Fechou a porta e desceu a escada vagarosamente, enquanto
colocava outra bala no carregador. Depois de se convencer que a rua estava
tranquila, avançou em direção oposta à Main Street. Alcançava a rua Grant
quando viu em sentido oposto uma figura feminina embuçada e apressada. Deitou o
chapéu sobre os olhos, apesar de não haver luar suficiente para reconhecer o
seu próprio irmão e desviou o rosto ao passar pela desconhecida que, por sua
vez, efetuou a mesma manobra, passando rápida ao seu lado.
Mas Casey perdeu repentinamente toda a sua pressa… Aquele
perfume!
No entanto continuou a andar, sem voltar a cabeça,
subitamente apreensivo. O frio da manhã era bastante intenso, mas não foi isso
que lhe esfriou o sangue, arrepiando-o.
Acelerou o passo até chegar ao muro das traseiras de Carmen
Orozsco e depois de olhar rapidamente para ambos os lados, saltou. O pátio
estava vazio e as janelas fechadas. Avançou rápido, com passos de lobo, sobre a
erva. Para Casey foi tarefa fácil escalar até à varanda. Tampouco lhe deu
trabalho abrir a janela que dava para o comprido corredor. Estava tudo
silencioso.
Avançou com a cautela de um gato. A porta dos aposentos de
Carmen estava fechada, mas abriu-se suavemente ao empurra-la. O candeeiro
emanava uma luz débil. Entrou, fechando-a atrás de si.
Carmen Orozsco, vestida com o traje “grenat” com que ele a
havia conhecido, jazia no divã. Sobre o seu coração destacava-se o cabo de um
punhal.
(Coleção Bisonte, nº 30)
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