quinta-feira, 5 de setembro de 2013

PAS062. A Civilização e o coração da índia

(fala do filho do deserto...)
Não há muitos anos que em Arizona, Sonora e Califórnia decidiram matar todos os índios a tiro de carabina. Em 1864, os Caras Pálidas organizaram uma expedição contra os payutas, dos quais mataram duzentos «numa esplêndida batida», forçando-os a instalar-se no lago Owem.
Há apenas quatro anos, em Humbdolt City, depois de um encontro com os peles-vermelhas, as tropas federais conduziram alguns apaches prisioneiros. Para os colonos da região isto constituiu um autêntico festival. Ali acorreu gente de toda a parte que, atirando-se aos índios, degolou, só da primeira vez, mais de uma centena.
Os brancos recorreram a todas as traições e a todas as crueldades para exterminar a raça. O envenenamento pela estricnina e a propagação da varíola são outros feitos dos civilizadores brancos...
Falou-se muito da crueldade dos peles-vermelhas, mas talvez você não saiba que alguns caçadores brancos adornavam os freios dos seus cavalos com couros cabeludos arrancados aos índios.
Não lhe contaram que, certo dia, em Denver, entrou um voluntário com o coração de uma índia, que tinha assassinado a tiro, espetado na ponta de um bastão? Logo que a matou o civilizado aventureiro abriu-lhe o peito para arrancar o troféu que, nas ruas da cidade, foi saudado com aclamações pelos burgueses… e sem dúvida ignora a história divertida de Jack Dunkier, de Central City, que há muito pouco tempo entrou na cidade, levando no seu arção uma perna de índio, afirmando não ter tido outro alimento durante dois dias…


A seguir: Flores que se abrem e embriagam

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