Joyce agarrou-lhe as mãos, e enquanto o mantinha preso pediu-lhe, angustiada:
—Eddie, não vás.
No rosto de Eddie via-se aquela expressão dura que ela tão bem conhecia.
—Ê inútil. Trata-se dum desafio para nos batermos em duelo e mais tarde ou mais cedo isto tinha que acontecer.
Joyce voltou-se ainda para o sheriff.
—Por favor, impeça que ele vá.
—Sendo um desafio entre dois homens, não posso impedir — disse o aludido, um pouco desconcertado.
A rapariga tornou a suplicar para Eddie.
—Não vás, Eddie.
Nos olhos daquele homem havia agora um olhar muito estranho.
—Será que temes pela vida de Jeff?
Ela deitou-lhe os braços ao pescoço, rodeando-o com amor.
—Como podes dizer isso? Só te amo a ti, e só tu me interessas. Amo-te mais do que nunca.
Um longo beijo nos lábios culminou estas palavras ardentes de paixão amorosa, mesmo na frente do médico e do sheriff. Depois ele afastou-se docemente..
—Tenho que sair, Joyce. Não se trata já de saber qual dos dois é melhor atirador. Desde o momento em que te conheci tudo quanto com isso se relaciona deixou de me interessar. Agora o que é preciso é acabar de vez com este pesadelo. Enquanto viva, Jeff nunca nos deixará em paz. Vou sair para defender a nossa vida e a nossa liberdade.
Após os minutos quase indicarem a passagem de mais dez, Eddie, após insistência de Joyce, encaminhou-se para a rua, levando-a muito junto a si.
A uns cinquenta passos, bem no centro da rua, estava Jeff Winters. Fumava um cigarro, de perna traçada. Nos passeios viam-se inúmeros curiosos, e nas janelas nem se fala. Parecia que todo o Hondo queria assistir ao duelo entre os dois mais famosos pistoleiros. Após olhar para o seu adversário, disse a Joyce:
—Fica aqui.
Depois afastou-se, desceu os degraus e pisou o solo poeirento da rua. Jeff mantinha-se imóvel ainda a considerável distância. Somente resolveu tirar o cigarro da boca arrojando-o ao chão. Eddie começou a avançar na sua direção. Os seus passos eram firmes e o avanço era lento.
Notava que uma infinidade de olhos estavam cravados nele. Limitava-se a fixar detidamente com os cinco sentidos atentos o adversário, na sua frente. Ele não ignorava que o outro era um dos melhores atiradores. Mas seria melhor que ele?... Isso dentro em breve se saberia.
Jeff, com as pernas ligeiramente afastadas, corpo um pouco curvado para a frente em ar de desafio, aliás, atitude clássica.
Faltavam doze passos para se encontrarem, quando Jeff ordenou secamente:.
— «Saca»!
Os dois homens empunharam os revólveres, com velocidade verdadeiramente insuperável. Eddie, entretanto, tinha-se curvado ligeiramente quando o fez. Fizeram fogo quase simultaneamente. No entanto, Eddie disparara uma fração de segundo antes, o tempo suficiente para que a sua bala atingisse o corpo do adversário antes que este premisse o gatilho.
O projétil disparado por Jeff seguiu a trajetória errada, zumbindo aos ouvidos de Parker. Jeff teve um movimento violento, brusco, enquanto levava a mão ao peito. A mão direita bem tentava manter o revólver, que empunhava, em linha de mira. Mas nem a sua direita, nem o «Colt» que segurava, obedeciam.
Foi então que Eddie avançou para o seu rival e despejou o tambor do revólver no corpo de Jeff. À medida que disparava, murmurava:
—Por McCarey... por Mamie... por Joyce...
A cada impacto da bala o corpo estremecia e dava tombos sobre as pernas inseguras, como um bêbedo que procurasse apoio para não cair. Por fim, abrindo a todo o comprimento os braços, dobrou-se pela cintura como uma cana decepada. Caiu de bruços com toda a força do seu corpo, mergulhando o rosto na alta camada de poeira que cobria a rua.
Eddie parou bruscamente neste instante e ficou a olhar o corpo do pistoleiro. Custava-lhe a acreditar que o tinha vencido.
A detonação dum revólver cortou os seus pensamentos, voltando a cabeça como um raio, disposto a defender-se. E viu então que um homem caía sem vida, rolando pelos degraus para mergulhar o rosto na poeira da rua. Era Cherokee Banion.
Só depois viu que Joyce, muito pálida, empunhava igualmente um revólver ainda fumegante, por ter disparado contra o cobarde mestiço. Ao ver que o patrão estava perdido decidiu atacar o seu adversário... mas, pelas costas.
Avançou rapidamente na direção de Joyce. Esta deixou cair o revólver e, com as lágrimas a surgir teimosamente nos seus belos olhos, correu ao seu encontro. Com um apertado abraço, estreitando-se cada vez mais, os dois apaixonados beijaram-se; ele então murmurou-lhe ao ouvido:
—Tudo está terminado.
Joyce tomou-lhe o rosto entre as suas pequenas mãos e intensamente fitou-o nos olhos.
—Não, meu amor; agora é que tudo, na verdade, vai começar.
Enlaçados pela cintura, olhando-se como se cada um deles visse no outro o início duma nova e mais ditosa existência, uma vida em que sempre estivessem unidos, começaram encaminhando-se lentamente em direção da casa do Dr. Huston.
O sol começava a desaparecer por detrás das montanhas que se erguiam ao longe para Oeste. Mas para os dois apaixonados era como um radiante amanhecer.
FIM.
—Eddie, não vás.
No rosto de Eddie via-se aquela expressão dura que ela tão bem conhecia.
—Ê inútil. Trata-se dum desafio para nos batermos em duelo e mais tarde ou mais cedo isto tinha que acontecer.
Joyce voltou-se ainda para o sheriff.
—Por favor, impeça que ele vá.
—Sendo um desafio entre dois homens, não posso impedir — disse o aludido, um pouco desconcertado.
A rapariga tornou a suplicar para Eddie.
—Não vás, Eddie.
Nos olhos daquele homem havia agora um olhar muito estranho.
—Será que temes pela vida de Jeff?
Ela deitou-lhe os braços ao pescoço, rodeando-o com amor.
—Como podes dizer isso? Só te amo a ti, e só tu me interessas. Amo-te mais do que nunca.
Um longo beijo nos lábios culminou estas palavras ardentes de paixão amorosa, mesmo na frente do médico e do sheriff. Depois ele afastou-se docemente..
—Tenho que sair, Joyce. Não se trata já de saber qual dos dois é melhor atirador. Desde o momento em que te conheci tudo quanto com isso se relaciona deixou de me interessar. Agora o que é preciso é acabar de vez com este pesadelo. Enquanto viva, Jeff nunca nos deixará em paz. Vou sair para defender a nossa vida e a nossa liberdade.
Após os minutos quase indicarem a passagem de mais dez, Eddie, após insistência de Joyce, encaminhou-se para a rua, levando-a muito junto a si.
A uns cinquenta passos, bem no centro da rua, estava Jeff Winters. Fumava um cigarro, de perna traçada. Nos passeios viam-se inúmeros curiosos, e nas janelas nem se fala. Parecia que todo o Hondo queria assistir ao duelo entre os dois mais famosos pistoleiros. Após olhar para o seu adversário, disse a Joyce:
—Fica aqui.
Depois afastou-se, desceu os degraus e pisou o solo poeirento da rua. Jeff mantinha-se imóvel ainda a considerável distância. Somente resolveu tirar o cigarro da boca arrojando-o ao chão. Eddie começou a avançar na sua direção. Os seus passos eram firmes e o avanço era lento.
Notava que uma infinidade de olhos estavam cravados nele. Limitava-se a fixar detidamente com os cinco sentidos atentos o adversário, na sua frente. Ele não ignorava que o outro era um dos melhores atiradores. Mas seria melhor que ele?... Isso dentro em breve se saberia.
Jeff, com as pernas ligeiramente afastadas, corpo um pouco curvado para a frente em ar de desafio, aliás, atitude clássica.
Faltavam doze passos para se encontrarem, quando Jeff ordenou secamente:.
— «Saca»!
Os dois homens empunharam os revólveres, com velocidade verdadeiramente insuperável. Eddie, entretanto, tinha-se curvado ligeiramente quando o fez. Fizeram fogo quase simultaneamente. No entanto, Eddie disparara uma fração de segundo antes, o tempo suficiente para que a sua bala atingisse o corpo do adversário antes que este premisse o gatilho.
O projétil disparado por Jeff seguiu a trajetória errada, zumbindo aos ouvidos de Parker. Jeff teve um movimento violento, brusco, enquanto levava a mão ao peito. A mão direita bem tentava manter o revólver, que empunhava, em linha de mira. Mas nem a sua direita, nem o «Colt» que segurava, obedeciam.
Foi então que Eddie avançou para o seu rival e despejou o tambor do revólver no corpo de Jeff. À medida que disparava, murmurava:
—Por McCarey... por Mamie... por Joyce...
A cada impacto da bala o corpo estremecia e dava tombos sobre as pernas inseguras, como um bêbedo que procurasse apoio para não cair. Por fim, abrindo a todo o comprimento os braços, dobrou-se pela cintura como uma cana decepada. Caiu de bruços com toda a força do seu corpo, mergulhando o rosto na alta camada de poeira que cobria a rua.
Eddie parou bruscamente neste instante e ficou a olhar o corpo do pistoleiro. Custava-lhe a acreditar que o tinha vencido.
A detonação dum revólver cortou os seus pensamentos, voltando a cabeça como um raio, disposto a defender-se. E viu então que um homem caía sem vida, rolando pelos degraus para mergulhar o rosto na poeira da rua. Era Cherokee Banion.
Só depois viu que Joyce, muito pálida, empunhava igualmente um revólver ainda fumegante, por ter disparado contra o cobarde mestiço. Ao ver que o patrão estava perdido decidiu atacar o seu adversário... mas, pelas costas.
Avançou rapidamente na direção de Joyce. Esta deixou cair o revólver e, com as lágrimas a surgir teimosamente nos seus belos olhos, correu ao seu encontro. Com um apertado abraço, estreitando-se cada vez mais, os dois apaixonados beijaram-se; ele então murmurou-lhe ao ouvido:
—Tudo está terminado.
Joyce tomou-lhe o rosto entre as suas pequenas mãos e intensamente fitou-o nos olhos.
—Não, meu amor; agora é que tudo, na verdade, vai começar.
Enlaçados pela cintura, olhando-se como se cada um deles visse no outro o início duma nova e mais ditosa existência, uma vida em que sempre estivessem unidos, começaram encaminhando-se lentamente em direção da casa do Dr. Huston.
O sol começava a desaparecer por detrás das montanhas que se erguiam ao longe para Oeste. Mas para os dois apaixonados era como um radiante amanhecer.
FIM.
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