sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

PAS240. As horas de contemplação de Debbie Baxter



Era uma rapariga de dezoito anos, alta e elegante como um feixe de vime, com os cabelos cor-de-cobre e os olhos azuis como os lagos alpinos, ativa e sonhadora, bonita e de uma seriedade fora do comum.

Tinha vivido até aos doze anos nas terras baixas e áridas do Oeste do Texas, perto da fronteira com o Novo México. Por isso, esta região rochosa de Sedona parecia-lhe um país encantado. Passava horas inteiras ensimesmada na contemplação dos jogos de luz e sombra que produziam as enormes nuvens grossas, o sol da manhã ou do crepúsculo. E, quando o vento da noite baixava carregado do uivar dos lobos aluados ou esfomeados, de bramidos dos veados, de piar de mochos, e a grande Lua branca do Arizona prateava a paisagem emprestando-lhe uma intensa irrealidade, ela, deslumbrada, colocava-se à janela da sua habitação para sonhar acordada com cavaleiros de olhos de fogo montados em formosos cavalos…

(Coleção Arizona, nº 52)

ARZ052. «Choca» Jim


(Coleção Arizona, nº 52)



«Cholla» Jim é um mestiço, filho duma dama mexicana e de um ganadeiro norte-americano. Criado por franciscanos de São Xavier del Bac, tinha dezassete anos quando uns bandidos atacaram e maltrataram um dos missionários para o roubar. Foi atrás da sua pista, encontrou-os numa taberna de Tucson e matou um e feriu outro, só com a navalha.
Não regressou à missão e dizia-se que era um cavaleiro endiabrado tendo matado mais de vinte homens, percorrendo a triste senda dos pistoleiros.
Esta novela vai encontrá-lo a caminho de Jerome num encontro com a deliciosa família dos Baxter. Jim vai trabalhar no «saloon» de um amigo naquela cidade, a qual fervilhava devido à febre dos metais preciosos e aumentava de população e problemas de dia para dia. Na realidade, não lhe agradava aquela vida. No entanto, um homem nem sempre pode escolher os seus caminhos… e vinte e quatro mossas no seu revólver eram mais que suficientes para atirar para um caminho definido com um claro final.
Não era um homem feliz. Nunca o tinha sido. Quando alguém é encontrado, criança apenas de um ano de idade, no meio de um campo abrasado pelo sol de Julho, ao lado de dois cadáveres, homem e mulher, sem documentos que revelem a sua identidade; quando alguém se cria sem saber quem é nem donde vem, sem um nome que lhe pertença, sem carícias de mãe… não se pode ser como os outros.
Quis o destino que os Baxter estivessem no caminho de «Cholla». A simpática receção que lhe fizeram tocou-o e, a partir desse momento, tornou-se visceral inimigo de um cacique que pretendia abusar de todos os rancheiros da região.

Passagens selecionadas:


PAS240. As horas de contemplação de Debbie Baxter
PAS002. Manhã no rio
PAS241. Uma companhia pouco desejável
PAS242. Que esperas de bom desse homem, formosa me...

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

BD0050. A cidade dos enforcados



BD0049. Bill "o sorridente" em "Com o revólver do morto"

Bill chega a uma cidade onde assiste a um estranho duelo em que o que perde a vida disparou por duas vezes antes do seu rival. Descobre que o revólver do morto está vazio e que o autor da morte é seu irmão que se deixa dominar por uma mulher por quem está apaixonado.

BD0048. Bill "o sorridente" em "O solitário"


Bill encontrou aquele cão, um solitário como ele, com quem conviveu e que acabou por lhe salvar a vida.

BD0047. Bill "o sorridente" em "Os respeitáveis"

Bill chega à pequena cidade de Aloma Falls, onde não é muito bem recebido, e trava conhecimento de uma jovem que também é marginalizada. Acaba por criar as condições para os respeitáveis de Aloma pedirem perdão à jovem.

HBD019. O número 19 da Coleção Ciclone

Vamos dedicar o dia de hoje ao número 19 da Coleção Ciclone, coleção que era um clone perfeito do Condor Popular: mesma editora, mesmos autores, mesmo formato, mesmos heróis. A única diferença é que, surgindo apenas quando o Condor Popular já tinha publicado mais de duzentos fascículos e gozava de razoável saúde, ao contrário deste, não se organizava em volumes. Até ao seu desaparecimento, a Coleção Ciclone publicou mais de quinhentos fascículos.
No número em causa, encontramos uma página de curiosidades do Oeste, três aventuras de Bill, "o sorridente", uma aventura de Simbad, "o marinheiro", e uma referência às cidades fantasmas do Oeste, neste caso, Hangstown. Com exceção da aventura de Simbad, todas estas peças serão apresentadas.
Imagine-se um «cow-boy" a percorrer as belas paisagens do Oeste com uma viola, por vezes, às costas, outras vezes dedilhando-a. Este é o ambiente da série Bill, "o sorridente" assinada por Francisco Cueto, um autor espanhol que também desenhou Daniel Boone e David Crocket.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

BD0046. A pista do Oregon

Apresentamos hoje a digitalização de uma história publicada no Cavaleiro Andante nos números entre o 63 e o 84, "uma narração fiel e apaixonante das expedições de Parkman e da sua vida entre as tribos índias", como é referido no CA no início da história. Em muitas páginas, aparecem os números 6 e 7 relativos às páginas originais de publicação.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

PAS239. Perdoar o moribundo

De súbito, ressoou um estampido na sala do tribunal. e Sherry pôs-se em pé com presteza, enquanto Steve se voltava procurando o autor do disparo.
Cocklin jazia morto com o revólver ainda na mão.
No umbral, via-se Lorna empunhando um rifle ainda fumegante.
Pálida e assustada, contemplou Cocklin e explicou:
- Ia matar-te... Ia matar-te...
Sherry pôs-se de pé e correu ao seu encontro enlaçando-a pela cintura.
- Lorna - exclamou com paixão - não fizeste mais que defender-te! Matar-te-iam também a ti.
Apaixonadamente, Sherry beijou-a, esquecendo a presença dos mortos e inclusivamente daqueles que os podiam contemplar. Depois, encostou a face à da pequena e murmurou:
- Julguei que te havia perdido para sempre e a única coisa que me importava era deixar uma boa recordação da minha passagem. Queria que me devesses a mim a tua felicidade futura.
Lorna sorriu por sua vez.
- E espero dever-ta sempre, sempre...

PAS238. Decidida a defender o seu amado

A senhora Costain sentia-se inquieta e preocupada por sua filha. Desde o dia anterior, em que a informara de que quebrara toas as relações com Sherry, a pequena não fazia mais que chorar desesperadamente, dominada pela angústia. Se então lhe revelasse o que sabia, seria terrível a sua reação.
Tentou sorrir, afirmando:
- Esta cidade é um inferno onde não há Lei nem ordem.
O tom da voz de sua mãe, assim como a expressão do rosto das mulheres que falavam com ela, descobriram a verdade à jovem. Sentiu um estremecimento e perguntou:
- Onde está Sherry? Que lhe aconteceu?
A senhora Costain baixou a cabeça e desviou o olhar. A filha acercou-se dela e tomou-a pelos braços, enquanto lhe dizia:
- Mamã, que aconteceu a Sherry? Diz-me a verdade.


A boa mulher compreendeu que seria pior ocultar os factos por mais tempo e respondeu:
- Sherry matou na rua dois homens de Travers, para defender uma rapariga. Agora está no tribunal a bater-se com eles todos.
Lorna soltou um grito e cobriu a cara com as mãos como se o horror da sua situação a vencesse. Depois, ergueu-se com o olhar chamejante e olhou para um lado e para o outro, até descobrir pendurado da parede o velho rifle de caça do pai.
Quando ia dirigir-se para ele, a mãe deteve-a, horrorizada:
- Que vais fazer?
A jovem contemplou a mãe com uma decisão que até então não tivera.
- Mamã, eu impeli Sherry a desafiar Travers. Se agora está em erigo, não posso abandoná-lo...
A mãe compreendeu que não podia impedi-la de levar a cabo o seu propósito e baixou a cabeça, enquanto a jovem se encaminhava para a parede, a fim de pegar no velho rifle.
(Coleção Búfalo, nº 60)

PAS237. Despertando para uma nova missão

Os dois bandidos encaminharam-se ao encontro da jovem. Esta empalideceu de terror. O ancião que a acompanhava empalideceu por sua vez, mas levou a mão ao revólver.
- Fora daqui... Deixem-nos em paz.
Chuck, sem esperar que ele fizesse qualquer gesto agressivo, disparou sobre o ancião. Este dobrou-se sobre si mesmo e a jovem lançou um grito de horror. Handy riu por sua vez e, chegando junto dela, disse, pegando-lhe na mão:
- Vamos, preciosa, não te preocupes. Eu costumo ser simpático quando me tratam bem.
A rapariga tentou safar-se daquela garra que a segurava, mas não o conseguiu. Handy continuava a rir, sem se preocupar com o seu temor. A rapariga, aterrada, ergueu a mão livre para lhe bater na cara, enquanto dizia:
- Deixa-me, canalha!

domingo, 26 de janeiro de 2014

PAS236. Quando o ódio é a única paixão

Lorna moveu a cabeça.
- Nem sequer negas o ódio que te domina. Reconheces que é a paixão mais forte que se alberga no teu coração... Inclusivamente, procuraste a maneira de ser eu que te indicasse quem deverias matar. E julguei eu, quando tal me perguntavas, que era tudo causado pelos teus ciúmes. Além disso, nem se altera a injustiça.
Templewood não quis continuar a ouvi-la. Era preciso retÊ-la consigo, pois de outro modo não lograria convencê-la para que não o abandonasse.
Acercou-se da jovem e abraçou-a com força, enquanto lhe dizia:
- Amo-te, Lorna, amo-te muito.
A jovem tentou libertar-se do seu abraço, mas impediram-na os músculos do mancebo. Reteve-a com força, apertando-a apaixonadamente contra o coração.
- Lorna! Lorna! Não podes deixar-me se me amas - gritou.
Acercou-se para a beijar, mas a jovem não correspondeu À carícia. Pelo contrário, permaneceu imóvel, com os olhos bem abertos e os lábios cerrados. Sherry, assombrado, largou-a.


Lorna, pálida, contendo a sua amargura, mas com uma decisão que o mancebo não esperava, disse:
- Não posso continuar a teu lado, Sherry. Quis-te muito e só vivi para esperar-te. Mas nunca julguei que pudesses mudar tanto. Não és o mesmo de quem me enamorei.
- Ninguém o seri depois daquilo.
- Seguramente... Mas nem tu mesmo te reconhecerias. Deverias ver esses olhos sem vida, esses olhos que só esperam ver a vingança e a morte. Em ti, Sherry, morreu todo o sentimento, mas, além disso, tu também o desejas morto. Não queres voltar a viver.
Templewood baixou a cabeça olhando a terra em que se encontrava. Tudo parecia ter-se afundado em torno dele.
Lorna murmurou, contendo as lágrimas:
- Adeus, Sherry, adeus.
Depois disto, deitou a correr, tão depressa quanto pôde.
(Coleção Búfalo, nº 60)

PAS235. De alma dilacerada

Três homens entraram no edifício.
Fora um dos armazéns mais importantes da localidade e ainda contava com muitos clientes. Travers considerava-o um bom negócio e decidira anexá-lo.
Mas Aiken o proprietário, nem sequer o escutou quando propôs a compra.
Pela cidade correra o boata do que ia suceder, pois alguma coisa acontecera e receavam que a todos sobreviesse a mesma desgraça, pois todos se sabiam ameaçados por Travers.
Lorna assomou à janela e, quando viu os trÊs homens, receou o pior.
Aiken em pessoa, um ancião de cabelos brancos, saiu ao encontro dos três homens.


Decidido, perguntou, apesar de imaginar do que se tratava:
- Que desejam?
Um deles explodiu:
- Este edifício é nosso! Fora daqui!
Aiken olhou-o, sem se curvar.
- Esta casa é minha. Não me deixarei espezinhar.
O chefe contemplou-o, sorrindo. A esposa de Aiken, tão velha como ele, saíra atrás do marido, pálida e assustada. O bandido fez sinal a um dos homens e este, de um pulo, colocou-se junto da mulher, apontando-lhe o revólver.
Depois, o chefe do grupo inquiriu:
- Estás seguro de que não te vais embora?
Aiken fixou-o um momento e depois baixou a cabeça.
- Como queiram!
Dispunham os dois a ir-se embora, quando um dos bandidos se aproximou do velho  e deu-lhe uma bofetada. Aiken olhou para ele atónito, sem compreender.
- PorquÊ? - perguntou por fim.
O desalmado sorriu, fanfarrão.
- É para não ires de mãos a abanar.
Cabisbaixos, os dois velhos abandonaram o que representava o esforço de toda uma vida.
Lorna, do quarto da sua casa, viu-os afstar-se, sentindo que a alma se lhe dilacerava.
(Coleção Búfalo, nº 60)

sábado, 25 de janeiro de 2014

PAS234. Como se os projéteis se cravassem no próprio corpo

A rua estava deserta e solitária. Todos tinham procurado esconder-se, amedrontados e os desocupados que vagueavam pelas ruas procuravam refúgio por trás das portas dos «saloons».
O que dirigia o grupo de malfeitores contemplou Judson com um sorriso de escárnio e depois exclamou:
- Isto é o que acontece aos que querem passar por desembaraçados. Tu quiseste aproveitar-se do dinheiro dos outros e não pagar.
Naquele mesmo instante, Sherry chegou à rua e deteve-se, surpreendido com aquela gente que procurava deixar livre a calçada e aquele grupo de homens que se tinham congregado contra um só, que se mostrava assustado, mas não vencido.
Judson, ante a acusação do chefe dos bandidos, respondeu.
- Sois uns assassinos. E Travers é igual a vocÊs. Fizeram todo o possível para me arruinar. Primeiro afundaram o meu negócio e depois emprestaram-me dinheiro com o fim de ficarem com o estabelecimento.

PAS233. Um tiro na rua deserta

Contexto da passagem: Acusado de ter matado um jovem, Sherry Tempewood fugiu de Dottown, jurando voltar para se vingar. Assim fez, passados cinco anos. E logo encontrou Lorna...

Lorna ergueu de novo a cabeça e contemplou, embora com os olhos cheios de lágrimas, o semblante do cavaleiro. Só o ódio o animava, um ódio superior a tudo quanto poderia importar na sua existência. Era certo o que a sua mãe dissera. Os cinco anos de separação tinham-no mudado tanto que não o podia reconhecer.
- Está bem - disse. - Não há nada em ti do antigo Sherry.
- Não - reconheceu o jovem. - Mataram-no naquela manhã que os dois recordamos tão bem.
- Então, não deverias ter voltado - explodiu ela. - Pelo menos, faríamos de ti outro conceito.


Templwood deu um passo em frente. Tinha muitas perguntas para fazer e não queria separar-se sem conhecer a resposta.
- Não estranho essa tua atitude. Talvez tenhas mudado muito mais do que eu, inclusivamente de nome, nesses cinco anos.
Lorna fitou-o, por sua vez, e, sem mais palavras, deitou a correr rua fora, com uma mão nos olhos.
Sherry seguiu-a com o olhar e depois dispôs-se a correr atrás dela, enquanto chamava:
- Lorna! Lorna!
Naquele momento soou um tiro que alterou por completo o silêncio da rua, enquanto o projétil passava assobiando junto do chapéu do jovem.
Templewood voltou-se em seguida, arvorando o «Colt» e buscando o adversário que disparara sobre ele.
Mas a rua estava deserta, sem uma única pessoa que pudesse ter dado ao gatilho.
(Coleção Búfalo, nº 60)