sábado, 31 de maio de 2014

BIS062. A garra do jaguar

(Coleção Bisonte, nº 62)
 
Hulda City foi o nome dado à povoação, em homenagem à filha, criada por um antigo colono num vale onde antes acampavam os índios. Estes foram obrigados a retirar à medida que novos colonos, atraídos por uma publicidade eficaz, iam chegando. Fadner e o juiz Redcliff encarregavam-se de distribuir terras, conceder crédito e abastecer de mercadorias, juntando razoável pecúlio enquanto muitos daqueles desgraçados trabalhavam como escravos.
Alguém que não apreciava o seu comportamento saiu da comunidade e juntou-se aos índios. Ironicamente, esse homem serviria de guia a mais um grupo de colonos que estavam destinados a ocupar a terra onde ele vivia com os seus amigos índios e a sua «squwa». Esta veio a falecer nos seus braços vítima do ataque que os brancos desencadearam contra o acampamento índio.
Mas «a garra do jaguar» não deixou de marcar a partir de então todos os que colaboravam com Fadner e o corruto juiz.
Trata-se de uma novela com um sabor agradável, por vezes cansativa ao estilo do sr. Rolcest: no início, chata, depois misteriosa e a prender o leitor, no final perdendo-se em tiroteios, mas conseguindo juntar a heroína filha de Fadner com o jaguar que marcava os que o atacavam com garra.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

PAS311. Uma noiva esbofeteada

James, junto à chaminé, contemplava-o com os olhos muito abertos.
— Chefe — rugiu.
Palmer voltou-se e olhou-o. Um brilho demoníaco apareceu nos seus olhos. 
— Cala-te!
Mas James, aterrorizado, já se precipitava na sua direção. Havia perdido o controle dos seus nervos e nos seus ombros de adolescente havia um tremor espasmódico, como se estivesse para sofrer um ataque.
— Você não pode fazer isso, chefe! Não pode! Ela salvou-lhe a vida!
Ana descerrou as cortinas bruscamente e viu Palmer com o revólver na mão, apontando-lho, ao mesmo tempo que tinha o rosto deformado por uma máscara de ódio. Naquele momento, sentiu frio no seu interior e um estremecimento percorreu-a por inteiro. Mas não era causado pela medo, mas sim por uma espécie de asco. William Palmer, o pistoleiro, o homem que subsistia vivo graças ao seu revólver, morreu naquele instante para ela.
— As tuas infâmias só podem ter uma desculpa, William Palmer — sussurrou Ana, olhando-o nos olhos: — O teres nascido tão imensamente pobre.

O pistoleiro fez fogo então, friamente, atirando a matar.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

PAS310. Trágico reencontro

— Pobre pequena, como deves ter sofrido! Mereces que dedique a minha vida inteira a fazer de ti tudo aquilo com que sempre sonhaste. Nada receies, pensarei também em devolver esse dinheiro um dia,
Ana contemplou-o esperançada, um pouca atónita como se estivesse vendo na sua frente um homem completamente novo. E mesmo James, um bandido ainda adolescente que acompanhava Palmer, abriu os olhos que pareciam dois grandes ovos estrelados.
-- Oh! William! Se isso fosse certo!...
-- Pode ser que o seja, pequena. Deixa-me pensar durante a noite e amanhã decidirei. Porém, agora deves ir-te deitar, porque as últimas emoções te devem ter deixado desfeita. Olha, aqui tens o teu leito, tal qual o deixaste esta manhã. Podes colocar as cortinas e despir-te sem receio.
Ana estendeu a mão, estreitando com força a que o pistoleiro tinha livre.
— Oh! William! Se eu soubesse que é verdade que pensas devolver esse dinheiro!... Eu... eu mesma me encarregaria de o fazer...

PAS309. A história de Ana

-- Vivia numa casa isolada entre as montanhas com o meu pai. Este ficou viúvo muito jovem ainda e não voltou a casar-se. Eu tratava dele e da casa. — Ergueu os olhos para o xerife e este julgou ver neles uma luz de desesperada infelicidade. — Jamais falara com homens nem sabia o que era o amor. Pressentia-o somente, porque uma mulher sente sempre essas coisas. Um dia... um dia meu pai disse-me que não podia continuar a viver assim e que devia conhecer a vida de uma autêntica cidade. Só assim poderia decidir se queria continuar a viver isolada na nossa casa. Fomos a Forsite e... — as lágrimas envolviam a sua voz, fazendo-a terna e débil como a de uma menina... — e então encontrámos aqueles homens. Pretenderam beijar-me e ao intervir meu pai, mataram-no. Então principiei a passar de uns braços para outros e julguei morrer... Nesse momento surgiu William Palmer.

terça-feira, 27 de maio de 2014

PAS308. Candidata à forca


Contexto da passagem: Passaram dois anos sobre o encontro macabro com aquele par unido por um punhal. O pai de Ana resolveu levá-la à cidade para ela conhecer o mundo. Acabou por ser morto para a defender de pistoleiros impressionados com a sua beleza e ela é salva por William Palmer. Mas Palmer é um ladrão e assassino. Perseguido pelo xerife Clive Burkam, é salvo por Ana que o acompanha ao refúgio numa gruta. Aí planeia um golpe num banco e vem com o seu bando assaltá-lo. A coisa corre mal. Ana também vem à cidade e depara-se mais uma vez com Palmer em maus lençóis perante Clive.

 

William apertou os dentes e afrontou Clive.
— E para te ajudar, vou refrescar-te a memória!
As suas mãos moveram-se levemente e ambos os revólveres vomitaram fogo. Mas Clive Burkam, que não tinha deixado de seguir atentamente todos os seus movimentos, adivinhou o momento preciso em que aquilo podia acontecer, e saltou lesto até à fachada do Banco com a agilidade de um gato selvagem. O seu corpo, ao chocar, fez gemer as madeiras, e ao mesmo tempo: que as balas disparadas por Palmer sibilaram inutilmente através da rua, Burkam sacava dos seus dois revólveres!

PAS307. Um par macabro invade o mundo de Ana

Era a primeira vez que Ana ia sair do seu pequeno mundo.
Nascera numa miserável cabana situada entre duas montanhas, crescera nela e ali morrera sua mãe. Viu passar as caravanas de emigrantes pelo vale que se estendia a seus pés, contemplou alguns assaltos de índios selvagens assim como as malfeitorias de ladrões de gado e assassinos que se dirigiam para o Oeste. Mas, no seu pequeno, mundo, na cabana onde tinha decorrido toda a sua vida, nada mudou.
O território onde estava situada essa cabana era o de Nevada. Ana nasceu em 1850, quando ainda aquelas terras dos Estados Unidos eram, de certo modo, um recanto de paz. Em 1870, tinha, pois, vinte anos.
E o país mudara muito durante esse tempo. Inventaram-se novas armas: o «Colt» e a «Winchester» de repetição. Os punhais, facas e navalhas da marca «Bowie» tornaram-se mais largos, afiados e eficazes. Os homens tiveram cada dia mais ambições e desejaram novas terras, novos horizontes e riquezas. O Oeste encheu-se de gente que ansiava por viver, ainda que tivesse de matar e, por fim, os Estados do Sul e os do Norte envolveram-se numa interminável e sangrenta guerra. Tudo isto no curto espaço de vinte anos.
O país tinha mudado tão profundamente que já não parecia o mesmo.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

BIS061. A noiva do pistoleiro

(Coleção Bisonte, nº 61)
 
 
Este livro de Silver Kane começa de um modo digno da mestria do autor com a descrição da chegada de um par macabro junto da formosa heroína da novela. Depois, perde-se em tiroteios que têm como resultado a morte do pai da jovem e o encontro desta com o responsável pela cena anterior e que ela nunca tinha esquecido.
Ana segue esse pistoleiro porque ele lhe salvou a vida e protegeu-o mesmo contra a lei. Um pequeno pormenor fez que ela se apercebesse de toda a canalhice do homem a quem protegia e um desfecho imprevisto aguarda esta novela, entretanto novamente plena de interesse.

sábado, 24 de maio de 2014

POL069. Ku-Klux-Klan


(Coleção Pólvora, nº 69)

NOV010. Mais um título no blog «Novelas do Oeste»

Publicámos, hoje, no blog Novelas do Oeste, a digitalização integral do número 14 da minúscula Coleção Oeste que nos traz três contos de Edgar Caygill. O primeiro, o mais encorpado e que dá título ao volume, é «Lasso» Bill, onde se descreve a aventura de um homem valente que, na sugestiva Sun City, luta contra bandidos, geralmente mexicanos e contra índios, geralmente selvagens. Há de tudo: meninas bonitas, ataques, roubos, murros, marchas da cavalaria com cornetins exuberantes, mesmo ao estilo de Caygill. O segundo conto denomina-se «O homem que não ria» e o último e mais pequenino «O encontro».
Para os que apreciam aqui fica uma versão para download.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

POL066. O Sol queima a Terra


(Coleção Pólvora, nº 66)
 
"Pobre México. Tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos". Esta frase, proferida por Porfirio Dias, tornou-se célebre e ela retrata a debilidade trazida para um país por uma proximidade por vezes desastrosa. Acontece que Porfirio conduziu os destinos do México durante uma série de anos, caracterizando-se por entregar ao capital estrangeiro alguns recursos importantes do país. A acção da novela decorre tendo como pano de fundo o ambiente de revolta contra este poderoso do país o qual levou à formação de grupos guerrilheiros para o combater.
A. G. Murphy imaginou um conjunto de guerrilheiros que não olhavam a meios para atingir os seus fins e que podiam considerar-se criminosos. Num roubo, destinada a financiar a luta contra Porfírio, mataram os pais da personagem central da novela. Alguns anos mais tarde, começou a vingança e, um a um, os assassinos foram sofrendo merecido castigo. Acontece que uma bela menina era familiar de um deles. Como iria reagir o nosso herói ao encontrar-se com ela e conhecer os seus laços familiares? Esta novela deliciosa tem algumas semelhanças com a saga do Zorro e o nosso mascarado, vingador, até se faz acompanhar por um índio...
A capa, não assinada, mostra a forte mancha da colecção Pólvora.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

POL061. Uma águia entre abutres

(Coleção Pólvora, nº 61)
 
Allan Scuberry, «o Sério», era filha de um conhecido bandido, o qual foi morto pelo xerife Pat Ares. Allan tinha sido criado entre bandidos, alguns dos quais participaram na sua educação, designadamente no manejo de armas.
Após a morte d pai, todos esperavam que Allan o vingasse, abatendo o xerife. Ele próprio sentiu essa chamada, pensando que nunca mais seria respeitado se não o fizesse.
No momento do encontro com o xerife, ele convenceu-o que os culpados da morte do pai tinam sido os seus companheiros que o tinham arrastado para uma vida de crimes. Ele só tinha cumprido o seu dever. Allan interiorizou aquela justificação e dedicou-se à punição dos antigos companheiros do pai.
Esta novela de J. Tell, com um argumento interessante, não é muito convincente nem está muito bem redigida


domingo, 11 de maio de 2014

ARZ070. O último dos Belton


(Coleção Arizona. nº 70)

Continua a crise. O título, errado, aparece riscado. O correto surge em local não habitual...

sábado, 10 de maio de 2014

PAS306. O duelo final

Cinco tiros soaram quase simultaneamente e os cinco contendores ficaram envolvidos pelo fumo da pólvora. Quando este se dissipou, um espetáculo arrepiante encheu de pasmo todos os que haviam assistido a este duelo de morte. Dois dos pistoleiros acabavam de cair com as cabeças estoiradas pelas balas do ajudante de xerife. O terceiro, «Cat» Elliot, conservava-se de pé, cambaleante e com profundo espanto estampado nos olhos. A pouco e pouco foi vergando os joelhos até ficar ajoelhado no chão. Com voz entrecortada pelo estertor da morte, conseguiu ainda dizer:
- Phillip… Everton… vem… ces… te… me. – e caiu para a frente, para sempre.
Como um raio, Fred voltou-se para o velho comerciante. Este estava pálido como a morte. Nenhum dos dois fora ferido. Tinham, disparado um milésimo de segundo a ntes que os seus adversários e isso fora sufgiciente para lhes desviar os tiros.
- Tu és Phillip Everton? – perguntou com voz rouca.
- Sim, Fred Smith. Meu nome é Everton e não Simpson.
Perante esta resposta, o rapaz levou a mão ao bolso e extraindo dele uma bala de prata meteu-a rapidamente no tambor do seu «Colt». Depois, falou:
- Phillip Everton, salvaste-me a vida e por isso te fico reconhecido. Porém, não saldaste a tua dívida. As vidas desses inocentes que um dia mataste juntamente com os teus cúmplices ainda estão por vingar. Jurei sobre a sua campa que os vingaria, nem que fosse a ultima coisa que fizesse na via. É sagrado para mim esse juramento e nada nem ninguém me impedirão de o cumprir. Defende-te, Everton, a última bala de prata está reservada para ti.
- Tens toda a razão em me teres ódio, Smith, e não te nego razões para me matares. Antes, porém, quero que saibas que não tomei parte nesse nefando crime… Estou pronto. Quando quiseres…
Os dois estavam frente a frente, as mãos roçando os revólveres, amarrados muito baixo às coxas.
Um silêncio sepulcral envolveu todos os presentes. Os dois adversários encaravam-se com o máximo de atenção.
- Agora!
Com a rapidez de raio, duas mãos procuraram sacar as armas. Muito mais rápido, o vaqueiro sacou primeiro e disparou. Ouviu-se o batimento do percutor no fulminante do cartucho mas o habitual estrondo do tiro não apareceu. Certamente por se encontrar deteriorada, a pólvora não explodira. Pasmado, o rapaz olhou para o revólver e logo para o velho comerciante aguardando o tiro que não se devia fazer esperar.
Com uma lentidão extraordinária, Everton levantou o revólver e apontou calmamente à cabeça do rapaz. Todos estavam suspensos da tragédia que se ia verificar e alguns viraram a cabeça para não ver cometer tal crime. Fred teve tempo mais que suficiente para descarregar os dois revólveres no velho e não o fizera. Abusando disso, Everton ia acabar com o último da família Smith.
O comerciante, depois de ter firmado a pontaria por um segundo, puxou o gatilho com decisão. O tiro soou como um trovão no impressionante silêncio. Todos olharam e com espanto viram que Fred não caíra. Era impossível errar o tiro a três passos de distância no entanto o facto dera-se pois o ajudante de xerife não dava mostras de ter sido ferido.
Foi então que Fred ouviu o baque de um corpo nas suas costas. Voltou-se rapidamente e todos seguiram o seu olhar. À entrada do ex-«Golden Saloon» e, empunhando uma espingarda, estava estendido Joseph Morris com um tiro colocado entre as sobrancelhas…
(Coleção Arizona, nº 69)
 

PAS305. Um aliado inesperado

Uma porta abriu-se. Era a da casa de Phillip Simpson. O velho apareceu nos umbrais. Amarrados às coxas, quase junto aos joelhos, pendiam dois grandes revólveres de seis tiros, «colt» 45.
- Smith, conte comigo. Sou velho, mas ainda tenho certa rapidez com os revólveres. Você sozinho não pode com os três pistoleiros. Eu conheço pelo menos um deles: «Cat» Elliot. É um ás. Porém conheço-lhe o modo de actuar e peço-lhe, Smith, que me deixe ajudá-lo. Tenho uma dívida para consigo e quero tentar saldá-la.
- Tem uma dívida para comigo? – estranhou o rapaz.
- Depois direi, se viver. Vamos, Smith?
- Vamos, Simpson. E antes de ver o resultado deste duelo, quero agradecer-lhe.
Os dois homens abraçaram-se comovidamente. Depois largaram-se e com decisão encaminharam-se para o local onde os esperava talvez a morte, nas figuras de três pistoleiros que tinham alugado os seus revólveres para destruir a paz em Golden City.
Os pistoleiros esperavam na rua junto ao ex-«Golden Saloon». Morris tinha-se refugiado, conhecendo o perigo que Fred Smith representava.
Soaram passos na rua e os pistoleiros tomaram lentamente posição. Achavam-se afastados três ou quatro passos uns dos outros para dificultar a ação do ajudante de xerife.
Foi com espanto que viram surgir dois em vez de um adversário. Porém, à medida que a distancia diminuía, os seus semblantes mudaram de caretas de espanto para sorrisos de mofa. O que acompanhava o ajudante de xerife era um velho que aparentava setenta anos e portanto não devia constituir obstáculo para os seus torpes desígnios.
Somente «Cat» Elliot assobiou baixinho. Acabava de reconhecer um dos seus antigos companheiros de aventuras.
- Phillip Everton – murmurou entre dentes. – Lamento ter de te matar.
(Coleção Arizona, nº 69)

sexta-feira, 9 de maio de 2014

PAS304. Cavalgada para Golden City

Movido por um negro pressentimento, Fred Smith levantou-se de rompante da mesa e saiu a correr.
Encontrou, cansado da caminhada, um rapaz ainda novo que acabava de desmontar. Ao ver o vaqueiro, o rapaz gritou:
- «Mister» Smith, aconteceu uma desgraça. Mataram o xerife Taylor e estão à sua espera. Joseph Morris regressou a Golden City e trouxe consigo três pistoleiros de grande fama. São eles «Scarface» Bill, Holden Gib e «Cat» Elliot. Oiça, mister Smith…
O ajudante do xerife não ouviu mais nada. Bastou-lhe saber os nomes dos novos capangas de Joseph Morris, para verificar que não podia perder tempo, sob pena de encontrar Golden City em chamas. Ele conhecia sobejamente os  três malfeitores para lhes dar qualquer chance.  
Olhou para trás e viu que a rapariga e o ex-capataz se preparavam para o seguir. Esporeou violentamente «Star». O valente animal que não estava habituado a este género de tratamento, protestou relinchando de dor e depois lançou-se abertamente a galope, distanciando-se rapidamente dos outros cavaleiros.
Fred, inclinando-se sobre o pescoço do animal, junto às espetadas orelhas, disse com ternura:
- Por favor, «Star», faz o máximo esforço para chegarmos quanto antes a Golden City…
(Coleção Arizona, nº 69)

PAS303. E o criminoso ali tão perto...

Ao passar perto da casa onde vivia Phillip Simpson, não reparou no leve movimento das cortinas de uma das janelas.
Por detrás delas, vigiava-o o velho comerciante. Um sorriso triste bailava-lhe nos lábios.
Num sussurro murmurou:
- Phillip Everton! Chegou a tua hora. Ainda alimentaste esperança de passares o resto da tua vida descansado. Não tomaste parte nos dois actos miseráveis e criminosos, mas fazias parte da maldita quadrilha. Agora, Phillip Everton, porta-te como homem e não como um cobarde.
Os ombros vergaram-se-lhe. As olheiras tornaram-se-lhe mais acentuadas. Quem o visse naquele momento, dava-lhe setenta ou oitenta anos de idade, quando ele ainda não atingira os sessenta. A vida por vezes é muito dura…
(Coleção Arizona, nº 69)

quarta-feira, 7 de maio de 2014

PAS302. Seis balas de prata

Tirando do bolso a fotografia dos seus, e com a voz a tremer, Fred Smith disse, entregando-a ao juiz:
- Senhores, esta fotografia é tudo quanto me resta dos meus que por minha culpa pagaram com a vida os meus erros. Se eu, em vez de me divertir com os amigos, estivesse em casa, nada daquilo teria sucedido. Essa fotografia estava numa moldura de prata. Mandei fundir a moldura e fabricar seis balas de prata e a minha vingança começou. O primeiro a cair foi «Big Face» Morrison. Estava em Montana estabelecido com o dinheiro que me roubara e era tido como um respeitável comerciante. Corri quase todods os Estados de Norte a Sul e os meus inimigos foram caindo, um a um. Cada bala de prata cortou para sempre a vida dos algozes da minha família. «Puma» Joe foi o quinto a ser eliminado por mim. Encontrei-o precisamente quando tentava fazer a uma jovem o que tinha feito com a minha mulher. Perdi a cabeça e antes de o matar dei-lhe uma sova. Bati-lhe sem ver. As lembranças dos meus cegava-me. Foi por «Puma» Joe que eu soube que Phillip Everton tinha tomado parte no assalto mas não entrara no acto de violência de minha mulher nem na morte do meu filho. Foi também ele que me disse que Phillipi se encontra aqui em Golden City…
(Coleção Arizona, nº 69)

ARZ069. A última bala de prata

(Coleção Arizona, nº69)
 
Quando Fred Smith regressou a casa, a sua esposa e filho tinham sido violentamente assassinados e abusados. O produto do seu trabalho também desapareceu. Um a um, perseguiu os criminosos, a cada um deles matando utilizando uma bala de prata.
Vamos encontra-lo a caminho de Golden City, uma cidade dominada pelo facínora Joseph Morris que se rodeava de pistoleiros, mas com um xerife sério embora idoso, à procura do último meliante e, consequentemente, procurando dar destino à sua última bala de prata. Os factos vão levar a encontrar-se com ele? Mas será que cumprirá o seu compromisso? Ou algo o fará mudar de ideias.
Eis um livro de Ajamaro. Quem será este autor que não encontramos no universo da Bruguera? Quem será este autor que não tem um tradutor? Por certo, um homem de língua portuguesa. Talvez algum A.J.Amaro…
A escrita é agradável, a trama também, mas nota-se muito a influência lusa no seu discurso…

terça-feira, 6 de maio de 2014

BD0096. Comandante Madalena

Eis a digitalização da história de uma rapariga que, no Québec, defendeu valentemente Forte Perigoso do ataque de iroqueses. Esta história foi originalmente publicada no Cavaleiro Andante 198.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

PAS301. A última noite de Glória Kane

 Foi uma longa noite, para Glória Kane. Sentada à cabeceira do ferido, deixou passar as horas, mergulhada nos seus pensamentos, imóvel na cadeira, sem outro movimento que não fosse o de tocar brandamente com a mão, de quando em quando, na testa quente do ferido.
Duas ou três vezes Curtis Farbell entrou no quarto, acompanhado por dois ou três batedores. Glória sentia os olhares dos homens fitos nela, e desejou que não voltassem mais, que a deixassem só com os seus remorsos. À meia-noite visitou-a o chefe. Trazia uma fumegante chávena de café e alguns biscoitos, que deixou sobre a mesa.
-Vamos, minha filha, tome isto. A febre continua não é verdade?
Ela fez um sinal afirmativo e secou as lágrimas. Depois aconchegou as roupas da cama, em volta dos ombros do ferido.
- Evelyn… -delirou Forrester. – O pequeno…
Continuou a murmurar palavras initeligíveis, mas o nome de Evelyn chegou aos ouvidos da jovem, nitidamente. Foi como uma flecha envenenada que se lhe cravou no peito.

PAS300. Enlouquecida por amor


Contexto da passagem: Quando foi entregar os livros e aguarelas ao pequeno Jeb, Forrester soube pela mãe deste que ele fora raptado pelos índios. Partiu na busca deste, o mesmo tendo sido feito pelos traficantes entre os quais estava o pai do miúdo em momento diferente. Forrester foi preso e atado ao poste de torturas. Há uma batalha monumental da qual escapam Forrester com o miúdo e Glória. Forrester ficou ferido e esta recebe-o na sua cabana…
 
Glória lavou a ferida com «whisky», pôs uma almofada sob a cabeça de Forrester e foi colocar a pesada tranca na poprta. Depois, ajoelhou-se ao lado do batedor, debruçou-se mais e beijou-lhe os lábios.

domingo, 4 de maio de 2014

PAS299. Coração que bate com inusitada violência

Glória Kane, montada no seu magnífico cavalo negro, partiu a caminho de Dallas. A bela rapariga e o esplêndido animal formavam um bravio conjunto, cheio de cor e harmonia. Glória cavalgava, direita sobre a sela mexicana, com o largo chapéu atirado para trás e os olhos fitos no caminho. A sua mão direita não se afastava muito do coldre do cinturão, talvez numa altura instintiva de defesa e de ataque.
Quando passou em frente ao quartel dos batedores, dirigiu um olhar ansioso para o grupo de homens que conversavam animadamente à porta. Não viu Milton Forrester e continuou o seu caminho para o armazém, desiludida mas disposta a não sair da cidade antes de ter falado com o jovem batedor.

PAS298. A quem pertence o coração de Glória Kane

Stan Davies olhou, dececionado, para o filho, que era o homem que o acomopanhava e até então se mantivera numa expetativa silenciosa. Depois olhou para Glória. Esta continuava de pé, com os braços cruzados, as costas apoiadas À janela.
- Tu também não queres ir, pequena?
Glória Kane abanou a cabeça, negativamente, com um ar aborrecido. Aquela conversa parecia enfastiá-la.
- Lamentável… - continuou Davies. – Na verdade, eu e meu filho tínhamos alimentado muitas ilusões. Ele pensava que tu… Bem, eu tinha imaginado que, com o andar do tempo, vocês poderiam formar um lar que mais tarde nos serviria de refúgio, a teu pai e a mim… Não podes calcular o desgosto que me dás, rapariga. Creio que Markus sentirá o mesmo… Ou não haverá entre vocês nada do que tinha pensado?~
- E que era o que você pensava, Stan?... perguntou Glória, desdenhosa, mudando o peso do corpo para o outro pé.

sábado, 3 de maio de 2014

PAS297. Retrato da indomável Glória Kane

Com os cotovelos apoiados no peitoril da janela, olhando a pradaria cinzente, Glória Kane ficou durante muito tempo mergulhada nos seus pensamentos. Ao voltar de um apasseio a cavalo, antes que a tempestade se desencadeasse, tinha pendurado num prego o seu chapéu cónico, de largas abas, e naquele momento oe seus cabelos negros caiam-lhe, como uma cascata de tinta, sobre os ombros.
Vista de frente, a sua cara era de uma beleza invulgar. Tinha olhos grandes, bem separados e velados por compridas pestanas, e um nariz ligeiramente aquilino, sobre uma boca grande e fresca, com dentes maravilhosamente alinhados e brancos. Vestia uma blusa branca e saia curta, mostrando a pele bronzeada das suas pernas até um pouco acima dos joelhos; calçava botas vaqueiras de tacões altos e esporas denteadas, do tamanho de um dólar de prata. Trazia À cintura um cinturão-cartucheira, cheio de balas e do qual pendia um «seis-tiros» com a coronha de madeira de cedro.

ARZ068. Um homem chamado Forrester


(Coleção Arizona, nº68)
 
 
Aqui está um livro magnífico de A.G.Murphy. É a história de um homem, um batedor, um Rural, chamado Forrester e, mais do que isso, a história de uma mulher indomável chamada Glória Kane. Efetivamente, Glória é a personagem central deste livro. Ela está louca por Forrester e tudo faz para o conquistar, oferecendo-lhe os seus beijos, procurando libertá-lo num momento em que este ficou prisioneiro no acampamento índio, acabando ela própria por ser amarrada ao poste de torturas. Ao saber que era rejeitada por causa de outra, não hesitou em desfechar um tiro no batedor, mas depois ficou à sua cabeceira a ajudá-lo a recuperar. Quando a novela se aproxima do fim, Glória é morta acidentalmente numa rixa com um indivíduo embriagado.
Como é normal em Murphy, a história é muito interessante, mas há momentos em que as coisas acontecem mais por vontade do autor do que por sugestão do desenrolar normal do relato. Com efeito, Glória parece viver no meio da floresta, de uma forma extremamente descansada, com o pai, Jim Kane e, de repente, o caráter deste homem aparece totalmente outro, na pele de um traficante de armas com os índios, apoiado num bando que se reúne na cabana onde vivem. Não se percebe a relação de Glória com esta trupe…
Acontece que estes malfeitores não são totalmente maus e até acabam por ter atitudes heroicas em momento de combate contra aqueles com quem traficavam armas. Os índios e os agentes da polícia Rural acabaram por acabar com o bando de malfeitores e Forrester encontra a esposa ideal numa mulher que o tinha ajudado quando perdeu o seu cavalo em luta contra dois traficantes…

sexta-feira, 2 de maio de 2014

ARZ067. Sangue Negro


(Coleção Arizona, nº67)
 
 
Apesar da proclamação da abolição da escravatura, em alguns estados, designadamente, no Texas, foi muito difícil para alguns engolir o princípio da igualdade entre os homens. Os negros continuavam a ser vistos como pessoas sem direitos, nem sequer o de habitarem aqueles locais.
Este livro recorda esse facto, permitindo-se uma das personagens compará-los com os direitos dos índios: "esses são da América. O local do negro é em África.".
O. C. Tavin, autor com mais de 50 obras registadas em Portugal, elabora uma trama em que mostra como uma comunidade em relativa paz ou, por outras palavras, onde havia uma paz podre, se dividiu e recorreu ao crime em virtude da chegada de um índivíduo, por sinal excelente cozinheiro, em cuja ascendência havia indivíduos da raça negra. Por sorte, obteve trabalho num rancho cujos proprietários se deliciaram com a sua capacidade e lutaram pela sua integração.
A capa, não assinada, parece de Longeron e mostra um pormenor da luta num saloon da cidade quando o proprietário de um rancho amigo da personagem central da novela, ali se deslocou para ajustar contas com um assassino.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

BD0094. Tomahawk Tom em «Colt City, cidade sem lei»


O número três da Coleção Condor, hoje publicado em Páginas de BD, é um dos melhores fascículos da coleção.
Suportado numa história de Edgar Caygill, encontramos Tom a visitar uma cidade, Colt City, onde Vila Vargas, o mexicano, lhe faz uma receção com uma bala que lhe fura o chapéu. Trata-se de um bandido que traz a cidade aterrorizada e Tom encarrega-se de lhe dar o devido castigo, num duelo épico cujas imagens encontra mais abaixo.
O homem escapa-se, mas a cidade livra-se da sua presença, o que é assinalável. Tom persegue-o, o que abre caminho para a segunda aventura inserta no fascículo.