sábado, 28 de fevereiro de 2015

BIS080. O paraíso dos bravos


(Coleção Bisonte, nº 80). 

BIS079. O xerife

(Coleção Bisonte, nº 79) Texto e capa indisponíveis.

BIS078. O mascarado



 
(Coleção Bisonte, nº 78)
 
Quando Ernie voltou à terra natal depois de ter passado alguns anos no Leste a estudar engenharia todos ficaram desiludidos com o seu aspeto. Que fora feito do rapaz que um dia tinha partido. Ernie voltada vestido de maneira diferente e até os seus modos nada tinham a ver com o que fora, levando a sua eterna namorada a virar-lhe as costas.
Factos estranhos ocorriam na cidade. Alguns rancheiros eram roubados, outros eram abandonados devido a chantagem, mas um estranho mascarado por vezes fazia justiça e ajudava os mais humildes.
O desafio deste livro é descobrir a relação entre Ernie e o mascarado justiceiro. Atendendo ao autor, Orland Garr, não choca que quem traga a justiça seja alguém um tanto marginal à sociedade em que (não) se integra…
Deste livro deixamos algumas passagens para vos criar vontade para proceder ao seu download.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

PAS437. Um pistoleiro reencontra o seu caminho

O vento brincava com o flutuante véu negro que lhe cobria os cabelos escuros, de tons azulados sob os raios solares, e penteados com risca ao lado. O rosto moreno, as finas sobrancelhas e o perfeito desenho dos lábios rubros davam-lhe um ar de mexicana, quiçá destacando uma distinção de raça que se mostrava impregnada pelo sangue espanhol.
A sua beleza, uma beleza serena, escondia debaixo da fria capa da pele um fogo ardente e uma paixão avassaladora. Os olhos rasgados em amêndoa voltaram a erguer-se, um tanto altivos, e cravando-se nos de Chuck com a agudeza de punhais. Aquele olhar tinha algo de castigador, e o homem, arrependido da sua secura, imediatamente a dissipou. Observando-a melhor, descobriu a sua figura gentil, bem torneada, a saia revolta, que deixava a descoberto os sapatinhos cobertos de pó e descobriu também... O fresco raminho de margaridas que as suas mãos empunhavam apertando contra o túmido busto. Realmente este detalhe foi uma revelação superior a todas as palavras...
— Devo estar muito mudada, Chuck — respondeu ela. — Ou talvez tenha sonhado demasiado com o teu regresso. Esperava que voltasses por minha causa... Desculpa-me. Já vejo que nem sequer te recordas de quem sou.
— Trindade! — exclamou então Chuck com incontida força. — És tu! Não posso enganar-me.
— Sim — assentiu ela com pena. — Sou a Trindade. Uma pobre tonta que sonha acordada. Cinco anos não foram suficientes para apagar as minhas ilusões... e agora, em cinco segundos, ficaram mortas para sempre. Afastaste-me de ti, Chuck, como afastaste tantas coisas à tua partida. Segue o teu caminho e... e que Deus te proteja.
-- Espera! — ordenou Chuck, saindo do assombro em que se encontrava. — Não... Não podia imaginá--lo... Embora apenas tu pudesses ser capaz de uma fidelidade semelhante. Tu, Trindade Gonzalez. O destino reuniu-nos outra vez. Espera, por favor.
— Para quê? É um engano invocar o destino quando os corações estão secos, Chuck. Tu já não me queres; nem eu poderia querer-te, mesmo que me pedisses de joelhos.
— Não te vás embora — insistiu Chuck. — E perdoa-me todo o mal que acabo de causar-te. É verdade que não te reconheci a princípio... mas também é verdade que durante estes últimos tempos tenho pensado muito em ti.
— Obrigada, por essa mentira. Mesmo que o seja ajuda a mitigar a dor.
— Julgas que estou mentindo, Trindade?
— Creio — disse ela com firmeza. — Muitos me avisaram mas eu não quis ouvi-los. Agora podem rir-se à vontade. Já sabes que estava louca por ti. Eras o meu primeiro amor, o verdadeiro amor. O homem dos primeiros beijos e das primeiras carícias, cuja imagem se grava no coração para sempre. Uma vez disseste-me: «Hei-de voltar, meu amor. Voltarei ainda que passem mil anos e então casar-nos-emos». — Trindade fez um angustioso ponto final. — Só passaram cinco anos. Agora compreendo que tomei as tuas palavras demasiado à letra. Adeus, Chuck. Deixa-me só com a tua mãe. Compreendo melhor os mortos do que os vivos.
Trindade Gonzalez afastou-se para o lado para o deixar passar. Tinha inclinado a cabeça e os seus grandes olhos, de moira, brilhavam com luz de lágrimas. Chuck Camely aproximou-se dela e apoiou, em silêncio, a mão no seu braço. A carne palpitou, estremecendo àquele contacto.
— Essas flores são para ela, não é verdade? — perguntou num murmúrio.
— Sim, Chuck. A tua mãe queria-me muito...
— Mas não tanto como eu.
— Não profanes a sua memória! E, por favor, Chuck... deixa-te de me fazeres sofrer! Estás-me aniquilando sem piedade!
— O mesmo poderia dizer de ti. Tem um pouco de piedade.
— Assim falas tu... tu que a desconheces por completo?
— Disse que voltaria... e voltei. Não por ti, confesso. Mas tudo mudou desde que pisei o solo de Passo Estreito. Cinco anos ficaram para trás, Trindade, mas a recordação deles faz-se agora demasiado forte. Eu queria convencer-te, dizer-te que não sou um cínico... — Chuck levantou o queixo e respirou fundo. — Não chores — pediu. — Poderemos recomeçar.
— Vai-te, Chuck. É melhor assim.
— E tu?
— Eu? — Trindade mordeu os lábios.
— Que importa! — Importa-me a mim. Dize-me alguma coisa. Insulta-me. Bate-me, se julgas com isso mitigar a tua dor, mas não me desprezes dessa forma.
— Seria um consolo físico... e muito fugaz, Chuck. Esperei cinco anos para ter uma outra espécie de consolo. — Trindade limpou as lágrimas com as pontas dos dedos e recobrou a sua serena valentia. — Quando te foste embora de Passo Estreito, tinha eu dezoito anos. Agora vou fazer vinte e três. Nesta terra as mulheres casam-se jovens, Chuck, mas eu não me importei de deixar passar esse tempo. Amava-te intensamente. Era um segredo que partilhávamos, com esperança, tua mãe e eu. Ela morreu e tu mudaste. Creio que perdi os meus dias sendo fiel a uma quimera absurda.
— Odeias-me muito, Trindade?
Ela tremeu e teve que voltar a morder os lábios para não romper em soluços.
— Sim — suspirou. — Odeio-te com toda a minha alma…
— Vou-me tirar de dúvidas...
— Chuck! — atalhou a jovem.— Não te atreverás a...
— Atrevo-me, sim... porque eu também te odeio da mesma forma. Não te pedirei nada se é certo que me aborreces, mas, antes disso, quero assegurar-me dos teus sentimentos... porque eles podem representar para mim Uma mudança fundamental da minha vida.
— Não julgues que me convences com palavras.
— Bem sei. Precisas de factos, Trindade, e tê-los-ás...
— Que vais fazer, Chuck?
— Vou beijar-te — respondeu ele, pousando ambas as mãos nos seus ombros — O primeiro beijo de há cinco, anos... e o último se assim o quiseres. Tens o direito de decidir. Escolhe, Trindade. Cinco anos separam os teus lábios dos meus. Agora, depois de tanto tempo passado, podes tirar a prova se um instante apenas bastou para avivar a fagueira que se consumia no meu coração,
— Não, não... Deixa-me! Já te disse que me deixes, oh...!
Chuck Camely atraiu-a com força para si e segurou a boca, sedenta, ardendo em brasa, de Trindade Gonzalez. Ela lutou e tentou resistir-lhe cerrando os lábios, para não provar as carícias do homem que intentava convencê-la com mentiras. Mentiras?
Foi um beijo grande, absorvente, o beijo que Chuck Camely lhe deu, depois de cinco anos de ausência.
Por fim, vencida, Trindade abraçou-o, apertando-lhe a cabeça entre os braços e as margaridas, esquecidas, caíram no chão. O vento soprou fazendo ondular as saias da mulher. Ali, unidos num amplexo, recomeçava a vida de um pistoleiro ressurgindo das tépidas cinzas que formavam o seu passado. Talvez acabasse de se encontrar a si próprio, quando já tudo parecia perdido.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

PAS436. Uma voz familiar no cemitério

Não soube com segurança quanto tempo permaneceu naquela posição. Talvez tudo se tivesse imobilizado à sua volta, exceto o túmulo humilde em que a sua mãe dormia o sono eterno. Inclinou a cabeça, quase com devota unção e murmurou umas palavras com uma voz quase impercetível. Era a despedida, o último e definitivo adeus. Jamais voltaria a Passa Estreito. Nunca, enquanto pudesse evitá-lo. Ia afastar-se em seguida do cemitério quando, lenta e sugestiva, soou por detrás dele, com suavidade e carinho, uma voz:
— Queres que rezemos juntos, Chuck? Eu também vim orar por tua mãe.
Chuck Camely estremeceu, como que atordoado por um pressentimento de ignorados augúrios. Aquela voz acariciadora e límpida...! Não, não podia afirmar com certeza que pertencesse a alguém conhecido e, não obstante, no mais profundo do seu ser, sentiu pulsar mais forte o coração, batendo de tal modo desordenado e louco que fez afluir o sangue em borbotões ao seu cérebro. Era uma voz familiar... com uma familiaridade que sem dúvida datava de muito longe! Não se moveu do sítio em que se encontrava, tal como se estivesse pregado à terra acolhedora do cemitério. Amachucou o chapéu entre as mãos, fazendo poderosos esforços para se lembrar. Lembrar-se... de quê? Santo Deus!, que angústia tão inexplicável! De novo aquela mulher, sem ser em tom de censura, perguntou:
— Não pensas que tardaste muito em voltar, Chuck? Eu própria começava a temer que te tivesses esquecido de Passo Estreito.
O famoso «gun-man» começou a girar, vagarosamente, sobre os, altos tacões das suas botas de montar, para, oferecer o rosto à desconhecida. Mas... que se passava? Que acontecia dentro do seu ser? Era tal como um temor indescritível que, ao mesmo tempo, espicaçava o agridoce êxtase de uma mórbida curiosidade.
— Quem é a senhora? — perguntou, olhando-a fixamente.
A mais desesperada desilusão se estampou nos olhos da jovem. Foi um desespero, sem um paliativo capaz de o mitigar, avassalador, aniquilante. Chuck compreendeu logo que ela esperava tanto ser reconhecida como ouvir palavras de emotiva alegria. Os seus olhos pestanejaram e as pálpebras baixaram-se. Houve um tremor na sua boca e nas mãos, tremor que se repercutiu, talvez, na alma amarfanhada pela deceção.
— Perdoe — acrescentou Chuck — mas creio que é a primeira vez que a vejo, senhora.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

PAS435. O pistoleiro visita o local onde os mortos descansam

O quase agreste cemitério de Passo Estreito encontrava-se à saída do sector Oeste da povoação, ocupando um declive da pouco elevada colina. Não estava longe porque assim era mais cómoda dar sepultura aos que deixavam o mundo. Tal como Chuck havia dito, o caminho constituía um curto passeio ao longo da qual, excetuando algumas dúzias de árvores empoeiradas, cresciam com profusão os catos e as estevas mexicanas, denunciando a proximidade da fronteira pela aspereza da paisagem.
Ali respirava-se paz, total recolhimento, silêncio típico de cemitério. Não existiam nem a vaidade nem o orgulho. Todos os que habitavam a última morada tinham os mesmos privilégios, idêntica posição e análoga fortuna. Os túmulos eram singelos, alguns mesmo sem lápide. Um monte de terra e uma simples cruz bastavam para assinalar a cova onde jaziam — decompondo-se em pó — as grandes ambições, os ódios, os amores mais violentos... Era uma pequena povoação de mortos situada muito próxima da dos vivos. Para os segundos persistiam as preocupações; os primeiros de nada necessitavam. Tinham chegado à meta onde irremediavelmente terminam todas as ambições humanas.
Não se via ninguém pelas cercanias e isto causava em Chuck uma sensação de bem-estar e de solidão que ele desejava em tais momentos. O vento, intermitente, levantava nuvens de poeira cujos impalpáveis grãozitos iam açoitar os descarnados braços das cruzes piedosas. O Sol caía a prumo, queimando como fogo implacável e cozendo as terras na imensa panela do Arizona. Não lhe foi difícil localizar a sepultura de sua mãe, porque apenas uma centena ocupava o fúnebre declive. Deteve-se diante dela, descobrindo-se reverentemente e leu a irregular inscrição na cruz, onde se tinha respeitado o nome de solteira, talvez porque o apelido do marido tivesse sido tão manchado em vida como agora o estava o do filho.
MAGDA LAYSON
Descanse em paz

Este era o epitáfio. Não havia datas, porque talvez o ignorassem aqueles que se encarregaram de a enterrar, e Chuck estava muita longe dali no momento em que aconteceu a desgraça. Permaneceu imóvel, com o claro chapéu nas mãos, os olhos fixos na tumba de simples terra e no murcho raminho de margaridas que descansava sobre ela. Não pôde evitar uma pergunta que o torturava como uma maldição.
Quem deixara ali as flores? Não tinha família em Passo Estreito. Talvez se tratasse de um desconhecido que sentiu, em vida, sincero carinho pela desventurada Magda Layson. Estava dentro da lógica, mas, por mais esforços que fizesse, era-lhe impossível recordar a pessoa capaz de se sentir nessa obrigação e que o tivesse visto na povoação.
O raminho estava seco pelo sol e pela falta de água. Pelo menos devia ali estar havia uns três ou quatro dias. Teria dado qualquer coisa para conhecer a boa alma e agradecer-lhe os incómodos. Talvez fosse algum daqueles velhos que se afastavam agora com respeito à sua passagem. O doutor James, Peter Slanger... o próprio Hancock, que sempre se portara cordialmente com os Camely. Quem sabe? Podia ser qualquer deles... e talvez nenhum. O certo, a única coisa certa, é que ali repousavam os restos mortais da sua mãe, que havia flores no seu túmulo e que ele, depois de cinco anos passados, voltava a achar-se na sua presença ainda que fosse apenas sob um ponto de vista simbólico.
Talvez ela o estivesse contemplando lá do alto, voltados para ele os seus bondosos olhos e com um luminoso e doce sorriso nos lábios. Chuck Camely sentiu necessidade de lhe falar, mas a emoção embargava-lhe a voz pondo na sua garganta um apertado nó e comprimindo-lhe os lábios. Quantas coisas relembrou em tão pouco tempo, banhado pelo infernal sol e acariciado pelo vento que levantava nuvens de poeira! A sua infância, a adolescência, aquela fuga desenfreada no dia fatal. Sim, tinham passado cinco anos. Mas... que são cinco anos na vida de um homem, quando ele volta a cabeça para olhar o passado? Apenas cinco minutos. «Cinza» Mildson teve razão ao predizer-lhe que nunca deveria ter voltado a Passo Estreito.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

PAS434. Emoção do homem mau no regresso à terra natal

Dizem que até no coração do homem mais duro existem sentimentos ide ternura. Uma verdade que pode parecer discutível e que, não obstante, continua sendo verdade, mesmo contra todas as expectativas. Há ternura na dureza, do mesmo modo que a bondade nasce, ocasionalmente, onde o mal assentou os seus arraiais. Sobre isto muito podia ter falado, Chuck Camely ...especialmente naquela manhã em que decidiu relancear um último olhar por sobre o aglomerado de casas rústicas que constituíam Passo Estreito, no Arizona.
Há coisas difíceis de explicar e esta era uma delas. Ele, um homem sem dúvida duro, cujo nome corria de boca em boca por todo o Sudoeste, sentiu ternura, nostalgia e uma ponta de pena ao contemplar Passo Estreito da crista arredondada que formava a suave colina. Estava ali de novo, ante a pequena povoação fronteiriça, tal como se não tivessem passado cinco anos de ausência, ou a mão do destino, caprichosa, tivesse apagado para sempre a enorme folha do seu passado turbulento.
«Cinza» Mildson e Soundy, seus inseparáveis companheiros de aventuras, também notaram a intensa emoção que ele em vão se esforçava por encobrir no mais recôndito do seu peito. Talvez não existissem causas aparentes para tal estado. Possivelmente a origem de tudo não poderia cifrar-se em aparências, porque os motivos se achavam muito fundos, ocultos, e gravados no cérebro e no coração de Chuck Camely.
Diante dele, meia milha para o Sul, estendia-se Passo Estreito. «Cinza» e Soundy apenas sabiam uma coisa: que em Passo Estreito tinha nascido o homem cuja evocação, apenas, bastava para causar respeito em todo o Arizona. Agora, cinco anos passados, voltavam a encontrá-lo no seu caminho. Eram inúmeras as recordações que em Chuck despertavam as quarenta e tantas casas de madeira que compunham Passo Estreito e era-lhe difícil subtrair-se ao encanto de algo que talvez pudesse ser... e que afinal não foi.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

PAS433. Perigos de novo encontro ao luar

Oculto no bosquezinho de álamos próximo à divisória do seu rancho com as terras de Harper Patterson, Jesse Lasky esperou pacientemente que despontasse a lua.
O tempo decorreu sem que coisa alguma interrompesse o silêncio da noite tranquila, e, de súbito...
O ruído de uns cascos de cavalo que chocavam com o solo chegou claramente aos ouvidos do jovem. Deitado sobre umas moitas que cresciam ao redor de uns troncos, Jesse Lasky viu aproximar-se um cavaleiro solitário quase ao mesmo tempo...
A uns trinta metros de distância, para o seu lado direito, quase no extremo do bosquezinho, notou outras duas sombras escuras que se moviam lentamente ao encontro do cavaleiro que se aproximava.
Um minuto depois Jesse sabia já, com absoluta certeza, que Klondy Patterson tinha acudido ao encontro que lhe tinham marcado como se fosse ele. E como tudo estivesse já planeado de antemão...
No preciso instante em que a jovem chegava a poucos passos dos álamos, exatamente quando refreava o seu cavalo; uma corda serpenteou pelos ares e o laço caiu-lhe exatamente sobre os ombros.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

PAS432. Desejos de vingança

Harry Berle foi enterrado no dia seguinte, na propriedade dos Lasky. Jesse tinha enviado um carro e certo número de rapazes para levarem o cadáver.
Moyland, o trabalhador companheiro do morto, foi encarregado de encher de terra a tumba do amigo, enquanto os outros, com as vozes roucas de emoção e com os rostos lúgubres, cantavam um hino.
Acabado o ato piedoso, Jesse Lasky e os seus homens iniciaram o regresso ao rancho. A silenciosa cavalgada avançava agora, indo cada um dos componentes entregue aos seus próprios pensamentos, embora os sentimentos fossem idênticos e compartilhados por todos.
À cabeça do grupo, Jesse Lasky, com as frias pupilas iluminadas por um brilho estranho, conduzia o «Bailarino» maquinalmente. Mal dava conta do caminho que percorria. Foi a voz do que seguia a seu lado, precisamente Moyland, que o fez voltar à realidade.
O vaqueiro, amigo do morto que acabavam de enterrar, havia exclamado:
— A isso chamo eu ter valor. Olhe quem vem aí, patrão! Que me enforquem se não é a filha de Patterson em pessoa!
O vaqueiro não se enganava.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

PAS431. Provocação assassina

Budd Holt, o pequeno capataz de Harper Patterson, apeou-se ido seu cavalo à porta do principal «saloon» do povoado. Num gesto instintivo puxou as pistolas um pouco para a frente e começou a subir ais escadas que separavam da rua o «saloon». Depois empurrou os guarda-ventos.
Já dentro da sala examinou os fregueses com os seus olhos pequenos. Tinha as mãos a uma polegada dos seus revólveres. Ia ali dar um golpe contra. os Lasky, mie ks era um pistoleiro demasiadamente sabido para se deixar apanhar desprevenido.
Junto do balcão, com os pés assentes na respetiva barra, notou dois homens que estavam a beber. Reconheceu-os imediatamente como empregados da família Lasky e sorriu.
Budd Holt ia à procura de sarilhos e sentia-se animado pelo desejo de matar.
Avançou para o balcão, com os ombros retraídos, as mandíbulas rígidas e todo o corpo encolhido.
O taberneiro acabava de passar um copo por água, quando se voltou para ele.
— Um «whisky»... e depressa — ordenou perentório.
A bebida foi-lhe servida imediatamente e ele engoliu-a com igual rapidez.
— Outro! — pediu. — Imediatamente!
Atirou, com petulância, um dólar sobre o balcão, enquanto perguntava ao taberneiro;.
— Apareceu pelo povoado esse «medricas» do Jesse Lasky?

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

PAS430. Tiros na noite dum encontro secreto

Naquela noite, à hora da ceia, Harper Patterson esteve de muito mau humor e falou pouco. Não notou que a filha, também estava silenciosa e preocupada com os seus pensamentos. Como também não notou que...
Acabada a ceia, quando se retirou para os seus aposentos que utilizava coma escritório, a sua filha deslizava, até às cavalariças e aparelhava um cavalo. Em compensação…
O pequeno capataz Holt, que se encontrava a fumar um cigarro, junto ao extrema da cerca, viu-a quando se afastava dali a galope. Imediatamente, o mirrado homenzinho aparelhou outro cavalo e partiu atrás dela.
Quando alcançou o caminho, a lua começava a surgir pelo lado oriental do planalto. Uma sombra diminuta, que corria pelo caminho, revelou a Holt tudo o que ele desejava saber. Klondy Patterson dirigia-se para o rancho dos Lasky.
E assim era. Correndo sem olhar para trás, a rapariga seguiu pelo caminho até ao ponto em que este penetrava pela boca de um curso de água e se dirigia para o Norte. Ali Klondy voltou para Oeste.
Atrás dela a lua mostrava o seu esplendor de uma velada brancura, cabriolando no mar de relva, salpicado de figueiras silvestres e nopais.
O cavaleiro que a seguia podia fazê-lo facilmente a meia milha de distância. Por isso, a rapariga sem poder suspeitar de que era seguida por alguém, continuava o seu caminho tranquilamente. Assim andou cerca de cinco milhas e, por fim, ao chegar junto a um pequeno bosque de álamos, parou. Enquanto desmontava, ouviu uma voz de homem que a interpelava:
— Então sempre veio?

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

PAS429. Um relincho na noite escura

Esmorecia a tarde. Para as bandas do Oeste, atrás do Baboquivari Peak, acabava de se esconder o sol. A ténue obscuridade do crepúsculo, que ia aumentando sem cessar, depressa se transformaria num tenebroso manto de sombras que envolveria, durante algum tempo, dissimulando-a, a desoladora monotonia da paisagem.
Um pouco mais tarde despontaria a lua e o firmamento povoar-se-ia de milhões de estrelas cintilantes.
Os sons propagar-se-iam com maior nitidez. Um ou outro dos animais que povoavam aquelas solidões daria sinais de vida no seu noturno vagar, para procurar alguma presa. Os catos e as «choyas» (1) projetariam as suas sombras na areia, como que num intento de animar um tanto a paisagem, povoando-a de espectros fantasmagóricos.
E, contudo...
Nada daquilo diminuiria a avassaladora solidão. A não ser, talvez, fazer ressaltar com maior intensidade do que nunca a grandiosa imensidade dos mistérios da Natureza.
Porque o deserto continuaria a ser o mesmo.
Ali, naquelas paisagens de desolação e morte, não se podia pensar outra coisa. Ainda que, por vezes...
O cavaleiro que avançava para o Norte, esquadrinhando, sem cessar, o terreno que o rodeava, parecia estar acostumado àquele ambiente. Conduzia o cavalo com pulso firme e seguro sem mostrar a menor hesitação.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

PAS428. Uma perspetiva sobre o Arizona, o Estado Bébé

Chamam ao Arizona «O Estado Bebé» (Baby State), mas, de todos os Estados da América, é, certamente, o que recebeu o apodo menos apropriado. Este extenso território, mais de metade da superfície de Espanha, possui quase tantas terras situadas verticalmente, como horizontais.
Pela sua extensão é o quinto Estado da União.
A origem do seu nome induz em erro, sabendo-se que deriva do termo «Arizona» que em índio «papago» significa «região de pequenos cursos de água».
 O visitante poderia julgar, por isso, que se ia encontrar num oásis, com sussurrantes cursos de água e límpidos mananciais, mas...
Bem longe disso, a Natureza fez Arizona completamente árido. O seu único grande rio, o Colorado, que forma a maior parte da sua fronteira ocidental, tem a sua origem noutro Estado.
Os únicos cursos de água de relativa importância, o Gile e o Salto, são alimentados por pequenas torrentes que somente têm bastante água na época das chuvas. No entanto...
 O Governo intentou, e com notável êxito, transformar Arizona num oásis artificial. Duas represas gigantescas, a «Boulder Dam», no Colorado, e a «Roosevelt Dam», no Salt, proporcionam a água necessária para a rega de vastas regiões, hoje em dia férteis.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

BIS076. Duas balas para um coração

(Coleção Bisonte, nº76)
 
 
 
Apesar de um estilo menos agradável tendente à geração de suspense, este livro até é engraçado, ao contrário do que geralmente ocorre com o sr. Kirby que eu arrumo no lote dos autores chatos apesar de bem documentados.
Este livro inicia-se de forma muito engraçada com o encontro noturno de Klondy e Jesse, encontro que se prolongou em passeio e depois se repetiu por duas vezes, sabendo a pequena que Jesse queria vingar a morte do irmão cuja responsabilidade atribuía à família. A certa altura perde-se em cavalgadas para a esquerda e a direita e assim se ocupa a parte final até à descoberta do verdadeiro assassino do irmão de Jesse.
Naturalmente, tudo acabou em bem e Jesse e Klondy viveram felizes para sempre sem necessidade de mais encontros secretos

 
 

domingo, 15 de fevereiro de 2015

BIS075. Homens sem medo

(Coleção Bisonte, nº 75)
 
Uma história que evoca a gloriosa luta de um grupo de homens que procuravam a independência para um novo país. Tex Taylor documentou-se bem e elabora uma trama engraçada.


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

PAS427. Cavalgando com o inimigo

— Não devo ir contigo nem juntar-me a eles. Não é sítio para uma rapariga como eu.
— Desde que vás acompanhada por mim, não faz mal. Toda gente me respeita. Preciso agora de ti mais do que nunca. Abandonar-me-ás?
— Não tenho outro remédio. Um dia, mais tarde, depois de atravessares a fronteira, talvez vá ter contigo. Então, será um caso muito diferente. Adeus, Jerry!
Procurou obrigar o cavalo a executar meia-volta mas o bandido deitando-lhe a mão direita às rédeas, imobilizou-o, enquanto dizia:
— Não me deixarás, Marjorie. Sou eu que te ordeno.
A jovem olhou-o de alto abaixo. Embora sentisse medo, retrucou audaciosamente:
— Que direitos tens tu para me obrigares a fazer uma coisa contra a minha vontade? Estiveste afastado de mim e de casa imenso tempo. Durante todo esse tempo não te dignaste enviar-me uma linha que testemunhasse a mais insignificante lembrança. Por fim, venho a descobrir que estavas na cadeia. Considerei que tinha perdido o meu irmão para sempre. E agora pretendes dar-me ordens! Não posso juntar-me a ti, perdes-me como tu já estás perdido. Quero regressar, percebes? E regressarei, mesmo que isso te desagrade. Solta o cavalo! 
A boca do patife escancarou-se numa gargalhada fe- roz, enquanto os olhos lhe brilhavam de ira.
— Não penses mais em retroceder, Marjorie Tucson. Estás nas minhas mãos, compreendes? És a garantia da minha pele, se alguém quiser deter-me.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

PAS426. Oração pela tradição e leis da fronteira

Anthony Dewey fazia parte do primeiro grupo de exploradores que haviam pisado aquelas terras. Em tempos havia lutado contra os índios, em defesa das terras que estavam a ser colonizadas. O seu corpo marcado por inúmeras cicatrizes mostrava que cometera não poucas façanhas. A maior parte da sua vida passara-a naquele bocado de terra. Ali haviam nascido Ben e Mary e ali enterrara a sua esposa, que morrera quase sem tempo de dizer adeus aos seus. Adorava aquele rincão de que não tencionava separar-se. E não se podia dizer que ali a vida fosse um perpétuo mar de rosas.
Tinha cinquenta anos. Apesar da idade, Dewey era um homem bem conservado, corpulento e activo. Vigiava todo o rancho e obrigava a sua equipa de vaqueiros a movimentar-se com uma precisão matemática, tarefa em que só um homem muito experimentado nos diversos trabalhos de uma fazenda conseguiria êxito.
Os vizinhos apenas podiam dizer bem dele. Tomando o comando dos seus vaqueiros, participara na verdadeira guerra desencadeada contra os ladrões de gado que infestavam a fronteira, até conseguir o seu qual total extermínio. Conhecia perfeitamente o género de homens que vivam no Oeste, sabia classificá-los, e muito poucas vezes era obrigado a modificar a opinião formada, mesmo quando esta provinha de urna observação rápida.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

PAS425. Um foragido que invoca o nome de Deus

Já era noite fechada. Inquieta, Mary Dewey levantou-se da cama, onde se encontrava. Os vaqueiros dormiam depois da dura faina diária. Ben e seu pai também já haviam recolhido aos respetivos aposentos.
Tinha-lhe parecido ouvir uma leve pancada nos vidros da janela. Encolheu-se toda, sentindo um terror infundado, um medo inexplicável.
Passavam alguns segundos. De novo uma pequena pedra veio bater nos vidros com um ruído seco. Mary, apesar de mulher, cobriu-se com um roupão e avançou para a janela, embora sem se atrever a acender o candeeiro de petróleo colocado sobre a mesinha de cabeceira. Receava aproximar-se. Mas a sua índole rebelava-se não lhe permitindo que se voltasse a deitar sem primeiro averiguar qual a causa daqueles insólitos ruídos.
Teve de fazer um enorme esforço para se dominar e não saltar um grito. Debaixo da janela, com a cabeça quase à altura do peitoril, viu um homem. Estava encostado à parede e parecia esgotado.
Outra, em seu lugar, talvez tivesse gritado pelo pai, pelo irmão ou pelos vaqueiros. Mas uma voz interior sobrepôs-se a todos os seus receios, dando-lhe a coragem suficiente para abrir a janela e debruçar-se. Bem vistas as coisas, ela não corria perigo algum. No Oeste, de acordo com as leis da fronteira, a Mulher era respeitada por todos.
O luar mal permitia ver o rosto do homem. As faces, intensamente pálidas, apresentavam-se cobertas por uma barba espessa e negra. Mary Dewey, ao reconhecê-lo, quase ia soltando um grito. Por fim, conseguiu exclamar:
— Você!
— Ajude-me, por favor! — articulou a custo o homem com urna voz que o cansaço tornara quase inaudível. — Estou ferido, cheio cie fome e com uma tremenda infeção. Não sei para aonde ir. Roubei um cavalo, mas tive de o abandonar rebentado, a umas quatro milhas daqui. Estou à morte, senhora. Se no seu coração há lugar para um pouco de piedade, implora--lhe que me ajude.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

PAS424. O anjo no caminho do bandido

Contexto da passagem: na sua fuga da prisão, Jerry e Buck assaltam um rancho. Jerry acompanha uma jovem a casa para recolher o produto do assalto. Buck ficou de vigilância
 
 
 
 
— Procure andar o mais depressa possível, senhora. Não é altura de procurar ludibriar este homem Latimer comporta-se corno um louco e poder-se-á converter numa verdadeira fera se suspeitar uma traição. Por si, por seu irmão, e pelo outro sujeito, que ficou com ele, procure ser rápida e despachar-se. Quanto mais rápida for, menos tempo a importunaremos com a nossa presença.
Ela manteve-se em silêncio.
Entrou primeiramente na sala de jantar, dirigindo--se em seguida para a cozinha. Jerry seguia todos os seus passos, observando-lhe os movimentos, como se receasse uma traição. Por fim ela entregou-lhe uma, bolsa de couro e, indicando-lhe a despensa, disse:
— Leve o que quiser. Tudo quanto está nesta casa, pertence-vos.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

PAS423. Retrato do foragido que temia a justiça

Jerry Tucson olhou em redor de si.
A poucas passos de distância do ponto onde se encontrava escondido, Buck Latimer, estendido sobre o terreno húmido, parecia escutar atentamente os estranhos ruídos da noite. A sua mão direita continuava empunhando a pistola, um «seis tiros» de grande calibre, com a qual acabava de tirar a vida a um dos guardas do presídio de Canyon City. Apenas o brilho assassino do seu olhar lhe traía a presença. Da boca não lhe saia o mínimo ruído, a mais pequena palavra.
Jerry tinha-lhe censurado a maneira como procedera. Teria sido relativamente fácil fugir ao abrigo da noite e alcançar a liberdade, sem provocar um inútil derramamento de sangue. Porém, Latimer achara conveniente suprimir um homem que, de modo algum, representava um obstáculo intransponível para a fuga.
Atrás deles, a máquina da Justiça começara a funcionar. Agora os agentes da Lei seriam implacáveis e nada no mundo faria que eles perdessem a esperança de lhes deitar novamente a mão. E, desta vez, pouco tempo permaneceriam na prisão. Aguardava-os um fim mais ignóbil. O espectro da forca perseguia-os.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

BIS072. Firme até à morte

(Coleção Bisonte, nº 72)
 
 
 
Dois homens fogem da prisão. Um deles é um assassino nato, outro um jovem um tanto inocente que enveredou pelo caminho do crime. Na fuga cruzam-se com uma família e o assalto só não é sangrento devido à atitude do jovem. Este acaba por ser baleado pelo companheiro e vem pedir auxílio àqueles a quem ajudou a assaltar, talvez impressionado por uns lindos olhos que tinha contemplado. E começa aqui a sua reabilitação ao participar na perseguição daquele que o acompanhara e agora se preparava para ludibriar a sua própria família.
Eis mais uma novela excelente de Joe Sheridan, talvez um pouco confusa na parte final, mas com muitos motivos de interesse.


sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

KNS030. A morte está escrita

(Coleção Kansas, nº 30). Capa e texto indisponíveis

PAS422. Uma mulher dá lição de tiro

Para Drek e para a maioria dos que a olhavam, aquela mulher parecia tão temível pela sua beleza como pelas armas que empunhava. Muitos dos que presenciavam a cena, tinham-na visto disparar. Drek ainda não, pois chegara àquela povoação apenas há uns vinte minutos. O caso passava-se em plena rua, quando havia mais gente nela, e como das outras vezes, em frente do «Frontier Saloon».
Havia agressividade no fulgor dos seus olhos esverdeados, na fúria vermelha dos lábios, nas linhas do seu corpo, no busto desafiante e alto, na cintura estreita, apertada pelo cinto do qual pendiam dois coldres apoiados sobre a curva de urna das ancas firmes e altas.
Neya Choy acabava de «sacar», palpitante de ira.
— Onde está a tua ousadia? Vamos, cobarde!
Tinha à sua frente um indivíduo bem vestido, cujo era de feições demasiado finas para homem e com rosto uma expressão cínica. Sabia-se com muito domínio sobre as mulheres e muito hábil com as armas. Por isso, respondia com um sorriso brincalhão ao desafio de Neya Choy.
— Não me ouves? Se não és um cobarde, demonstra-o!
Muitos pensavam: «Desta vez vai ser-te mais difícil, Neya... Esse indivíduo tem mãos de mestre».

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

KNS029.1 Encontro com «A Dama do Colt Frontier»

O jogo, as bebidas, e os ladrões de gado, sempre foram o triunvirato da vida agitada do Oeste. Este romance mais uma vez nos dá uma narrativa emocionante nesse campo, onde surge uma mulher que fazia profissão...
São estas as palavras de introdução a «A Dama do Colt Frontier», um livro assinado por A. Rolcest, um livro que encontrei perdido junto a uma gaveta abandonada com mais material que não tive oportunidade de analisar e que decidi imediatamente digitalizar, tal o modo como se me manifestara a sua imagem.
Esperava mais do senhor Rolcest que escreveu obras bem melhores, parecendo aqui completamente sufocado pela influência de Estefania. A capa, assinada por Cortiela, mostra uma mulher de arma na mão. Pretendia-se a mais bela da cidade, mas a capa nem lhe faz justiça. Deixamos uma passagem e a prometida digitalização.