segunda-feira, 16 de setembro de 2013

PAS084. O ataque da serpente

Um grito súbito soou aos ouvidos de Clayton, como sinistro prenúncio de tragédia. Era um grito de mulher, de Eugene. Todos se levantaram imediatamente, mesmo sem compreenderem o que se passava. Houve uns momentos de absoluta confusão.. A jovem parecia prestes a perder os sentidos.
- Uma serpente! – gemeu com voz apagada. – Por ali!... Por ali!...
E apontou a parte mais densa do bosque. Depois, lentamente, fechou os olhos.
- Eugene! – gritou Clayton, tomando a rapariga nos braços. – Sente-se mal? Chegou a morder-lhe? Responda, por favor!
Tinham ficado sós. Todos os homens procuravam descobrir o réptil entre a folhagem e ele não sabia que fazer com a rapariga. Decorreram assim alguns segundos angustiosos.
Por fim, Eugene abriu os olhos. Pareceu atordoada a princípio, mas em breve recobrou ânimo.
- Oh! Fui muito estúpida! Até desmaiei… Vi-a passar por ali.
- Pregou-nos um bonito susto, não haja dúvida – desabafou Clayton que estava um pouco pálido. – Julguei que lhe tivesse mordido.
- Perdoe-me, sim? – disse ela sorrindo.
- Vint! Percy! – gritou Henry. – Não conseguem dar com ela?
- Ainda não! – respondeu o maneta. – Mas não há-de fugir, descansa. Como está a menina?
- Felizmente bem. Não sofreu nada. Mas venham alguns de vocês para cá. Não andam à procura de nenhuma tribo de apaches!
Muitos dos homens regressaram e outros continuaram as pesquisas. Eugene, que se pusera de pé, tornou a sentar-se no chão. Clayton imitou-a.
A espera prolongou-se demasiado e Clayton não teve remédio senão chamar os homens que andavam à procura da serpente. Quando chegaram, todos eles vinham aborrecidos em consequência do fracasso.
- Não sei como diabo nos conseguiu escapar – comentou Percy, mal-humorado. – Acudimos logo, e o terreno onde ela se poderia esconder não é assim tão extenso… Não há meio de perceber!
Henry aparentava extraordinária gravidade. De repente, voltou-se para Eugene.
- Mas percebo eu! – disse, com raiva.
E aplicou sonora bofetada no rosto da rapariga.
- Ainda merecia muito mais, Eugene – acrescentou. – Vamos! Todos a cavalo! – ordenou em seguida.
 

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