- Em que posso ser-lhe útil, senhora?
As faces da jovem ruborizaram-se. Balbuciou umas frases e
depois disse:
- Passava por aqui e… bem… apeteceu-me tomar banho…
- Que lhe aconteceu, então?
- Foi a minha roupa… quando ia para a vestir, estava cheia
de formigas.
- Só isso?
- Parece-lhe pouco? Nunca vi na minha vida formigas como
essas. Mordem como danadas. Deixam mais facilmente cortar a cabeça que abrir o
ferrão.
Ele conhecia aquela espécie. Eram enormes e armadas com
poderosas tenazes. Voltou-se e foi até junto da roupa. Realmente, estava inçada
de formigas. Arranjou um molho de urze seca e deitou-lhe fogo, passando sobre
ela as peças de vestuário da jovem. O fumo e o calor obrigaram os insetos a
fugir.
Depois olhou para a rapariga que acompanhava com curiosidade
a operação.
- Não ficou uma formiga – declarou.
- Está bem; agora retire-se para a direita e volte-se de
costas.
Ele obedeceu e esperou cinco minutos, até que ela avisou:
- Já pode olhar.
Agora viu-a vestida e pareceu-lhe ainda mais bonita. Era bem
proporcionada, de ombros cheios, cintura delicada, ancas bem modeladas e pernas
altas.
- Sou Mary Reynolds – apresentou-se, com um sorriso,
estendendo-lhe a mão.
(Coleção Bisonte, nº 43)
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