domingo, 16 de julho de 2023

CLF052.00 Aristocratas do Oeste, a imagem da decadência

Quando chegou ao seu número 52, a Coleção Califórnia apresentou-nos um livro de conteúdo um tanto estranho, com o título «Aristocratas do Oeste» e autoria de Meadow Castle , cuja ação se passa em Holbrook, a capital do distrito do mesmo nome e lugar de resistência dos ganadeiros, rancheiros, agricultores e colonos enriquecidos, os quais encarregavam com toda a responsabilidade os seus homens de confiança de construir uma casa no sítio mais central da povoação e longe dos lugares onde tinham enriquecido.

Com uma tradução de Francisco Silva, o texto da novela dá-nos por vezes a sensação de estar no tempo errado, o que, apesar de tudo, passe a deselegância, não prejudica a compreensão. E assim somos levados a saber que a maioria das pessoas que moravam em Holbrook deitava-se tarde e levantava-se quando os raios solares tinham perdido a força transformando nesse intervalo a rua principal da cidade num verdadeiro formigueiro de gente ocupadíssima em demonstrar que estava preocupada com qualquer coisa proveitosa.

E, com a ideia de falar com o filho de rancheiro que vivia à grande na cidade, aí chegou a jovem Katie que ficou boquiaberta ao contemplar o impecável criado que abriu a porta daquela mansão construída de pedra imitando o mármore, a qual parecia um palácio encantado.

Note-se que o «impecável criado», Pierce, apesar de ter chegado àquele ponto de conhecimento que lutar com cavalos ou com domadores de cavalos era a última coisa que um homem inteligente devia fazer na vida, não era pera doce, mas na sequência de um duelo e de ter perdido tudo o que tinha numa partida de cartas ficou sob a «proteção» do elegantíssimo Dester Bon, o homem a quem Katie procurava, o qual o admitiu como criado.

Contrariamente ao que esperava, Bon compreendeu a mensagem da jovem e resolveu abandonar a sua vida decadente para voltar ao rancho e proceder ao seu desenvolvimento e exploração, mudando radicalmente a ideia que tinha acerca de vaqueiros o que para ele antes era dizer sujidade, homens primitivos, desconhecedores dos ensinamentos da civilização.

Dester não viu brutalidade nos olhares dos homens, nem maldade nos das mulheres. Viu que eram homens e mulheres tal como os tinha criado o Criador.

«São naturais, sensatos, humildes. São mil vezes melhores que os parasitas de Holbrook. São... São mil vezes melhores do que eu fui até agora» — concluiu.

A verdade é que o abandono do ambiente da aristocracia de Holbrook não soou bem aos ouvidos de alguns corruptos da cidade, um dos quais exercia funções de juiz e não hesitou em mandar assassinar o próprio xerife e ele e Pierce tiveram de mostrar a sua habilidade com armas nas mãos.

 

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