Bart Lockwood abriu os olhos e olhou à sua volta. Vermelhas ondas de vertigem flutuavam no seu cérebro.
Conseguiu, através daquelas névoas, tomar conhecimento do lugar em que se encontrava. Estava sentado no chão, encostado a um canto de uma escura e húmida parede de pedra, no fundo de um subterrâneo.
Reconheceu perfeitamente o local: tratava-se dos subterrâneos da antiga missão. Tentou mover-se mas tinha as mãos amarradas atrás das costas; as mãos e os tornozelos.
— Acaba de recuperar os sentidos — disse uma voz.
Alguém aproximou uma lanterna que ardia sobre um caixote. Bart Lockwood sentiu um calafrio ao ver-se rodeado por aquela muralha de pernas que se formou à sua volta. Doía-lhe horrivelmente a cabeça, em consequência das pancadas que o tinham deixado sem sentidos, e recordou--se de tudo quanto se passara com a maior clareza. Lou Twerlin!
Ergueu os olhos. Os homens que o cercavam riam-se de satisfação. Deviam achar muita graça ao triste estado em que ele se encontrava. Lou Twerlin ajoelhou-se a seu lado.
— Que supõe o senhor que vamos fazer-lhe, patrão?
A voz do pistoleiro, chocarreira e irónica, eivada de um sarcasmo cruel, soou-lhe aos ouvidos como um sopro gelado e cortante. Twerlin aproximou tanto a sua cara da da sua vítima que os dois hálitos se confundiram.
—Então que responde, patrão?
Silêncio. Que podia ele dizer?
Bart Lockwood tinha a noção exata de que estava perdido sem remédio. Conhecendo Twerlin tão perfeitamente como conhecia, não lhe era licito alimentar qualquer esperança. A sua sorte estava traçada, com a antecipada certeza de que o selvático Lou iria dar-lhe uma morte das mais horríveis que possam imaginar-se! Como se estivesse mergulhado num pesadelo, ouviu a voz do seu inimigo:
— Sabe que apenas lhe restam alguns minutos de vida? Muito poucos minutos... Vou matá-lo, Lockwood! Vou matá-lo à minha maneira. Quero proporcionar-lhe uma morte lenta, horrível, espantosa. Uma morte com uma agonia tão prolongada que chegue a maldizer a hora em que nasceu!
Bart Lockwood soltou um gemido aflitivo; dos seus lábios brotaram algumas palavras de súplica:
—Lou, por favor, escuta-me! Compreendo que tens toda a razão; portei-me contigo como um canalha. Mas, ouve-me... se me não matares, far-te-ei rico! Imensamente rico.
Twerlin assentou-lhe na cara uma violenta bofetada com as costas da mão.
–Maldito cobarde! — desabafou. — Assusta-te a morte, não é?
Lockwood fez um esforço desesperado para se levantar e encarou o seu inimigo com os olhos fora das órbitas, ansioso e arquejante.
— Escuta, Lou! Faço-te presente de metade da minha riqueza! De todo o meu gado! De tudo o que tu quiseres.
Twerlin sorriu-se, por entre dentes.
— Chegou a sua hora, senhor Lockwood!
—Porquê? Mas... porquê? — lamuriou o prisioneiro. — Se eu te ofereço uma fortuna... Tem mais valor para ti a satisfação de uma vingança do que tudo aquilo que te ofereço?...
Twerlin agarrou-lhe fortemente pelo peitilho.
— Já viu alguma vez um homem enforcado, senhor Lockwood? — disse ele numa voz sibilante, por entre os dentes cerrados. —O carrasco coloca o nó corredio em redor do pescoço do padecente; seguidamente, mãos implacáveis puxam pela corda e o corpo do condenado vai subindo em meio de contorções e de caretas horrível! «Durante alguns segundos, longos como séculos, o padecente fica baloiçando num ritmo de pêndulo, enquanto a vida se lhe vai escoando numa agonia lentamente atroz. Estalam-lhe os olhos do pescoço, congestionam-se--lhe os pulmões, os olhos saltam das órbitas e... Era esta a espécie de morte que me estava reservada! A espécie de morte para que fui impelido por aquele de quem tudo poderia esperar, menos uma coisa daquelas. Aquela morte que ainda tenho gravada na minha memória; a morte cuja recordação ainda agora me faz estremecer e vibrar de horror. A morte que eu lhe reservo, senhor Lockwood...
— Não! — vociferou Lockwood, completamente desvairado. — Não! Não tens o direito de proceder comigo dessa maneira, Lou! Fomos sempre amigos! Restituo-te o teu emprego! Dar-te-ei dinheiro! Dar-te-ei tudo o que me pedires. O pistoleiro pôs-se em pé. Olhou-o com sobranceria, com nojo e com desdém.
— Prepare-se para morrer, Lockwood...
—Não! Na... ão!...
Deixando o «venerável» arrepelar-se à sua vontade, Twerlin encaminhou-se para o centro da cave a fim de levantar uma grossa grade de ferro que tapava a boca de uma cisterna. Como a grade era demasiado pesada para as suas forças, foi necessário que Walker, Dodge e Teylor o auxiliassem na ingente tarefa.
O subterrâneo era utilizado em épocas remotas pelos frades, para acionar o moinho privativo da comunidade, cuja cisterna servia de canal coletor das águas do rio, através de uma comporta, e que eram utilizadas como força motriz das avantajadas mós que jaziam agora arrumadas e inúteis a um dos cantos do mesmo.
— Encerrai-o aí dentro — ordenou Twerlin apontando para a cisterna, mas desamarrado. Ele que lute para defender a existência.
— Vamos enterrá-lo vivo? — perguntou Walker com certa repugnância.
— Exatamente!
—Mas...
— Mas, quê?...
—Não era mais simples com uma bala?
Lou Twerlin esboçou um sorriso feroz.
—Não! — replicou com acento mordaz. —Já disse o que tinha a dizer. Quero que a morte deste miserável seja o mais lenta possível... Quero que ele passe pelas horrorosas torturas que eu estive a ponto de sofrer por sua causa!
— Protesto — resmungou Dodge. — Detesto as torturas!
—E eu também — corroborou Teylor.
—Cobardes! Não têm mais do que cumprir as minhas ordens — rugiu Twerlin furioso, levando a mão à coronha do revólver.
Aquele gesto revoltou Dodge que, já há algum tempo se não conformava com a maneira de proceder do homem que os tinha contratado. Encarando-o com ar de desafio, levou a mão direita em direção ao coldre... Tiktin, interpelou-o:
— Perdeste o juízo? — vociferou. — Parece que ainda não sabes do que ele é capaz se o contrariam. Faz o que te mandam e cala a boca.
— Não te admito que me fales nesse tom! — protestou Dodge. — Twerlin tem um tal ódio ao velho que perdeu as estribeiras por completo.
Dodge hesitou um momento e encolheu os ombros.
— Pois seja assim. Eu é que não quero saber mais disto para nada. O caso ficou definitivamente sanado quando Walker e Tiktin ergueram o prisioneiro do solo. Libertaram-no das cordas que o prendiam e suspendendo-o pelos sovacos, transportaram-no para junto da boca do poço.
Bart Lockwood não parecia um ser humano. O terror e o desespero tinham-no transformado num autêntico fantoche.
Obedecendo às ordens de Twerlin enfiaram-no no buraco com os pés para baixo, deixando-o escorregar lentamente. O poço era pouco profundo. A cabeça de Lockwood ficou com um palmo abaixo do bocal, enquanto as suas elegantes e lustrosas botas se enterravam no lodo... A grade foi reposta no seu lugar com grande estrépito.
— Bem... patrão; não se pode dizer que isto seja propriamente uma forca — disse Twerlin ajoelhando-se à beira do local — mas, mesmo assim, é de supor que a morte que o espera seja tanto ou mais horrorosa do que se lhe enrolassem ao pescoço uma gravata de cânhamo... Pronunciou aquelas palavras com indefinível deleite: a sua voz era arrepiante, de tom medonho e sinistro.
As mãos de Lockwood agarraram-se, ansiosamente, aos varões de ferro do gradeamento e elevando-se o mais que lhe foi possível, exclamou:
— Tem dó de mim, Lou! Tira-me daqui!
A resposta foi uma gargalhada cruel e irónica de Twerlin. O pistoleiro levantou-se e, rodando sobre os calcanhares, encaminhou-se para a comporta que vedava o coletor dos esgotos, dispondo-se a abri-la; a ferrugem acumulada durante tantos anos, não lho permitiu. Twerlin soltou uma praga!
Walker e os companheiros entreolharam-se, como se adivinhassem o diabólico plano daquele autêntico louco: a inundação pura e simples do canal onde Lockwood acabava de ser encerrado. Perante a inutilidade dos seus esforços, Twerlin puxou do revólver e disparou vários tiros contra a comporta que, perfurada em diversos sítios, começou a deixar filtrar a água em pequenas quantidades. Iria demorar algum tempo mas a água acabaria por encher a cavidade onde Lockwood estava encurralado.
Apercebendo-se da horrorosa morte que o esperava, o prisioneiro começou, novamente, a gritar, pedindo demência até acabar por enrouquecer.
— Tira-me daqui Lou! Deixa-me sair...
Os seus gritos ressoavam sinistramente por entre as húmidas e. negras paredes do subterrâneo.
— Vamos ou ficamos? —perguntou Teylor em voz áspera.
—Ninguém sairá daqui — disse Twerlin, num tom que não admitia réplica. — Trata-se de uma execução em regra e é indispensável que haja testemunhas...
— Testemunhas?
-- Sim, testemunhas. Testemunhas que possam proclamar bem alto a minha vingança. A vingança implacável de Lou Twerlin.
***
Dentro do subterrâneo reinava um silêncio impressionante, enquanto a água que corria pelo coletor dos esgotos ia caindo lentamente no poço. Nenhum dos homens que presenciavam a cena soltava qualquer palavra; o condenado, rendido à trágica evidência do seu fatal destino, também não falava. A água cobria já os ombros de Lockwood. A inundação tinha sido morosa mas constante e implacável. Faltavam apenas dois palmos para que a água cobrisse a cabeça do indefeso padecente. Todos os homens aguardavam nervosamente que chegasse o momento fatal. Eram todos assassinos. A sua profissão era matar. «Aquilo»...
Apenas Twerlin, cujo rosto refletia um prazer diabólico, parecia regozijar-se à medida que os instantes se sucediam. Avaliava o que aquela lenta agonia significava para a sua vitima. Subitamente, ouviu-se uma voz:
— Bem, para mim basta! — disse Dodge. -- Esse infeliz está prestes a afogar-se e eu...
Lou Twerlin deu mostras da sua indignação; uma onda de raiva subiu-lhe ao rosto que se tingiu de um vermelho vivo que, pouco a pouco, se transformou numa quase lividez. De um salto colocou-se no topo da escada que conduzia ao subterrâneo.
— Quieto! Ninguém sairá de aqui sem que tudo esteja terminado — ameaçou ele, de revólver em punho, dominando os quatro homens.
— O senhor está completamente desvairado, Twerlin! — explodiu Dodge. — Causa-me náuseas...
Os seus companheiros sorriram-se, mas era evidente que o seu sorriso era um tanto falso.
—Estúpidos! Querem que eu comece aos tiros? — resmungou Twerlin, em tom de ameaça.
Avançou alguns passos com os lábios fortemente crispados e um brilho sinistro nas pupilas. Todos se aperceberam de que aquela ameaça não fora feita em vão. Twerlin estava perfeitamente congestionado, vendo-se na contingência de fazer um enorme esforço
para não liquidar os seus sequazes.
— Já disse que ninguém sairá de aqui e não estou disposto a repetir a ordem...
Dodge soltou uma blasfêmia.
—Isso é o que se chama ultrapassar as marcas, Twerlin!
— Queres dizer que serias capaz de mo impedir, miserável?
Dodge aceitou o desafio. Serenamente, calculadamente, o pistoleiro inclinou-se para trás e com uma rapidez pasmosa, empunhou o revólver. Uma alegria feroz se estampou no rosto de Lou Twerlin quando disparou o tiro com que se antecipou à intervenção de Dodge.
O ruído da detonação ecoou por todo o subterrâneo indo a bala cravar-se entre os olhos do adversário. O dedo indicador da mão que empunhava o revólver premiu instintivamente o gatilho, mas a bala perdeu-se sem atingir o alvo.
Fletiu as pernas e ajoelhou-se pesadamente, como uma rês atingida mortalmente pela choupa. Ainda não tinha acabado de cair desamparado no solo e já os seus três companheiros entravam em ação. Como por artes mágicas, três revólveres brilharam nas mãos dos pistoleiros começando a vomitar fogo simultaneamente.
Um rugido terrível saiu da garganta de Lou Twerlin. Parecia mais um uivo de fera do que um grito saído do peito de criatura humana. Contorcendo-se no meio das mais terríveis convulsões, Twerlin tentava inutilmente esquivar-se à chuva de balas que convergia sobre ele.
Walker, Tiktin e Teylor, duros e implacáveis, acossavam-no impiedosamente, disparando as suas armas à queima roupa.
Literalmente crivado de balas, Twerlin despenhou-se no solo, ficando equilibrado sobre os joelhos, mas, num esforço quase sobre-humano conseguiu ainda disparar o revólver atingindo Tiktin mortalmente. Acabou por estatelar-se no solo, disparando o revólver ainda uma derradeira vez e caiu de borco. Estava morto.. Lou Twerlin tinha deixado de existir.
Com o rosto colado às grades do alçapão, Bart Lockwood soltou uma gargalhada gutural, histérica, quase absurda. Lou Twerlin estava morto!
— Que vamos resolver acerca desse tipo? — perguntou Teylor.
Walker encolheu os ombros.
— Vamo-nos embora daqui!
Como se o desejo de se verem dali para fora lhe pusesse asas nos pés, os dois homens lançaram-se pela escada acima.
— Abram o alçapão! Tirem-me daqui, malditos! — implorou Lockwood.
O silêncio foi a única resposta. O silêncio... e a morte!
Conseguiu, através daquelas névoas, tomar conhecimento do lugar em que se encontrava. Estava sentado no chão, encostado a um canto de uma escura e húmida parede de pedra, no fundo de um subterrâneo.
Reconheceu perfeitamente o local: tratava-se dos subterrâneos da antiga missão. Tentou mover-se mas tinha as mãos amarradas atrás das costas; as mãos e os tornozelos.
— Acaba de recuperar os sentidos — disse uma voz.
Alguém aproximou uma lanterna que ardia sobre um caixote. Bart Lockwood sentiu um calafrio ao ver-se rodeado por aquela muralha de pernas que se formou à sua volta. Doía-lhe horrivelmente a cabeça, em consequência das pancadas que o tinham deixado sem sentidos, e recordou--se de tudo quanto se passara com a maior clareza. Lou Twerlin!
Ergueu os olhos. Os homens que o cercavam riam-se de satisfação. Deviam achar muita graça ao triste estado em que ele se encontrava. Lou Twerlin ajoelhou-se a seu lado.
— Que supõe o senhor que vamos fazer-lhe, patrão?
A voz do pistoleiro, chocarreira e irónica, eivada de um sarcasmo cruel, soou-lhe aos ouvidos como um sopro gelado e cortante. Twerlin aproximou tanto a sua cara da da sua vítima que os dois hálitos se confundiram.
—Então que responde, patrão?
Silêncio. Que podia ele dizer?
Bart Lockwood tinha a noção exata de que estava perdido sem remédio. Conhecendo Twerlin tão perfeitamente como conhecia, não lhe era licito alimentar qualquer esperança. A sua sorte estava traçada, com a antecipada certeza de que o selvático Lou iria dar-lhe uma morte das mais horríveis que possam imaginar-se! Como se estivesse mergulhado num pesadelo, ouviu a voz do seu inimigo:
— Sabe que apenas lhe restam alguns minutos de vida? Muito poucos minutos... Vou matá-lo, Lockwood! Vou matá-lo à minha maneira. Quero proporcionar-lhe uma morte lenta, horrível, espantosa. Uma morte com uma agonia tão prolongada que chegue a maldizer a hora em que nasceu!
Bart Lockwood soltou um gemido aflitivo; dos seus lábios brotaram algumas palavras de súplica:
—Lou, por favor, escuta-me! Compreendo que tens toda a razão; portei-me contigo como um canalha. Mas, ouve-me... se me não matares, far-te-ei rico! Imensamente rico.
Twerlin assentou-lhe na cara uma violenta bofetada com as costas da mão.
–Maldito cobarde! — desabafou. — Assusta-te a morte, não é?
Lockwood fez um esforço desesperado para se levantar e encarou o seu inimigo com os olhos fora das órbitas, ansioso e arquejante.
— Escuta, Lou! Faço-te presente de metade da minha riqueza! De todo o meu gado! De tudo o que tu quiseres.
Twerlin sorriu-se, por entre dentes.
— Chegou a sua hora, senhor Lockwood!
—Porquê? Mas... porquê? — lamuriou o prisioneiro. — Se eu te ofereço uma fortuna... Tem mais valor para ti a satisfação de uma vingança do que tudo aquilo que te ofereço?...
Twerlin agarrou-lhe fortemente pelo peitilho.
— Já viu alguma vez um homem enforcado, senhor Lockwood? — disse ele numa voz sibilante, por entre os dentes cerrados. —O carrasco coloca o nó corredio em redor do pescoço do padecente; seguidamente, mãos implacáveis puxam pela corda e o corpo do condenado vai subindo em meio de contorções e de caretas horrível! «Durante alguns segundos, longos como séculos, o padecente fica baloiçando num ritmo de pêndulo, enquanto a vida se lhe vai escoando numa agonia lentamente atroz. Estalam-lhe os olhos do pescoço, congestionam-se--lhe os pulmões, os olhos saltam das órbitas e... Era esta a espécie de morte que me estava reservada! A espécie de morte para que fui impelido por aquele de quem tudo poderia esperar, menos uma coisa daquelas. Aquela morte que ainda tenho gravada na minha memória; a morte cuja recordação ainda agora me faz estremecer e vibrar de horror. A morte que eu lhe reservo, senhor Lockwood...
— Não! — vociferou Lockwood, completamente desvairado. — Não! Não tens o direito de proceder comigo dessa maneira, Lou! Fomos sempre amigos! Restituo-te o teu emprego! Dar-te-ei dinheiro! Dar-te-ei tudo o que me pedires. O pistoleiro pôs-se em pé. Olhou-o com sobranceria, com nojo e com desdém.
— Prepare-se para morrer, Lockwood...
—Não! Na... ão!...
Deixando o «venerável» arrepelar-se à sua vontade, Twerlin encaminhou-se para o centro da cave a fim de levantar uma grossa grade de ferro que tapava a boca de uma cisterna. Como a grade era demasiado pesada para as suas forças, foi necessário que Walker, Dodge e Teylor o auxiliassem na ingente tarefa.
O subterrâneo era utilizado em épocas remotas pelos frades, para acionar o moinho privativo da comunidade, cuja cisterna servia de canal coletor das águas do rio, através de uma comporta, e que eram utilizadas como força motriz das avantajadas mós que jaziam agora arrumadas e inúteis a um dos cantos do mesmo.
— Encerrai-o aí dentro — ordenou Twerlin apontando para a cisterna, mas desamarrado. Ele que lute para defender a existência.
— Vamos enterrá-lo vivo? — perguntou Walker com certa repugnância.
— Exatamente!
—Mas...
— Mas, quê?...
—Não era mais simples com uma bala?
Lou Twerlin esboçou um sorriso feroz.
—Não! — replicou com acento mordaz. —Já disse o que tinha a dizer. Quero que a morte deste miserável seja o mais lenta possível... Quero que ele passe pelas horrorosas torturas que eu estive a ponto de sofrer por sua causa!
— Protesto — resmungou Dodge. — Detesto as torturas!
—E eu também — corroborou Teylor.
—Cobardes! Não têm mais do que cumprir as minhas ordens — rugiu Twerlin furioso, levando a mão à coronha do revólver.
Aquele gesto revoltou Dodge que, já há algum tempo se não conformava com a maneira de proceder do homem que os tinha contratado. Encarando-o com ar de desafio, levou a mão direita em direção ao coldre... Tiktin, interpelou-o:
— Perdeste o juízo? — vociferou. — Parece que ainda não sabes do que ele é capaz se o contrariam. Faz o que te mandam e cala a boca.
— Não te admito que me fales nesse tom! — protestou Dodge. — Twerlin tem um tal ódio ao velho que perdeu as estribeiras por completo.
Dodge hesitou um momento e encolheu os ombros.
— Pois seja assim. Eu é que não quero saber mais disto para nada. O caso ficou definitivamente sanado quando Walker e Tiktin ergueram o prisioneiro do solo. Libertaram-no das cordas que o prendiam e suspendendo-o pelos sovacos, transportaram-no para junto da boca do poço.
Bart Lockwood não parecia um ser humano. O terror e o desespero tinham-no transformado num autêntico fantoche.
Obedecendo às ordens de Twerlin enfiaram-no no buraco com os pés para baixo, deixando-o escorregar lentamente. O poço era pouco profundo. A cabeça de Lockwood ficou com um palmo abaixo do bocal, enquanto as suas elegantes e lustrosas botas se enterravam no lodo... A grade foi reposta no seu lugar com grande estrépito.
— Bem... patrão; não se pode dizer que isto seja propriamente uma forca — disse Twerlin ajoelhando-se à beira do local — mas, mesmo assim, é de supor que a morte que o espera seja tanto ou mais horrorosa do que se lhe enrolassem ao pescoço uma gravata de cânhamo... Pronunciou aquelas palavras com indefinível deleite: a sua voz era arrepiante, de tom medonho e sinistro.
As mãos de Lockwood agarraram-se, ansiosamente, aos varões de ferro do gradeamento e elevando-se o mais que lhe foi possível, exclamou:
— Tem dó de mim, Lou! Tira-me daqui!
A resposta foi uma gargalhada cruel e irónica de Twerlin. O pistoleiro levantou-se e, rodando sobre os calcanhares, encaminhou-se para a comporta que vedava o coletor dos esgotos, dispondo-se a abri-la; a ferrugem acumulada durante tantos anos, não lho permitiu. Twerlin soltou uma praga!
Walker e os companheiros entreolharam-se, como se adivinhassem o diabólico plano daquele autêntico louco: a inundação pura e simples do canal onde Lockwood acabava de ser encerrado. Perante a inutilidade dos seus esforços, Twerlin puxou do revólver e disparou vários tiros contra a comporta que, perfurada em diversos sítios, começou a deixar filtrar a água em pequenas quantidades. Iria demorar algum tempo mas a água acabaria por encher a cavidade onde Lockwood estava encurralado.
Apercebendo-se da horrorosa morte que o esperava, o prisioneiro começou, novamente, a gritar, pedindo demência até acabar por enrouquecer.
— Tira-me daqui Lou! Deixa-me sair...
Os seus gritos ressoavam sinistramente por entre as húmidas e. negras paredes do subterrâneo.
— Vamos ou ficamos? —perguntou Teylor em voz áspera.
—Ninguém sairá daqui — disse Twerlin, num tom que não admitia réplica. — Trata-se de uma execução em regra e é indispensável que haja testemunhas...
— Testemunhas?
-- Sim, testemunhas. Testemunhas que possam proclamar bem alto a minha vingança. A vingança implacável de Lou Twerlin.
***
Dentro do subterrâneo reinava um silêncio impressionante, enquanto a água que corria pelo coletor dos esgotos ia caindo lentamente no poço. Nenhum dos homens que presenciavam a cena soltava qualquer palavra; o condenado, rendido à trágica evidência do seu fatal destino, também não falava. A água cobria já os ombros de Lockwood. A inundação tinha sido morosa mas constante e implacável. Faltavam apenas dois palmos para que a água cobrisse a cabeça do indefeso padecente. Todos os homens aguardavam nervosamente que chegasse o momento fatal. Eram todos assassinos. A sua profissão era matar. «Aquilo»...
Apenas Twerlin, cujo rosto refletia um prazer diabólico, parecia regozijar-se à medida que os instantes se sucediam. Avaliava o que aquela lenta agonia significava para a sua vitima. Subitamente, ouviu-se uma voz:
— Bem, para mim basta! — disse Dodge. -- Esse infeliz está prestes a afogar-se e eu...
Lou Twerlin deu mostras da sua indignação; uma onda de raiva subiu-lhe ao rosto que se tingiu de um vermelho vivo que, pouco a pouco, se transformou numa quase lividez. De um salto colocou-se no topo da escada que conduzia ao subterrâneo.
— Quieto! Ninguém sairá de aqui sem que tudo esteja terminado — ameaçou ele, de revólver em punho, dominando os quatro homens.
— O senhor está completamente desvairado, Twerlin! — explodiu Dodge. — Causa-me náuseas...
Os seus companheiros sorriram-se, mas era evidente que o seu sorriso era um tanto falso.
—Estúpidos! Querem que eu comece aos tiros? — resmungou Twerlin, em tom de ameaça.
Avançou alguns passos com os lábios fortemente crispados e um brilho sinistro nas pupilas. Todos se aperceberam de que aquela ameaça não fora feita em vão. Twerlin estava perfeitamente congestionado, vendo-se na contingência de fazer um enorme esforço
para não liquidar os seus sequazes.
— Já disse que ninguém sairá de aqui e não estou disposto a repetir a ordem...
Dodge soltou uma blasfêmia.
—Isso é o que se chama ultrapassar as marcas, Twerlin!
— Queres dizer que serias capaz de mo impedir, miserável?
Dodge aceitou o desafio. Serenamente, calculadamente, o pistoleiro inclinou-se para trás e com uma rapidez pasmosa, empunhou o revólver. Uma alegria feroz se estampou no rosto de Lou Twerlin quando disparou o tiro com que se antecipou à intervenção de Dodge.
O ruído da detonação ecoou por todo o subterrâneo indo a bala cravar-se entre os olhos do adversário. O dedo indicador da mão que empunhava o revólver premiu instintivamente o gatilho, mas a bala perdeu-se sem atingir o alvo.
Fletiu as pernas e ajoelhou-se pesadamente, como uma rês atingida mortalmente pela choupa. Ainda não tinha acabado de cair desamparado no solo e já os seus três companheiros entravam em ação. Como por artes mágicas, três revólveres brilharam nas mãos dos pistoleiros começando a vomitar fogo simultaneamente.
Um rugido terrível saiu da garganta de Lou Twerlin. Parecia mais um uivo de fera do que um grito saído do peito de criatura humana. Contorcendo-se no meio das mais terríveis convulsões, Twerlin tentava inutilmente esquivar-se à chuva de balas que convergia sobre ele.
Walker, Tiktin e Teylor, duros e implacáveis, acossavam-no impiedosamente, disparando as suas armas à queima roupa.
Literalmente crivado de balas, Twerlin despenhou-se no solo, ficando equilibrado sobre os joelhos, mas, num esforço quase sobre-humano conseguiu ainda disparar o revólver atingindo Tiktin mortalmente. Acabou por estatelar-se no solo, disparando o revólver ainda uma derradeira vez e caiu de borco. Estava morto.. Lou Twerlin tinha deixado de existir.
Com o rosto colado às grades do alçapão, Bart Lockwood soltou uma gargalhada gutural, histérica, quase absurda. Lou Twerlin estava morto!
— Que vamos resolver acerca desse tipo? — perguntou Teylor.
Walker encolheu os ombros.
— Vamo-nos embora daqui!
Como se o desejo de se verem dali para fora lhe pusesse asas nos pés, os dois homens lançaram-se pela escada acima.
— Abram o alçapão! Tirem-me daqui, malditos! — implorou Lockwood.
O silêncio foi a única resposta. O silêncio... e a morte!
***
Quando, como um autêntico furacão, Stone Lone e os cavaleiros que o acompanhavam, transpuseram o arco que demarcava os limites do Rancho del Rio, todos empunharam as armas ao mesmo tempo que esquadrinhavam as redondezas.
Se Lou Twerlin tinha seguido Lockwood até àquelas paragens, era mais do que certo que não lhe permitiria que voltasse a sair dali. Esporeando selvaticamente as suas montadas, avançaram velozmente em direção ao edifício.
A densa nuvem de pó que levantavam e o estrepitoso ruído dos cascos dos cavalos, iam certamente atrair a atenção das pessoas que se encontrassem no rancho. Surpreendentemente ninguém apareceu. Tanto o edifício principal como as diversas outras instalações, estábulos e currais, pareciam estar absolutamente desertas. A solidão era total e desanimadora...
Quando chegaram ao terreiro fronteiro ao edifício, todos trataram de se precaver, receosos daquele silêncio de morte que a todos envolvia e que apenas era quebrado pela ventania que açoitava o arvoredo. Nem rasto de Twerlin nem de Lockwood, nem sequer dos agricultores mexicanos que tinham a seu cargo os negócios respeitantes ao rancho.
Absolutamente desorientados, Stone Lone e os seus homens olharam uns para os outros, interrogando-se mutuamente. Foram aproximando-se lentamente do edifício principal, vigiando atentamente portas e janelas com as armas prontas a entrar em ação. Mas, haveria realmente algum ser vivo dentro daquela casa, que mais parecia um túmulo do que outra coisa?
Um homem surgiu inesperadamente no meio da porta empunhando um revólver. Era Walker, o pistoleiro.
Stone Lone atravessou-o com uma bala, antes de que ele se apercebesse da sua presença.
Teylor, que lhe vinha no encalço, teve tempo de refugiar-se. De refugiar-se e de salvar a vida, mas não de impedir que uma das balas disparadas contra si, o atingisse num ombro.
Entrincheirado atrás de um muro e procurando vedar com a mão a hemorragia provocada pelo ferimento, Teylor conseguiu ainda disparar vários tiros a fim de manter aqueles inesperados inimigos à distância.
A voz de Stone Lone soou dura e autoritária:
— Daí para fora, malditos!
As balas invadiam a casa por todos os lados, estilhaçando os vidros das janelas.
Teylor encostou-se a uma das paredes e conseguiu carregar o revólver com a maior dificuldade.
Sorriu-se.
Ia morrer, sem dúvida. Era evidente que aqueles homens não lhe dariam quartel. Eram pistoleiros como ele e o seu ofício era matar.
— Lá vamos, amigo — disse de si para si. — Explica a esses camaradas como morre um pistoleiro!
Stone Lone lançou um ultimato:
— Vou contar até três e quem não sair será morto como um cão danado.
Contar até três?... Que inútil perda de tempo!
Cerrando os dentes com raiva, Teylor pôs-se de um salto em frente da janela e disparou uma rajada de balas em leque, com fúria desesperada.
Uma chuva de balas caiu-lhe em cima, impelindo-o para trás.
Contorceu-se, exalou um suspiro e ficou dobrado como um fantoche sobre o peitoril da janela.
Stone Lone fechou os olhos, como que surpreendido pela visão. Em escassos momentos tinham sido mortos nada menos do que cinco homens. Dois do bando de Twerlin e três
dos seus próprios sequazes.
Quem quer que fosse que tivesse organizado «aquilo» não deveria escapar com vida da aventura.
— Porque esperais, cobardes? — disse, dirigindo-se aos do seu grupo. — Ainda não apanhámos Twerlin!
E correu em direção à casa, disparando a torto e a direito.
Bart Lockwood com os olhos encharcados de lágrimas e os lábios roxos de desespero, lançou um último olhar para o pesado gradeamento que lhe fechava o túmulo.
A água subia já acima das orelhas. Mais alguns segundos e...
Colou o rosto aos varões de ferro com todas as suas forças, até o seu lívido rosto ficar tinto de sangue.
Não fora, porém, no desejo frenético de se erguer um pouco mais acima do nível das águas que quase o submergiam. Fora porque...
Stone Lone seguido de um grupo de homens tinham surgido no subterrâneo. Desciam apressadamente a escada. Vinham salvá-lo!
No momento preciso em que a água começava a entrar-lhe na boca, Bart Lockwood fez um supremo esforço e conseguiu ainda gritar:
— Depressa! Tirai-me daqui! Não me deixem morrer, rapazes...
Stone Lone e os seus sequazes, totalmente apavorados com a sinistra visão que se lhes deparava naquele subterrâneo semeado de cadáveres, envoltos num impressionante e sepulcral silêncio, não ouviram os desesperados apelos de Lookwood.
Uma vez ultrapassado e submerso o gradeamento que fechava o alçapão sob o qual agonizava o desventurado, a água começou a inundar o piso do subterrâneo e a subir, lenta, progressiva, implacavelmente...
Quando, como um autêntico furacão, Stone Lone e os cavaleiros que o acompanhavam, transpuseram o arco que demarcava os limites do Rancho del Rio, todos empunharam as armas ao mesmo tempo que esquadrinhavam as redondezas.
Se Lou Twerlin tinha seguido Lockwood até àquelas paragens, era mais do que certo que não lhe permitiria que voltasse a sair dali. Esporeando selvaticamente as suas montadas, avançaram velozmente em direção ao edifício.
A densa nuvem de pó que levantavam e o estrepitoso ruído dos cascos dos cavalos, iam certamente atrair a atenção das pessoas que se encontrassem no rancho. Surpreendentemente ninguém apareceu. Tanto o edifício principal como as diversas outras instalações, estábulos e currais, pareciam estar absolutamente desertas. A solidão era total e desanimadora...
Quando chegaram ao terreiro fronteiro ao edifício, todos trataram de se precaver, receosos daquele silêncio de morte que a todos envolvia e que apenas era quebrado pela ventania que açoitava o arvoredo. Nem rasto de Twerlin nem de Lockwood, nem sequer dos agricultores mexicanos que tinham a seu cargo os negócios respeitantes ao rancho.
Absolutamente desorientados, Stone Lone e os seus homens olharam uns para os outros, interrogando-se mutuamente. Foram aproximando-se lentamente do edifício principal, vigiando atentamente portas e janelas com as armas prontas a entrar em ação. Mas, haveria realmente algum ser vivo dentro daquela casa, que mais parecia um túmulo do que outra coisa?
Um homem surgiu inesperadamente no meio da porta empunhando um revólver. Era Walker, o pistoleiro.
Stone Lone atravessou-o com uma bala, antes de que ele se apercebesse da sua presença.
Teylor, que lhe vinha no encalço, teve tempo de refugiar-se. De refugiar-se e de salvar a vida, mas não de impedir que uma das balas disparadas contra si, o atingisse num ombro.
Entrincheirado atrás de um muro e procurando vedar com a mão a hemorragia provocada pelo ferimento, Teylor conseguiu ainda disparar vários tiros a fim de manter aqueles inesperados inimigos à distância.
A voz de Stone Lone soou dura e autoritária:
— Daí para fora, malditos!
As balas invadiam a casa por todos os lados, estilhaçando os vidros das janelas.
Teylor encostou-se a uma das paredes e conseguiu carregar o revólver com a maior dificuldade.
Sorriu-se.
Ia morrer, sem dúvida. Era evidente que aqueles homens não lhe dariam quartel. Eram pistoleiros como ele e o seu ofício era matar.
— Lá vamos, amigo — disse de si para si. — Explica a esses camaradas como morre um pistoleiro!
Stone Lone lançou um ultimato:
— Vou contar até três e quem não sair será morto como um cão danado.
Contar até três?... Que inútil perda de tempo!
Cerrando os dentes com raiva, Teylor pôs-se de um salto em frente da janela e disparou uma rajada de balas em leque, com fúria desesperada.
Uma chuva de balas caiu-lhe em cima, impelindo-o para trás.
Contorceu-se, exalou um suspiro e ficou dobrado como um fantoche sobre o peitoril da janela.
Stone Lone fechou os olhos, como que surpreendido pela visão. Em escassos momentos tinham sido mortos nada menos do que cinco homens. Dois do bando de Twerlin e três
dos seus próprios sequazes.
Quem quer que fosse que tivesse organizado «aquilo» não deveria escapar com vida da aventura.
— Porque esperais, cobardes? — disse, dirigindo-se aos do seu grupo. — Ainda não apanhámos Twerlin!
E correu em direção à casa, disparando a torto e a direito.
Bart Lockwood com os olhos encharcados de lágrimas e os lábios roxos de desespero, lançou um último olhar para o pesado gradeamento que lhe fechava o túmulo.
A água subia já acima das orelhas. Mais alguns segundos e...
Colou o rosto aos varões de ferro com todas as suas forças, até o seu lívido rosto ficar tinto de sangue.
Não fora, porém, no desejo frenético de se erguer um pouco mais acima do nível das águas que quase o submergiam. Fora porque...
Stone Lone seguido de um grupo de homens tinham surgido no subterrâneo. Desciam apressadamente a escada. Vinham salvá-lo!
No momento preciso em que a água começava a entrar-lhe na boca, Bart Lockwood fez um supremo esforço e conseguiu ainda gritar:
— Depressa! Tirai-me daqui! Não me deixem morrer, rapazes...
Stone Lone e os seus sequazes, totalmente apavorados com a sinistra visão que se lhes deparava naquele subterrâneo semeado de cadáveres, envoltos num impressionante e sepulcral silêncio, não ouviram os desesperados apelos de Lookwood.
Uma vez ultrapassado e submerso o gradeamento que fechava o alçapão sob o qual agonizava o desventurado, a água começou a inundar o piso do subterrâneo e a subir, lenta, progressiva, implacavelmente...
F I M
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