O revólver de Red começou a vomitar fumo e fogo, até esgotar
o tambor. A espingarda saltou das mãos do indivíduo que deu uma reviravolta e
ficou inanimado.
O rost de Red parecia de pedra. Ante o corpo crivado de
balas, não disse nada, nem fez o menor gesto. Com movimento automático pôs-se a
carregar o revólver. Depois baixou-se, agarrou a espingarda e ao morto
tirou-lhe a cartucheira que ele levava em bandoleira.
Voltou-se e pôs-se a andar na direção do sítio onde deixara
Judy e o cavalo. A rapariga estava de pé com uma expressão de estupefação no
rosto, mais do que terror. O cavalo continuava caído no chão.
Red sabia que o animal se não levantaria mais. Aproximou-se
do cavalo agonizante e, ao fitá-lo, a expressão de pedra sofreu uma rápida
mutação. Um segundo depois, readquiria a sua dureza.
- Abate-o você!...
Ela fez um gesto de horror. Ia para protestar, quando ele a
increpou, com uma entoação que lhe meteu medo:
- Faça o que lhe disse!...
Ela pegou no revólver. Tremia, ao aproximá-lo da cabeça do
animal. Red olhava. Quando viu o cano apontado ao sítio adequado, ordenou:
- Dispare!...
Ao apertar o gatilho, Judy fechou os olhos. Ao mesmo tempo
que se produzia a detonação, o cavalo deu uma leve sacudidela.
Red inclinou-se sobre o animal. Quando se certificou de que
estava morto, disse:
- Vamo-nos!...
Foi adiante, talvez para indicar o caminho a Judy. Ou talvez
para que ela não visse o brilho dos seus olhos produzido pelas lágrimas…
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