PAS105. Assobio familiar

Os dois  polícias esperaram pacientemente, com as mãos e os pés amarrados, que chegasse o seu salvador. Custava-lhes que os tivessem encarregado daquela missão, pois iam ser, com certeza, o objeto da risota dos seus camaradas. Porém, eles iam ser destacados para Panhandle, um dos sítios mais perigosos do Texas. Desta maneira se esqueceria aquele incidente. Havia já um bocado que Tom fugira e o companheiro que os seguia, de acordo com o plano, devia estar perto. ra até estranho que ainda não tivesse chegado.

De repente, os dois polícias ouviram um assobio familiar, acompanhado de um estranho rastejar. Assustados, olharam em volta, descobrindo uma enorme serpente cascavel que se aproximava. Os dois homens olharam-se receosos. Encontravam-se indefesos, impossibilitados de se mexerem. A serpente ia avançando, lentamente…. De repente, parou, ergueu-se e repetiu o assobio, pronta a atacar. A língua agitava-se ameaçadora.

Os dois homens continuavam imóveis. A serpente abanava a cabeça, contemplando-os e repetindo os seus ameaçadores assobios. Ia atacar. Os dois polícias rurais morreriam ali, entre horríveis dores, sem que ninguém soubesse jamais o que fora feito deles.

De repente soou um tiro e o réptil caiu, torcendo-se, com a cabeça desfeita. Um cavaleiro, ao peito do qual brilhava o emblema da Polícia Rural, aproximou-se sorrindo.

- Creio que cheguei a tempo.

Os outros dois concordaram, enquanto ele lhes cortava as cordas. Depois estendeu-lhes um frasco de «whisky».

- Bebam e descansem. Ainda temos de passar aqui dois dias.

Os polícias sentaram-se no chão, dispondo-se a dormir.

- Temos de recuperar forças, porque o caminho vai ser feito a pé.


 

(Coleção Búfalo, nº 35)