quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

BRV061_070


61
 congresso de pistoleiros
 casey mendoza
63
 trágica viagem
 lucky marty
64
 lucky flowers
 orland garr
65
 oportunistas nortenhos
 robert keating
66
 trágico destino
 lucky marty
67
 a revolta do justo
 cesar torre
68
 ouro escondido
 vic logan
69
 a quadrilha de kirk halladay
 leo mason
70
 assassino e ladrão
 m. dinahe

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

XV. Conclusão do «trail»

Assim que estacou o cavalo, Luther apeou-se e entregou as rédeas a Percy Descamps. Depois avançou para o círculo de cavaleiros:
— Há aqui gente a mais e falta a mais importante testemunha. Ninguém mente. Lang diz a verdade e Taylor di-la, também. Mas, prescindamos de Taylor e se o que você, Lang, quer, é guerra aberta, podemos começar quando quiser. Vós podereis não querer o «trail», mas ele seguirá até o fim. Quer guerra aberta, Wilburn Lang?
— Quero o castigo para quem envenena gado!
— E eu também. Quer guerra aberta, Chet Muldorf?
— Estamos julgando um canalha. E eu desejo-o, igualmente.
— Quer guerra aberta, Ogden Wallker?
— Não!
— E eu também não. Então, ordenem a todos os seus vaqueiros que voltem para os ranchos. Fora daqui todos os traçadores, e que vão reunir-se com os meus mineiros, nas terras que
Ruby Cardigan me vendeu por cinco mil dólares! E, depressa, toca a sair daqui. Só devem ficar os responsáveis do litígio. Eu, meu irmão, o advogado Market, Bart Taylor e os senhores ganadeiros. Preside ao julgamento o xerife Mollison, um homem que não se vende, que ninguém, nem eu mesmo, pode comprar.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

XIV À espera do homem de lenço amarelo

Bart Taylor moveu a cabeça, tentando dissipar o peso que sentia nos membros, em contraste com a turva vacuidade em que o seu cérebro parecia diluir-se. A primeira coisa que o intrigou foi ver no solo, sobre a manta na qual estava estendido, a mancha da luz diurna; depois, umas botas. Então, levantou a vista e reconheceu Percy Descamps.
— O senhor devia ter apanhado com força. Há quantas horas tem estado a dormir como um leirão! Encontrei-o, por sorte, quando, ao chegar aqui, o senhor roncava.
Já sentado, Taylor olhou em redor, apalpando a nuca. Os cedros distavam meia milha do trançado.
— O senhor devia ter batido com a cabeça em alguma pedra, quando caiu do cavalo. E foi, certamente, a falta de dormir que o fez cair, quando menos esperava.
Pondo-se de pé, a custo, Taylor passou novamente a mão pela nuca.
— Pus-lhe aqui esta manta, chefe, para não apanhar reumático. Está certo de que descansou completamente, chefe? O senhor dormia...

domingo, 15 de dezembro de 2019

XIII Atraído a uma armadilha

Ainda não haviam decorrido duas horas, desde que partira o tílburi com Rex Prince e Olímpia e o entardecer ainda tinha luz suficiente para que não fosse preciso acender as lanternas, quando Percy Descamps, a galope, foi deter-se junto de Bart Taylor, que examinava a tarefa que Anderson realizava com a sua equipa. Apeou-se de um salto, para lhe dizer:
— Um momento, chefe. — Taylor seguiu Descamps, que se afastava um pouco. — Vem aí Gene Larvin. E Gene Larvin é um brigão profissional, que começou por partir cabeças em Nevada, continuou fazendo o mesmo em Idaho e há uns meses que se encontra em Oregon. Tem muito olho, por que ele é decidido, traiçoeiro e com mais força do que um urso. Sabe-as todas.
— Na vida, temos de ir aprendendo sempre, Percy.
O cavaleiro, que trazia a sua montada a passo, tinha o aspeto insolente do profissional. Quando passou pela frente de John Maldonado, olhou este como quem examina um bicho fétido. Apeou-se, atando as rédeas a um tronco de árvore; e, ao aproximar-se, fitou Percy Descamps:
— Boas tardes! Isto parece que vai sendo uma via, hem?
Alto, de ombros largos, pescoço redondo como uma maça compacta, fronte estreita, rosto achatado com algumas cicatrizes, olhos azuis, inquietos, em constante observação, sem, contudo, parecer fixar coisa alguma, Gene Larvin gostava da sua alcunha de «Sete Vidas», que lhe tinham dado pelos buracos que outros tantos projéteis haviam deixado no seu corpo.

sábado, 14 de dezembro de 2019

XII Saudade das amadas

Roscoe Mollison, xerife de Eagle, não conhecia Bart Taylor, pessoalmente, e sentia curiosidade em vê-lo. Agora, porém, já havia um motivo que justificava a sua visita ao acampamento. E no «carricoche» (1), a seu lado, a senhora Virgínia Mollison, que à medida que via desfilar o duplo sulco de ferro, se agitava satisfeita, ao mesmo tempo que emitia a sua opinião:
— Não é que me deixe levar pelo meu sangue «mineiro», mas agradar-me-ia que se saísse com a sua, o senhor Taylor. Luther Dalton, dirás. Mas são homens como o senhor Taylor os que convertem a nossa comarca em futuro Estado, tão habitado como New York. Não sou eu quem deva aconselhar-te, mas é melhor que sejas comedido no que tens de dizer ao senhor Taylor.
— Taylor para aqui, Taylor para ali... — resmungou o xerife de Eagle.
Um trabalhador indicou-lhes o lugar onde se encontrava o chefe da equipa. A senhora Mollison pestanejou, vendo o barbudo e magro rosto daquele, que, torso nu, requeimado pelo sol, os calções sujos de gordura e pó solidificados, o couro das botas estalado, se ia chegando para o tílburi. do qual, a autoridade de Eagle se aproximou.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

XI. Resistência férrea ao insulto

O grupo dos seis cavaleiros abriu-se em leque, com os extremos na direção de Maldonado e Barnes, respetivamente. Seguido de um vaqueiro, Wilburn Lang continuou avançando em linha recta. Os que haviam chegado em frente de Maldonado e Barnes saudaram-nos secamente:
— Bons dias, amigo!
O que se colocou a poucos passos de Descamps fez o mesmo. Eles não iam armar pendência, mas significar que, embora estivessem às ordens de Lang, e os gun-men às de Dalton, o que acontecesse entre Lang e o traçador não lhes incumbia. Quer dizer: não era uma guerra entre trabalhadores e vaqueiros, mas entre um proprietário do vizinho caminho de trânsito e o chefe da equipa, que representava o próprio Dalton, como especificava o contrato, válido para um «trail», mas sem valor legal no caso de conflito entre particulares.
Wilburn Lang enfreou o seu potro, quando chegou a uma jarda do extremo da travessa, sobre a qual, como um lenhador cortando um tronco, Taylor apoiava os pés especando cunhas laterais.
— Larga o martelo e atende-me, Bart Taylor.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

X. Vale mais um pássaro na mão…

Anoitecia.
Bart Taylor largou o martelo e, encaminhando-se para o bidão, tornou a molhar a cabeça. Depois bebeu um gole de água e disse, por fim
— Percy, traz-me as varas com as lanternas.
Onde as espeto, chefe?
— Três de cada lado, a três passos do sulco.
Taylor voltou para agarrar numa alavanca de segurança. Mas Ruby Cardingan gritou-lhe:
— Eu estou a falar contigo, Bart Taylor!
— E eu estou a ouvir-te, de sobra, Ruby Cardigan.
— Donde me conheces tu?
— E tu também donde me conheces? De ouvido.
— Tal como te pintam. Um desgraçado que se julga Napoleão.
— Senhora Cardigan, custa-me bastante o que vou dizer-te. Volta amanhã, ao meio dia, por que estou agora a trabalhar e tu não estás em condições de falar comigo, como senhora que és, embora te pese que falem de ti...
— Eu não estou embriagada. Provei apenas um gole.
— Então, falemos com mais tato, senhora Cardingan. Insultaste-me por duas vezes. E eu nada te devo, nem te fiz

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

IX. Assentar com as próprias mãos

— Os que esta tarde e amanhã quiserem ganhar salário a dobrar, economizarão o que os outros gastarão em Eagle.
— Mas hoje é sábado, senhor Taylor.
— Bem sei isso, Jason. E eu também estou ansioso por um bom trago e por ver uma rapariga linda. Necessito apenas de vinte homens para dois carros e um capataz.
Anderson, só com uma face barbeada, aproximou-se, com a navalha na mão, para anunciar:
— Eu sou um, senhor Taylor. E utilizando a navalha como batuta que acompanhasse a sua peroração, apontou-a para todos os que iam fazendo os seus preparativos a fim de partirem para Eagle, acrescentando:
— Vocês voltarão depois de amanhã com cabeça como uma cortiça, e sem um chavo no bolso. Em troca, eu e os vinte rapazes que ficarem aqui, comigo, quando formos para Eagle, teremos montes de moedas, e seremos sorteados pelas raparigas mais bonitas que anseiam por ter um marido endinheirado. Ficas comigo, Jason? Um!... E tu, Sullivan? Dois!...
Minutos depois, Anderson contava o vigésimo primeiro. Então, avançando para Taylor, disse satisfeito:
— Já tem vinte e um voluntários para féria dobrada, senhor Taylor.

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

VIII. Não basta ser valente, é preciso prová-lo


Os quinze carromatos, carregados até às lonas, puxados por seis machos, foram evolucionando pesadamente até que, na esplanada neutra, deixando na retaguarda os pastios pertencentes a Ruby Cardingan, formaram um retângulo parecido com um acampamento de caravana, prevenindo-se contra um possível ataque de índios. Mas as tribos do Oregon e do Idaho há muito que estavam pacificadas.
Começou a descarga do material e das ferramentas. Os trabalhadores foram agrupados por especialidades, sendo cada grupo chefiado por um capataz. Fora do retângulo, num amplo círculo, encontravam-se seis cavaleiros armados.
Bart Taylor, a pé, percorreu os postes que assinalavam o traçado do agrimensor. Começava a brilhar, no alto, sem demasiado ardor, um sol ainda primaveril.
Ao lado de Taylor, o capataz dos brocadores (1) caminhava esperando ordens. E, meia hora depois, começava o concerto de vozes dos que conduziam os animais, arrastando o material até à linha. Outros especavam as vigotas, e os que aparafusavam as barras de distensão entre as travessas lançavam exclamações que ritmavam cada movimento da alavanca.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

VII. Um vestido de noiva para a atriz

Rex Prince foi sentar-se em frente de sua irmã, na sala do sumptuoso teatro «Dalton», em cujo primeiro, andar se encontravam as dependências que eram destinadas a habitação do pessoal, tanto do permanente ao serviço do palco e da respetiva maquinaria, como o do bar e da sala de jogos, — e ainda ao alojamento dos elencos de artistas que por ali passavam.
— Creio saber já o motivo por que nos ofereceram tão esplêndido contrato, e o adiantamento para anulação do de Seattle. O advogado Market, com as suas perguntas sobre o animal prometido que te apeteceu escolher, esclareceu-me completamente. Precisavam de um suicida e já o têm.
Rex Prince explicou tudo quanto se referia ao «trail» e à sua interrupção por três vezes, ao faltar o capataz que soubesse fazer trabalhar os homens, sendo responsável por eles.
— Disseste que são caminhos públicos e embora pertençam a umas quantas pessoas, o governo de Oregon não se apôs a que passasse a linha de vagonetas de Dalton — comentou Olímpia. — Portanto, é um trabalho honrado.

domingo, 8 de dezembro de 2019

VI. Celebração de um contrato de trabalho

— Como está você, Taylor? Market continua falando com Luther... Eu sou Tigger Dalton, administrador das minas de Eagle. Segundo parece, você é o homem que resolverá este amaldiçoado assunto.
Os olhos de Taylor pareciam fascinados pelo lenço amarelo. Entretanto, Tigger, levando a mão ao pescoço, como para endireitar o lenço, prosseguiu:
— Os traçadores estão já desejosos de começar o trabalho, Taylor. Ganharão quinhentos dólares cada um, quando esse trabalho começar e, além disso, um lugar fixo como cantoneiros da linha. Estranha alguma coisa em mim?
Bart não pôde replicar. Acabava de entrar, nesse momento, o advogado:
— O senhor Luther Dalton espera-o, Taylor.
Seguido por Tigger e caminhando Market a seu lado, o novo chefe de equipa ia pensando que quando os dois desconhecidos entraram no bar «Upperriver», um deles, da mesma altura de Tigger, que levava um lenço amarelo ao pescoço, tinha o chapéu desabado para a frente, quase a ocultar-lhe o rosto e levantadas as bandas do seu jaquetão de ganadeiro.

sábado, 7 de dezembro de 2019

V. O testamento do chefe de equipa

Carlos Market desistiu de perseguir o tipo de lenço amarelo, o qual, levando vantagem de uma centena de metros, descia já, com risco de cair, a rampa de acesso à planície e, vencendo a perigosa descida, internou-se a todo o galope no pequeno bosque que conduzia às margens do Rogue.
Um terceiro tiro alarmou Market, que, voltando-se na garupa, correu para o ponto onde o rifle disparara duas vezes. No solo, esperneando, um potro agonizava. Ao encabritar-se, o animal havia recebido no peito o segundo balázio, salvando assim Taylor.
O terceiro tiro de pistola fora disparado por Taylor, e fizera voar o chapéu do indivíduo que o atacara, o qual, ao encravar-se-lhe o rifle, e para melhor se defender, atirou-o raivosamente contra a massa humana de músculos representada por Taylor que, ao cair do potro, dera um salto ginástico e ficara de pé, pronto a atacar, de pistola em punho, o seu traiçoeiro agressor, que sacou logo da pistola, mas não teve tempo de fazer uso dela.
Taylor aplicara-lhe nos dedos uma violenta pancada com a coronha da sua pistola, fazendo o adversário soltar um uivo de dor. Este, como tivesse ficado com os dedos da mão direita quase esmagados, tentou agarrar com a esquerda a pistola que largara. Antes de que o conseguisse, Taylor agarrou-lhe o pulso esquerdo e, sem dó nem piedade, torceu--lho. O desconhecido, por efeito da torcedura, caiu de joelhos, volteando-se no solo, para evitar que o seu pulso se desarticulasse.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

IV. Contacto com fazendeiro e emboscada

O comboio do Norte abrandou o seu resfolegar, ao entrar nas agulhas e, pouco depois, detinha-se na estação, onde um grande letreiro indicava Elkhorn.
Os viajantes que se apeavam ali podiam escolher entre a variedade de carruagens de aluguer com destino a diversas localidades.
O advogado Market havia pedido telegraficamente que à chegada do comboio estivessem preparados dois cavalos. E o agente comercial da firma «Dalton & Dalton» esperava Market para lhe mostrar os dois soberbos animais, que Taylor julgou capazes de resistirem à mais longa caminhada, através dos piores terrenos. Também pensou em que, para um homem de leis, amante das comodidades, o californiano mantinha-se a cavalo com a facilidade de um cavaleiro consumado.
Market só esticou as rédeas quando o animal chegou junto de uma cerca, por detrás da qual havia um barracão onde se lia a indicação seguinte:
MINAS DALTON
— Aqui começa o ramal que segue, sem interrupção, vinte e duas milhas para Leste, quase em recta.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

III. Escolha difícil: Contrato ou prisão

Na vasta enxovia, semelhante a uma jaula, Bart Taylor apalpou a cabeça, que estava toda enrolada em ligaduras. Depois, verificou que lhe faltavam duas coisas: o chapéu e a navalha. Por fim, levantou-se.
Em sete enxergões dormitavam, em diversas posições grotescas, cinco marinheiros e dois vadios.
Uma súbita vertigem fez que Taylor se agarrasse às grades, para poder manter-se de pé.
Ao fundo do corredor, através de uma janela alta, coava-se a luz do dia, que provinha certamente da porta que comunicava com o corpo da guarda. Tornou a estender-se, porque não lhe era possível conservar-se de pé.
Doía-lhe o corpo, sobretudo o lado esquerdo da cara, onde a primeira pancada da matraca lhe havia feito uma brecha. A testa ardia-lhe bastante, mas era menos o mal-estar físico do que a sua sensação de moral abatida, ao ir-se transformando em frequente visitante de prisões.
Amodorrou-se de novo, mas em breve saiu do seu letargo. Da porta de grades, uma voz repetia o seu nome. Era um vigilante que chamava:
— Bart Taylor! Bart Taylor! Ao locutório.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

II. A primeira sova no camarim de Olímpia

— Olá, Bart. Crê que lamentei bastante o que sucedeu em Albany.
Fechando a porta do camarim, Bart Taylor deitou o chapéu para trás, enquanto examinava aquela que diante do espelho ia tirando o excesso de vermelhão dos lábios, o «rouge» das faces e o «Khol» das pestanas e das sobrancelhas. Tinha, porém, ainda o vestido de luto da comediante, com gazes sabiamente repartidas com sedas e rendas.
— Temos de terminar o «nosso»... — começou ele, com voz rouca.
— Já terminou, Bart — interrompeu-o Olímpia. — Nós não seríamos felizes, porque tu tens génio de mais e atormentam-te suspeitas infundadas. Eu disse-te constantemente que quando tivesses um emprego sólido e me demonstrasses firmeza de propósitos, então...
— Tens de abandonar esta profissão...
— Conheceste-me nela, Bart, e além disso tenho de viver.
— Deixa de te olhares ao espelho! Ninguém brinca comigo e eu não sou nenhum boneco de palha.
— Lá voltas tu a exasperar-te... Eu não tenho culpa de que te despedissem do lugar de fator dos caminhos de ferro de Oklahoma, por brigão...

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

I. Seattle, cidade de perigos e excitações onde a bela Olimpia recusa o advogado

Os habitantes de Seattle não mentiam, quando afirmavam, com certo orgulho, que não havia no Mundo inteiro um espetáculo mais pitoresco do que o oferecido pelo buliçoso porto dos barcos que faziam o tráfego entre o Oriente e a costa do Pacífico.
Também era verdade que a profunda baía, formada pelas águas do Pacífico, criava, em redor das colinas, onde se escalonavam os edifícios de todas as classes, uma série de rios, lagos e tanques que davam a Seattle um aspeto original.
Onde os nativos exageravam um pouco era em vangloriarem-se de que a noturna Seattle superava São Francisco em perigos, excitações, escândalos e na grande quantidade de vítimas, enterradas ao amanhecer.
Turbulenta como cidade aumentada vertiginosamente, a partir da corrida rápida e impetuosa ao ouro de 'Yukon em 1897, Seattle contava em 1905 um bom número de habitantes já proprietários, ex-aventureiros ou pesquisadores, convertidos momentaneamente em potentados, que haviam trocado os incómodos e contrariedades da busca de fortuna por sumptuosas mansões no esplêndido bairro de Punget Sound.

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

POL191_200

Não dispomos de capas e texto dos seguintes livros da Coleção Pólvora:


POL191
Assassino
Silver Kane
POL192
Quando a Lei Corre Perigo
John Palmer
POL193
Disparar Sem Piedade
Peter Kapra
POL194
Os Comboios Fantasmas
Ralph Barby
POL195
O Olho da Fúria
Gordon Lumas
POL196
O Patíbulo Rolante
Ralph Barby
POL197
Os Mortos Não Perseguem
Keith Luger
POL198
Ouro de inferno
Gordon Lumas
POL199
Tempestade em Kansas
Keith Luger
POL200
O Caminho dos Assaltos
M. L. Estefânia

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

COL012. 11 Epílogo


Valerie Louis voltou-se, incomodadíssima.
—Zane! Oh, Zane, minha vida!
Refugiou-se impulsivamente nos seus braços, e cobriu-o de beijos nervosos, emocionados. Chorava, ria e pronunciava palavras sem nexo, e
Zane Preston, demasiado cansado, se deixava acariciar pelos braços femininos, sem lhe resistir. Cinicamente quando Valerie, teve um ataque de soluços, se separou dele, para se apoiar contra a porta de uma janela, Zane Preston, olhou silenciosamente para os dois homens de pé no meio da sala que presenciavam a cena sem abrir a boca, sem mostrar qualquer impressão.
—Olá — saudou, Zane. — Encontraram-me, Aldo. Agora não tereis de lamentar a intervenção de estranhos. Valerie será boa pequena e nos deixará sós... para saldarem as vossas contas comigo.
Aldo e Leyland continuaram olhando fixamente Zane. Em seguida trocaram um olhar entre si, e Leyland engoliu em seco, baixando a cabeça. Foi Aldo que começou a falar, pausadamente, quase sem resistir ao olhar de Preston.

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

COL012.10 A pista final


Gertie Baron, depositou no fundo da gaveta o negro trajo de homem, o chapéu também negro e o lenço da mesma cor. Os seus olhos, frios e duros, olharam em redor receosos. Não havia ninguém na sala. Ouviu-se uma porta bater, dentro da vivenda, fechando-se com força.
Na expressão de Gertie houve receio, terror. Fechou a gaveta, procurando dissimular o tremor agitado das suas mãos. Em seguida, soaram fortes pancadas na porta de casa.
Lívida, olhou-se ao espelho, ao passar na sua frente, e tratou de recompor o rosto, para evitar que fosse tão visível o pânico que pela primeira vez a embargava. A situação era demasiado delicada para temer o pior.
Procurando mostrar serenidade, avançou pelo corredor até a porta da frente de sua casa, reparada do destroço da noite anterior. As pancadas repetiram-se.
Gertie Baron a «Dama», como todos a conheciam em Santa Fé, abriu a porta.
No umbral 'apareceu Zane Preston de revólver em punho. Uma convulsa expressão de terror deformou as belas feições de Gertie.
—Você! — gritou, angustiada, recuando e tratando de fechar a porta.
Mas Zane antecipou-se à sua ação e deu um encontrão na porta com o peso dos seus ombros, atirando contra a parede a jovem, e penetrou na vivenda, olhando para todos os cantos, de revólver engatilhado.
—Voltei, Gertie. Voltei pela «Dama Negra».

terça-feira, 19 de novembro de 2019

COL012.09 Novo massacre

—Acusa-me de assassina, Zane? —disse ela, depois de uma larga pausa, avançando para ele com lentidão. —Pretende sugerir que dirijo um bando de assassinos?
—Quem, então? Parrish entrou aqui, aqui deu com uma pista fundamental, «viu» a «Dama Negra», sabia já quem era... e mataram-no quando saía para se reunir a mim para a prendermos. Morreu nos meus braços, dizendo apenas umas palavras.
—£ que lhe disse quem era essa fantástica dama?... —ironizou ela.
— Disse-me o suficiente — respondeu ele, evasivo. — «Está, aqui». E aqui só uma mulher pode ser a que procuramos: você, Gertie.
—Você está louco? —interveio Bob Baron, acercando-se deles. — É absurdo não tem sentido!
—Tem mais do que parece, Bob. Você ama-a e não consegue vê-lo. Todos idolatram a sua Gertie, não conseguem ver outra coisa nela que não o bem.
—E você, Zane, que vê em mim? Todo o mal que eu tenho? — desafiou ela.
Preston iludiu agora o olhar daqueles formosos olhos fascinadores. Era difícil manter a firmeza ante ela.
—Não vejo nada. Acuso-a como culpada. Um homem está morto na rua detrás, um homem que veio à procura da culpada desse horrível crime...
Uma nova interrupção dramática culminou a série vertiginosa de violentos acontecimentos daquela noite. Ouviram-se na porta de entrada gritos. Esta abriu-se.
Um homem de cabelos grisalhos e expressão severa, alto, franzino, com a estrela prateada brilhante no peito, sobre o casaco preto, fez a entrada na sala. Seguiam-no dois homens ainda jovens, ostentando estrelas de comissários. Todos empunhavam revólveres.
—Zane Preston! — gritou o «sheriff» de Santa Fé. --- Considere-se preso pelo delito de assassínio. Ainda tem na camisa e nas calças sangue do homem que acaba de matar, Daniel Parrish, agente das diligências, que veio a Santa Fé para o prender!
Zane voltou-se para os três representantes da Lei.