Jim e os seus dois filhos, Steve e Arnold, esperavam que as mulheres se sentassem à mesa. Lily andava contente. Durante todo o dia estivera de mau humor. Mas agora, pensava na manhã seguinte, em que se encontraria com Buck. Isto era o que mais lhe interessava, embora a família não soubesse. Gostaria que a sua família conhecesse o noivo, para verificarem as suas boas qualidades.
Bateram à porta. Lily foi abrir e entrou um vizinho, amigo de Cameron.
- Olá, Wogan! Quer jantar?
- Obrigado. Vou para casa. – Fez uma pausa e perguntou; - Já sabem o que aconteceu na cidade?
Todos fizeram gestos negativos, mas a Lily não passou despercebido um sorriso de triunfo em seu irmão Steve. Sentiu um súbito e inexplicável medo.
Cameron perguntou:
- Que sucedeu?
- Acabam de matar Deeping e outros dois: Ellis e Bandry.
- Assassinados? – perguntou Steve.
Wogan negou com a cabeça.
- Não. Foi uma luta leal de três contra um. Matou-os um vaqueiro chamado Buck Dawes.
Lily empalideceu, sentindo apertar-se-lhe o coração. Buck correra o risco de morrer, defrontando-se com três homens. Depois, fez inauditos esforços para não chorar. Seria ele um pistoleiro vulgar, como tantos outros?
- Porque foi a luta? – perguntou Arnold.
- Parece que por causa de uma mulher. Bateram-se na rua. Deeping provocou Buck e insultou uma mulher, não se sabe quem.
Lily olhou, assombrada, para o vizinho. Ele lutara em sua defesa! Não tinha a menor dúvida de que fora ela a causa daquela briga, e sentiu uma íntima amargura perante as consequências dum amor que a ninguém prejudicava.
Steve contemplou Wogan, murmurando:
- Isso é muito esquisito.
O vizinho sorriu.
- Tu tiveste mais sorte quando o provocaste e ele se recusou a bater-se contigo.
Lily sentiu desaparecer toda a amargura, agora substituída por uma grande alegria. Ela sabia orque Buck se recusara a bater-se com Steve; era por ser seu irmão! Era valente e destemido, sem medo de ninguém. Mas poupara Steve, deixando-se inclusivamente, insultar por ele!
Quando se encontrou só, voltou a repetir as suas palavras, no dia da declaração do seu amor. Amava-o tanto,,, tanto!...
(Coleção Bisonte, nº 46)
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