-Ela ( Louise) era a verdadeira dona do local. Ela e Cardigan. Este
colocara Carmen, uma antiga amante sua, na direção. E Carmen sabia demasiadas
coisas. Não sei como Louise se inteirou da visita que eu lhe fiz, mas o caso é
que o soube e decidiu suprimi-la quanto antes para evitar que falasse. O mau
para ela foi que Carmen já tinha falado. E eu sabia tudo – disse, encarando a
viúva – E entre o que Carmen me contou e as minhas suspeitas, pude ver bem
claro o teu plano, Louise. Um plano perfeito, mas que falhou num simples
detalhe: eu nunca te quis na realidade, e estou enamorado de outra. Por isso,
não cerrei a boca.
O que ocorreu então sucedeu com velocidade de um relâmpago.
Sabendo-o inutilizado, haviam-se descuidado de vigiar Cardigan. Haviam-se
esquecido que o ódio e a ânsia de vingança podiam dar insuspeitadas energias. Com
um gesto incrivelmente veloz, dado o seu estado, arrancou o revólver do coldre
de um mineiro e empunhando-o com ambas as mãos, encarou Louise Hughes.
-Toma, cadela! – rugiu, ao mesmo tempo que apertava o
gatilho. – A tua paga!
Louise gritou horrorizada, tentando escapar À morte. E
quando o chumbo se cravou no seu ventre emitiu um gemido aterrorizado, levando
a ele as suas mãos crispadas.
Um segundo depois, dez pares de punhos se abatiam sobre
Cardigan, desarmando-o e arrastando-o até às árvores mais próximas. Os seus
ajudantes, aqueles que não haviam podido fugir, estavam seguindo o mesmo
caminho para aplacar a fúria vingativa da multidão. E Louise Hughes, com duas
balas no ventre, caía sobre o pó da cidade de que sonhava ser dona.
(Coleção Bisonte, nº 30)
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