- Quando se puder levantar, vamos ao «Ninho dos Abutres» -
dizia Sylvia. – Os meus ovelheiros construíram lá uma cabana muito cómoda que
até tem uma nascente dentro e à porta floresce uma passiflora.
Mas Tony não a escutava. Ferido pela recordação da medalha
perdida, o seu pensamento perdia-se naquela noite em que uma bala traiçoeira o
tinha derrubado do cavalo.
- Não me ouve? – perguntou Sylvia, colocando a sua mão sobre
a dele.
Ao suave contato, Tony estremeceu, exclamando:
- Quê? Como?
- Será melhor que o deixe descansar um pouco. Não convém
fatigá-lo demasiado.
- Mas eu não me canso.
- Voltarei depois. Lembre-se que temos de ir ao «Ninho dos
Abutres».
- Para quê?
- Há uma lenda dos antigos «navajos» que diz o seguinte: «Se
duas pessoas de sexo diferente beberem juntas a água da fonte que ali existe, e
o fizerem ao pôs do sol, serão felizes!»
Não existia tal lenda, pois era fruto da imaginação de
Sylvia, que procurava todos os recursos imagináveis para distrair Tony. Este
sentiu-se interessado por aquele pormenor romântico e respondeu:
- Iremos à fonte do «Ninho dos Abutres»…
Antevê-se o romance... Será Tony alguma vez capaz de desistir de Sylvia? A resposta está em “O Novato”.
(Coleção Pólvora, nº 26)
Sem comentários:
Enviar um comentário