sexta-feira, 21 de julho de 2023

CLF052.05 Operação de limpeza antes do regresso a Concho, a terra natal

Ao filho do rancheiro Bon, de Concho, deram a escolher:

—Levanta as mãos acima da cabeça e abre os ouvidos, Dester. Queres uma tareia vergonhosa ou a morte honrosa de um tiro?

Os quatro homens formavam uma barreira e foram avançando até à beira das águas. O segundo personagem disse:

— Parece que és lento a compreender o que está a acontecer, Dester. Obedece: levanta as mãos.

O cerco ia-se apertando e o terceiro homem disse:

— Sabemos que és bom atirador, Dester. Lembramo-nos daquela ocasião em que mataste Jack Deshart por ter batido na sua mulher. Mas tu também nos conheces a nós. Acima essas mãos.

A distância que separava os cinco homens tinha-se reduzido a cinco ou seis metros. Foi a vez do quarto personagem falar:

— Rapaz — já não o chamou pelo nome — estás a pôr à prova a nossa paciência; isso é uma coisa muito má.

Nem um só músculo da cara do jovem se alterou quando falou pela primeira vez.

— Quatro vaqueiros ou pistoleiros, quatro desses homens que vocês desprezam, não se atreviam a atacar um homem sozinho.

— Bonito. Dester Bon perde faculdades. Que terá sucedido para que o elegante e fleumático Dester se derreta como manteiga junto do fogo?

— E apelou para os nossos sentimentos de cavalheiros. O que faz o medo.

— Que fazemos com ele, amigos? A mim dá-me pena pôr-lhe as mãos em cima.

Respondeu pelos quatro um jovem de vinte e cinco anos, alto, moreno, de cabelos negros e brilhantes.

— Deitemo-lo à água, amigos. A água limpa refresca as ideias e limpa o corpo. Com o banho terá tempo de refletir e assentar ideias. Ontem, Dester Bon era um cavalheiro garboso, distinto. Hoje é o que se está a ver, parece um galo depenado.

— De acordo, lancemo-lo à água. Mas antes quero que saiba o que é sentir-se esbofeteado por umas mãos nobres...

Vários disparos rasgaram a noite e Dester sentiu que uma bala lhe furava a pele junto ao ombro direito, quase ao mesmo tempo que outra lhe raspava pelo pescoço e ombro do lado esquerdo.

Os quatro ocupantes noturnos caíram com o rosto voltado para o céu, e Dester sentiu um calafrio que o invadiu e começou pela nuca, ao ver que eles tinham os olhos completamente abertos e fixos no infinito. Aguardou a chegada de um grupo de trabalhadores, alguns dos quais assistiram à cena de longe, e avançaram até se deterem a poucos passos do jovem.

— Que aconteceu, senhor?

— Quiseram atacar-me neste descampado.

— Deus. E como se arranjou sozinho para dar-lhe o merecido?

O que fez esta pergunta olhou para a direita e para a esquerda, e ao não ver ninguém acrescentou:

— Bravo! Estes tipos tiveram o que mereciam.

Dester carregou o pequeno «Colt», e enquanto fazia esta operação, dizia ao último que acabava de falar:

— Preciso que alguns homens honrados que presenciaram o que se passou aqui me acompanhem, amigo. O juiz Oyster gostará que uns quantos testemunhem que quatro cobardes quiseram matar-me.

— Conte connosco, senhor.

— Nós testemunharemos — ofereceu-se outro. — Vamos já testemunhá-lo.

Dester fez um sinal com a mão, vendo um sorriso de interesse daqueles homens, os quais lhe lembraram que sangrava.

— Não é nada grave, amigos. Sigam por favor.

Os três voluntários tomaram a dianteira do grupo, que o seguiu em silêncio até chegar à intensamente iluminada entrada do «Rich Saloon», vacilando um pouco antes de entrar a seguir ao jovem. As conversações cessaram no interior do luxuoso estabelecimento quando Dester, pálido e sangrando, embora sem lhe doer, abriu a cortina azul que cobria a entrada.

— Para a frente, rapazes! — disse para os seus companheiros.

Jay Oyster, juiz e rancheiro, não pôde impedir que uma onda de sangue lhe subisse ao rosto de homem excessivamente nutrido, quando o jovem lhe dirigiu um prolongado e depreciativo olhar.

— Pode dizer-me onde estão Leonard Watson, Howard Harmon, James Loper e Charles Laird, juiz?

O interrogado tossiu ruidosamente antes de responder.

— Saíram ao mesmo tempo que tu, Dester. E pelos vistos — as suas pupilas brilharam — encontraram-se contigo. Era natural, depois das infames palavras que disseste.

Um segundo personagem, alto, delgado, severamente vestido de preto, apontou para os três vaqueiros, homens jovens, os quais se julgavam transportados a um mundo de fantasia ao contemplarem o luxuoso interior do «saloon».

— Que fazem aqui estes tipos, Dester?

Este não fez caso da pergunta, e respondeu ao dito do juiz:

— Leonard, James, Howard e Charles encontraram-se comigo... pela última vez. Sabe o que descobri nos seus corações quando tiraram a máscara que os cobria? Eu digo-lhe. O mesmo que estou a ver agora em todos vocês. Eram uns cobardes, uns vantagistas.

Uma das testemunhas não podendo conter-se, acrescentou:

— Estão tão mortos como as solas das minhas botas, juiz. Mas se não estivessem, exigiríamos que fossem enforcados. Assim o diremos ao juiz, e assim o contaremos a toda a gente.

Em seguida os vaqueiros estenderam-se em considerações sobre cobardes e vantagistas. Uns trinta homens bem vestidos, de rostos altivos, levantaram-se ao mesmo tempo, enquanto Dester os observava, e, por fim, voltou a olhar para o juiz:

— Podem juntar-se todos para irem atrás de mim, senhor Oyster. Que pode importar-lhes a uns,.. cavalheiros como vocês, uma cena de tiros a mais ou a menos? — olhou com simpatia para os três vaqueiros —. Obrigado, amigos. Pagarei uma rodada na taberna do outro lado da rua. Mereceram-na bem. Se bebessem aqui podiam ficar envenenados.

A dona do «saloon» correu para a porta no instante em que Dester transpunha o umbral num jorro de luz da entrada. Depois, perdeu-se na escuridão, cada vez mais densa, à medida que se afastava do «Rich Saloon».

— Dester, Dester... Estás ferido, Dester.

Mas o jovem não se voltou sequer.

— Bah... — exclamou —. Mary, Elinor e as demais mulheres que conheci até agora pertencem ao passado, que é preciso esquecer. Agora vou enfrentar o futuro. Sorte, rapaz.

Depois de desejar sorte a si próprio entrou numa taberna, onde deixou paga uma garrafa de «whisky». Em seguida dirigiu os seus passos para a sumptuosa vivenda. Abriu-se a porta e apareceu Pierce, que tinha a cara cheia de nódoas negras, mas vestia implacavelmente de preto.

— Senhor! — inclinou-se cerimoniosamente.

O criado examinou a suja camisa e o sangue seco da roupa do jovem, depois murmurou:

— Jesus.

Dester levantou as mãos, suavizando a severidade das suas palavras.

— Está bem. Está bem. Agora és tu quem tem razão para chamar a atenção para as minhas roupas esfarrapadas e para estas manchas de sangue. Oh! Nunca pensaria tal coisa, senhor...

Dester interrompeu:

— Daqui em diante serei um rancheiro, um capataz, um vaqueiro ou algo parecido, e já não precisarei de ti, Pierce.

— Se o senhor...

— O senhor morreu esta noite, mataram-no uns cavalheiros, meu amigo; mas nasceu um homem que em vez de ser carga para seu pai, quer ser uma ajuda.

O criado ergueu-se.

— O senhor continuará a ser um cavalheiro até ao dia da sua morte.

— Obrigado, amigo. Queres unir-te a mim nos maus momentos, como temos estado nos bons momentos?

— Irei com o senhor para onde o senhor for.

— Chama-me patrão. Se desço de categoria — coisa que amanhã saberemos — chamar-me-ás simplesmente Dester Bon, que até agora foi um homem equivocado, mas digno.

— Bem, patrão. Conte comigo até à hora da morte. Serei cozinheiro, vaqueiro, pistoleiro, o que o senhor quiser.

Dester montava o «Cask», um cavalo de raça, vermelho como o sangue, quando chegou a Concho seguido de Pierce, montado no «Boast», um puro-sangue negro como a noite e orgulhoso como o mais orgulhoso dos cavaleiros.

— Os tempos mudam e os costumes dos homens devem mudar também igualmente.

— Sim, senhor.

— Patrão. Patrão. Falo assim tão mal o inglês que não me tenhas compreendido, amigo?

— Sim... digo não, patrão.

Concho era uma cidade em miniatura. A rua principal estava cheia de imundices, e os homens que passavam junto aos forasteiros cheiravam a gado bovino. Dester deteve-se em frente de uma taberna e aspirou com força pelo nariz.

— Aqui — disse, assinalando a entrada — brigam como cavalos quando bebem uma garrafa. Que te diz o olfato, Pierce?

— Que o patrão acertou.

Aparte as roupas dos dois forasteiros, que eram novas, embora cheias de pó, ninguém prestou muita atenção aos cavaleiros. Os cavalos atraíam a atenção geral.

— Compadre! — disse um vaqueiro da porta da taberna. — Se esses desconhecidos levassem barbas e entre eles cavalgasse um negro seria caso para acreditar nos Reis Magos.

No Arizona os negros eram raros, mas por vezes viam-se alguns vestindo calças claras e camisas aos quadrados. Absalon, embora negro, vestia calças de couro e camisa de brancura imaculada. Como se tivesse escutado as palavras do vaqueiro, apareceu de repente na ampla rua, deteve-se um segundo e os seus grandes olhos ficaram surpresos.

Dester e Pierce, que se dispunham a desmontar, olharam-se e sorriram.

— Amigos à vista, patrão — anunciou Pierce, recordando o vocabulário empregado por ele durante o curto tempo que navegou pelo Mississípi num barco entre Natchez e Nova Orleans.

Dester seguiu o olhar do negro e observou que se dirigia para o pistoleiro, alto, loiro, forte, que permanecia encostado ao umbral da taberna, rodeado por vários vaqueiros, e as suas pupilas brilharam de regozijo ao ver o homem de cor.

— Um momento, cão negro! — bramou, abandonando o umbral e avançando pelo centro da rua.

Dester entregou as rédeas do seu cavalo a Pierce, não perdendo de vista o negro e o «pistoleiro».

— Ata-os à barra. Entraremos para beber! — ordenou a Pierce.

— Onde está o teu anjo da guarda? — interrogou o «pistoleiro» loiro, sem deixar de avançar. — Diz lá, negro traidor.

Absalon demonstrou que era inteligente, já que compreendeu a intenção de Edw Sou de aludir a Katie, replicou elevando a voz:

— Todos são testemunhas que não trago armas, e não penso atacar nenhum branco.

— Ladra como um cão quando o seu amo levanta o pé para lhe bater — riu Peter, o cozinheiro do «Breed».

Edw continuou a avançar. Não daria explicações dos motivos que tinha para bater no negro, pois sabia que este não falaria.

— Maldito! Olhos de morcego cego! — insultou —. Quando saíres das minhas mãos nem para isca de caçadores de feras serves.

Absalon voltou a dizer em altos gritos, vendo que «pistoleiro» continuava a avançar e estava quase a chegar ao pé dele:

— Não atacarei nenhum homem branco, mas não deixarei de me defender. Compreenderam, amigos?

— E tem a ousadia de chamar-nos amigos.

— Um negro. Um boneco que fala.

Três «cowboys» do «Breed» começaram a franzir o sobrolho ao verem o que o seu companheiro pensava fazer, deram meia-volta e entraram na taberna.

— Vamos, rapazes! — disse um — Isto é muito forte para o meu estômago! Absalon tem o mesmo direito que qualquer tipo.

— Se estás disposto a dizê-lo em voz alta diante de todos, sai para a rua e enfrenta esses loucos, Bill.

Uma coisa, segundo reconheceu Bill, era saber que Edw era um fanfarrão, um mulherengo e outras coisas piores. Os três vaqueiros dirigiram-se para o balcão e esforçaram-se por não escutar a algazarra do exterior.

Edw recreou-se com os preparativos para a luta, tirou o cinturão com o revólver e entregou-o ao cozinheiro Peter, de estatura descomunal, que ria selvagem.

Absalon não deu um só passo em frente, mas também não recuou. A sua testa estava menos negra e brilhante que quando chegou, mas a tensão do seu corpo e força do seu olhar demonstravam que se defenderia, em cujo caso, fosse qual fosse o resultado da luta, uma coisa era certa: seria enforcado.

Na rua nem o zumbido de uma mosca se ouvia quando Edw lançou o punho direto ao queixo do negro, que levou atrás a cabeça, fazendo sair e ficar sem guarda o estômago. O branco só esperava por isto para descarregar dois golpes seguidos ao negro. Este ao encolher-se, e colocando as mãos na barriga ao sentir que lhe faltava o ar, ficou à mercê do «cowboy».

A dez ou doze passos de distância dos lutadores, Dester e Pierce não tiveram necessidade de se olharem para saberem o que ambos pretendiam fazer ao avançar.

— Isto é uma coisa minha! — disse o primeiro.

—É uma ordem, patrão?

— É uma ordem.

— O patrão manda.

O jovem levantou a voz.

— Uma palavra, amigo.

A exclamação de Dester chegou no momento preciso em que o punho de Edw ia cair sobre a nuca do negro. Absalon recuou até à fachada da casa fronteira com a taberna, sem conseguir endireitar-se.

Entretanto, examinava, em atitude raivosa, o desconhecido de rosto moreno, sem rugas, e o brilho que o sol fazia resplandecer do seu rosto desconcertou-o.

— Tinha necessidade de interromper-me precisamente neste momento, forasteiro? — inquiriu, mordaz.

— Precisamente. Dentro de momentos teria sido muito tarde para intervir. — Dester apontou para o negro, embora naquele momento o seu rosto fosse de cor cinzenta. — Deixe-o. Já lhe bateu bastante, e não me parece merecedor da morte que o aguarda se se voltar contra si.

— Isso é o que eu quero... o que queremos todos, senhor intrometido.

Dester sacudiu o pó da camisa, e ao fazê-lo fez uma careta de dor. A ferida da bala recebida três dias antes não tinha ainda tempo de cicatrizar.

— Mas eu não quero. Escute-me.

O advogado que renunciou a exercer a profissão, o homem que guardou a toga antes de usá-la pela primeira vez, preferindo viver como um grande senhor em Holbrook, mencionou a Constituição, a abolição da escravatura, a igualdade dos direitos entre brancos e negros, se bem que estes...

Foi interrompido por uma gargalhada geral. Dester ficou dececionado com Concho. Como era possível que aqueles humildes vaqueiros, aquelas criaturas sem bens de fortuna, que lutavam juntos contra a natureza e necessitavam da ajuda dos seus semelhantes, mais que os habitantes das grandes cidades, tinham uma grande diferença entre brancos e pretos, pelos quais a União tinha sofrido uma sangria na sua gente e uma baixa no seu tesouro?

Estendeu a mão enquanto olhava para Absalon, e de novo se fez silêncio, um silêncio carregado de interrogatórios. Estaria louco aquele desconhecido, que disse a seguir:

— Vamos, amigo. Não conheço melhor remédio para os golpes que o «whisky».

O negro levantou-se a cambalear e sem poder suster-se nas pernas. Dester, que compreendeu o que se passava, voltou a dirigir-lhe a palavra.

— A vida é agradável, apesar de tudo, rapaz. Vamos.

Deu um passo para o negro, mas Edw deitou-lhe a mão ao peito.

— Já está bem louco — tornou a dizer —. Agora deixe-me actuar a mim; esteja muito quietinho e poderá ver a diferença que há entre um branco e um negro, apesar da Constituição, dos senadores e de todas essas palavras que disse.

Dester cambaleou ao receber o soco do vaqueiro. O facto de um homem lhe pôr a mão em cima sem receber em seguida a réplica, demonstrava o muito que tinha mudado desde o momento que tomou a decisão de vender a sua mansão em Holbrook. Sem dúvida, fez o que Pierce esperava que fizesse.

— Lutaremos como dois vaqueiros — disse suavemente —, pois não há outro remédio.

Os espectadores não sabiam se desatar a rir ou deixar para mais tarde a vontade de rir, quando aquele desconhecido, decentemente vestido de vaqueiro, tirou o cinturão e gritava ao mesmo tempo que este ia pelo ar:

— É teu, Pierce!

— Meu, patrão?

O antigo «cowboy», marinheiro, jogador, «pistoleiro, criado e atual... (neste momento ainda era preciso resolver como devia designar-se), recebeu no ar o cinturão com o «Colt» de cano polido e coronhas de oiro, este de cano comprido.

Agora que já não servia um grande senhor, Pierce não considerava os negros como cães nem como homens. Que lhe podia importar que o seu amo tomasse o partido de um homem de cor? Tinha-o visto fazer tantas coisas estranhas em dois anos que estava ao seu serviço. Mas, isso sim; sempre atuava como um cavaleiro, um grande senhor! Edw ficou de boca aberta.

— Porque faz isto? — interrogou, estupefacto, pois o aspeto do desconhecido não lhe inspirava nenhum temor.

— Tocaste-me com as tuas sujas mãos, rapaz, e vais levar o que mereces.

— Deus da bondade! E como o fará, boneco?

Dester não aguardou o ataque do seu adversário. Sem descontrair um só músculo do rosto, lançou-se ao assalto; antes que Edw tivesse tempo de fixar-se no solo, recebeu três ou quatro golpes mais no melhor estilo.

— Vamos! Vamos! — animou-o. — Não me diga que não sabe servir-se dos punhos.

O vaqueiro sangrava pela boca e nariz. A raiva apoderou-se dele e atacou cegamente, ferindo o vácuo com uns socos capazes de partir todos os ossos se chegassem a atingir o alvo, mas perderam-se.

— Isso é o que sabes fazer com os punhos, «cowboy»? — perguntou Dester dececionado, golpeando-o a seu belo prazer.

Atingiu um olho de Edw com um soco, abriu e fechou a mão com que tinha atingido o adversário, fazendo uma careta de dor, e atacou com a contrária.

— Vai dormir, vaqueiro! — gritou.

Ao acabar de atingir com o punho o rosto de Edw, voltou-se para o seu companheiro:

— O meu cinturão, Pierce?

— Bem, senhor, digo patrão. Permite-me que o felicite?

Ninguém olhava para Edw, que estava completamente estirado no solo. O que escandalizava todos os olhos era a atitude serviçal de Pierce ao rodear a cintura daquele homem tão calmo e ao mesmo tempo tão temível.

Dester passou o braço por cima dos ombros de Absalon. Porque não podia fazê-lo, agora que já não era o elegante e atilado senhor Dester Bon, de Holbrook, e não era olhado com olhos reprovadores de nenhum juiz da laia de Jay Oyster?

Katie Tante, que tinha presenciado a última parte da luta do umbral da porta imediata, continuou a olhar as bem formadas costas do jovem, enquanto este, ao lado do negro e seguido a dois passos de distância por Pierce, se encaminhavam para a taberna.

— Estarei enganada! — murmurou a jovem — Este homem não pode ser o filho do tio Marvis.

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