quase angélico. Mas nos seus olhos brilhava fogo, e a sua expressão não era precisamente de ura anjo, mas sim de um ser que está disposto a morrer ou matar.
As suas roupas estavam bastante esfarrapadas e mostravam generosamente a perfeição das suas formas. Em El Paso, onde havia mulheres tão belas, talvez nunca se tivesse visto uma que se lhe pudesse comparar. Por isso os olhos dos três homens brilhavam daquele estranho modo, e por isso lhe tremiam os dedos que acariciavam os revólveres.
-- Rende-te — murmurou um deles --. Será melhor para ti, rapariga.

-- Apanhem-me!
— Ninguém se atreveu a desafiar-nos individualmente, e muito menos aos três juntos. Se o que desejas é morrer, não necessitas de tanta cerimónia. Um de nós bastará para te encher de chumbo esse corpo de deusa.
A rapariga sorriu com desprezo.
-- Quanto vos ofereceram, Glenn?
— Hum! Quinhentos dólares. Foi a recompensa fixada há menos de uma hora.
— Quinhentos dólares e o que pensais divertir-vos comigo... - murmurou a rapariga -. É demasiado bom, para três malandrins sem trabalho, como vocês. Por isso creio que os tereis de ganhar. E repito-vos: venham-me buscar!
— Basta de comédias, Jacob — disse um dos homens —. Vamos a ela!
A rapariga levava sobre a saia um cinturão--cartucheira de modelo masculino, donde Pendia um revólver que puxou lentamente. Os três homens retrocederam instintivamente.
— Nada conseguiremos a bem. Teremos de disparar. Pois que esperamos? Disparemos de uma vez!
Puxaram velozmente pelas armas, mas a rapariga foi mais rápida. A sua primeira bala enviou o chamado Glenn para a região dos sonhos eternos. Mas não teve ocasião de voltar a premir o gatilho por que uma bala arrancou-lhe a arma da mão, ferindo-a.
Os dois sobreviventes avançaram então para ela, um por cada lado.
— Agora!
A rapariga tentou fugir, mas de antemão sabia que era inútil. Sentiu-se agarrada, brutalmente abanada, e então, um daqueles homens beijou-a na boca.

(Coleção Califórnia, nº 1)

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