(Coleção Bisonte, nº 24)
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
domingo, 29 de setembro de 2013
CNT004. A águia do desfiladeiro
Apresentamos mais um conto de Orlando Marques, ilustrado por António Barata. Este conto foi publicado em 15 de Julho de 1985 no Mundo de Aventuras nº 555, segunda série.
sábado, 28 de setembro de 2013
POL027. Uma campa na colina
(Coleção Pólvora, nº 27)
«Hoje, o aglomerado citadino desenvolveu-se tanto que se
apagaram naturalmente todos os vestígios desta história. Sobre a colina onde
existia o antigo cemitério foram edificadas modernas e alegres vivendas e foi
rasgada uma amola avenida.
Mas, sob o asfalto liso e brilhante, onde hoje deslizam
sumptuosas viaturas, estava a sepultura.
E nessa sepultura estava o homem que expiou com uma morte
cruel uma vida equívoca.
Uma campa na colina da terra vermelha…»
Esta entrada de Man Preyett reflete todo o ambiente que
vamos encontrar numa novela algo depressiva, onde o amor está presente, mas
sempre sujeito a ser subalternizado pelos diferentes atores. Harold não era uma
boa rês, mas soube redimir-se dando a sua vida pela do filho que reencontrou ao
fim de vinte anos de ausência.
Passagens selecionadas:
PAS143. Reencontro
PAS144. Lincoln
PAS146. A morte chegou com a tempestade
Passagens selecionadas:
PAS144. Lincoln
PAS146. A morte chegou com a tempestade
POL026. O novato
(Coleção Pólvora, nº 26)
«Eis a estranha história de um homem que tropeçou com o
infortúnio, com a ingratidão e com o perigo; mas que a todos soube vencer à
força da persistência e da abnegação.
A sua história teria talvez ficado perdida no nevoeiro do
esquecimento se o acaso, aparecendo como personagem importantes, não mudasse de
súbito o rumo da vida atormentada de Tony Moritz, convertendo-o em herói de
lenda!
O amor interveio também na sua transformação e o destino
talvez tivesse contribuído com a sua parte. Mas o autor não pretende fazer um
estudo psicológico da idiossincrasia de Tony Mortiz mas apenas relatar as suas
façanhas de um modo simples e claro».
As palavras anteriores foram escritas por F. Mediant no
preâmbulo à obra que estamos a apresentar.
Trata-se de um autor praticamente desconhecido, não aparecido nas outras
coleções de que temos falado. O livro não é melhor nem pior que muitos outros:
lê-se, por vezes com algum enfado, outras com mais entusiasmo. O autor diz-nos
que os factos lhe terão sido narrados pelo próprio, mas ao contrário do que
pretende, nada têm de extraordinário: é uma história do Oeste, nada mais…
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
CWB013. O renegado
Um jovem branco viu os seus pais serem mortos e roubados por uns facínoras estabelecidos no forte que vendiam armas e bebidas aos índios. Foi abandonado depois de chicoteado e pontapeado e, encontrado por uma tribo índia, ali foi tratado. Durante anos, acompanhou a vida dos índios que o ensinaram a combater com toda a espécie de armas. Uma linda índia, filha de grande chefe, era uma espécie de irmã para ele. Até que chegou o dia da visita ao forte...
Pena Vermelha já não regressou à sua tribo ultrajada e morta pelos mesmos que tinham acabado com os pais do seu "irmão".
Johnny Garland, quinze registos em Portugal, traz-nos uma novela excelente em que os índios não são vistos como selvagens, mas como seres humanos com qualidades iguais a todos os outros, que um dia foram espoliados das suas terras, mas, mesmo assim, são capazes dos actos mais nobres. O grande chefe "Aguia Solitária" não infligiu qualquer dano à filha do grande chefe branco apesar de já conhecer o triste destino de Pena Vermelha. E, no final, esta viria a encontrar a felicidade com o seu filho adotivo...
A capa, assinada por Longeron, mostra o momento em que a filha do grande chefe branco tenta apunhalar o herói da nossa história.
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quinta-feira, 26 de setembro de 2013
POL023. Não quero ser enforcado
(Coleção Pólvora, nº 23)
"Frank Mc Nally sentia medo! Um medo feroz! Estava a um passo da morte e sabia-o perfeitamente. Durante toda a noite, agachado ali entre as pedras, empunhando em constante vigília a sua «Winchester», aguardara o ataque dos seus inimigos.
Seus inimigos!... Quantos eram? Sem dúvida, muitos. Tantos que podiam cos^-lo com balas numa fração de segundo logo que o descobrissem os olhares dos abutres que o espreitavam. Abutres, precisamente."
Assim começa este título da coleção Pólvora. Frank não era um criminoso, nem sequer um ladrão ao contrário do que o malvado xerife, Joe Scarlett, fizera constar para se apoderar das suas terras que partilhava com a irmã em má hora casada com ele. Joe queria enforca-lo e, nos seus negócios sinistros, estava rodeado por indivíduos sem escrúpulos e rápidos no gatilho. Frank não queria ser presa fácil para eles. Por isso resistiu e tudo fez para provar a sua inocência.
A irmã de Frank, coitada, tinha de suportar a aspereza do marido que a julgava cúmplice do irmão em momento de fuga deste e ele, Frank pensava que ela estava feita com o marido para se apoderar do seu quinhão nas terras. A pobre foi maltratada por Scarlett e ouviu das boas do irmão.
Grande parte deste livro relata os passos de Frank para escapar aos que o queriam matar até que, o encontro providencial com Verónica, filha do juiz Vander tudo fez mudar...
Michel O' Clement é um autor completamente desconhecido no universo das novelas do Oeste, mas a avaliar pelo conteúdo desta poderia ter um grande sucesso.
Passagens selecionadas:
PAS139. Pesadelo
PAS140. Salva pela criada
Passagens selecionadas:
PAS139. Pesadelo
PAS140. Salva pela criada
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
CNT003. O celerado do Arkansas
Hoje, divulgamos mais um conto de Orlando Marques, publicado no Mundo de Aventuras, números 501 e 502, em Maio de 1983.
As ilustrações foram elaboradas por Vassalo Miranda, existindo algumas notas biográficas sobre o mesmo no Blogue de Banda Desenhada da autoria de Luis Beira e Carlos Rico.
As ilustrações foram elaboradas por Vassalo Miranda, existindo algumas notas biográficas sobre o mesmo no Blogue de Banda Desenhada da autoria de Luis Beira e Carlos Rico.
terça-feira, 24 de setembro de 2013
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
PAS092. Sinais de fumo
Passava os dias na caça ou a fumar no terraço que havia em
frente da gruta, sempre com o cão a seu lado.
Pensava, embora sem querer, na rapariga.
Das enormes alturas em que estava no seu posto de atalaia,
dominava grande parte do terreno, mas não descortinava a cidade.
No entanto, com o binóculo que possuía, recordação de um amigo,
via além ao longe uma verdadeira colmeia humana a trabalhar no que supunha
havia de ser o caminho de ferro.
Em consequência deste movimento de pessoas, havia mais caça
no alto da montanha. Porém, pensava que muito em breve teria de procurar mais
longe os seus terrenos de caça.
De noite, punha as armadilhas e Às primeiras horas da manhã
ia recolher o fruto da sua habilidade.
Esfolava depois as peças de caça e preparava-as para a seca.
À tarde, terminados os seus trabalhos, sentava-se a ler e a
fumar.
Assim se passavam os dias. Mas esta paz foi repentinamente
perturbada um dia.
Em baixo, a montanha, a seus pés, um grupo de cavaleiros
atacava uma caravana. Havia tempo que já não via passar nenhuma por ali.
E ocorreu-lhe um estratagema para afastar os assaltantes.
Fez com rapidez três fogueiras com lenha verde para que
deitassem muito fumo.
Riu-se com gosto ao ver que o estratagema tinha resultado.
Os assaltantes fugiram ao ver as fogueiras, convencidos de
que eram os índios que se dispunham a ataca-los.
Mas também assim o acreditaram os da caravana que tinham
ficado com vida, que por isso fizeram caminhar os veículos a toda a velocidade.
Quando Spencer desceu, fazendo sinais para que se detivessem
, os viajantes pegaram nas armas e recomeçaram a disparar antes que ele se
aproximasse.
Spencer deteve-se e continuou a fazer sinais de amizade. Em
face da sua insistência, três cavaleiros foram ao seu encontro.
Quando estavam perto, contou-lhes o que tinha feito para
afastar os assaltantes.
Convencidos de que falava verdade, deixaram-no então
aproximar-se e Spencer soube o que se tinha passado.
Haviam-se apresentado aos viajantes muitos homens que
levavam as insígnias de federais para lhes dizer que tivessem cuidado, porque
havia índios nas montanhas.
E, quando mais descuidados estavam, começaram o ataque.
- Estou certo – disse um deles – de que os reconhecerei onde
quer que os veja.
Spencer tinha-os visto fugir na direção da terra de Benjamim
e, com a esperança de os encontrar, pediu ao que tinha falado que o acompanhasse.
No fundo era o desejo de visitar o armazém pera ver se havia
carta de Ruth…
ARZ028. Sou do Texas
(Coleção Arizona, nº 28)
A coleção Arizona, nos primeiros números, usou e abusou dos
livros de Estefania. É ofensivo dizer que não se aproveita nada deles, mas é
quase verdade: as histórias podem não ser más, até há muita emoção, mas o modo
como são redigidas não é agradável. O texto é formado por pedaços que parece que não colam. Este “Sou do Texas” nem é dos piores, por
isso consegui extrair-lhe uma passagem. Quanto ao resumo, é melhor esquecer…
Passagem selecionada: Sinais de fumo
domingo, 22 de setembro de 2013
sábado, 21 de setembro de 2013
PAS091. Salvos pelo cozinheiro
O «colt» de Cameron vomitou chumbo e a bala furou o
antebraço do vaqueiro, desarmando-o quando já empunhava o seu revólver. Um
grito selvagem de triunfo brotou da garganta de Cameron, que, repelindo a jovem
para o lado, correu para o adversário, a fim de o liquidar.
- És um imbecil, Joe Ringo! – gritou, fora de si. – Pensaste
num acordo comigo, não é verdade? Pois vou enviar-te para o inferno!
E ergueu o braço armado.
Helena Kennedy correu, então, para ele, disposta a detê-lo,
gritando de terror. Mas parou, ouvindo o seco estampido de um rifle. A bala
passou sibilando por diante do seu rosto, e foi chocar secamente com o seu
objetivo. Viu Cameron estremecer dos pés À cabeça, girar sobre os calcanhares e
ficar de frente para Ogden Kid, que ainda tinha encostado ao ombro o seu 44.
Uma maldição rouca, terrível, lhe brotou da garganta:
- Traidor! Canalha!
E fez um supremo esforço para fazer fogo contra o cozinheiro
da quadrilha. Uma segunda detonação do rifle ressoou no silêncio espantoso das
altas moles de granito. Desta vez, Helena Kennedy viu a cabeça do bandido
agitar-se pelo impacto da bala e, sem soltar um queixume, abater-se no solo.
Ringo, a curta distância deles, tentava levantar-se,
apertando com força o braço ferido. Helena soltou um grito e correu para ele
estreitando-o contra o peito.
PAS090. Nunca te des por vencido quando o amor estiver em causa
Joe Ringo analisou a sua má sorte, a sua impotência. No mais
íntimo do coração do vaqueiro, havia o sentimento de que estimava de verdade,
profundamente, aquela rapariguita valente e abnegada. Ressoavam em seus ouvidos
as palavras suplicantes aos pistoleiros de Cameron, quando a corda dobrada do
laço lacerava as suas costas. Não sabia o seu nome porque o de Jim era
fictício. Mas estava seguro de que o seu coração lhe pertencia, de que, se não
o amava, sentia por ele um profundo por ele profundo apreço.
Mas… onde demónio estava aquela mina de ouro?
Fora um néscio em não lhe fazer a pergunta no devido tempo.
Se o tivesse sabido, conheceria agora, certamente, para que ponto devia
encaminhar-se a fim de atacar. Porque não deixaria pedra sobre pedra até
Cameron e os seus sequazes pagarem o que lhe tinham feito.
De vaqueiro solitário e pacífico, amigo de toda a gente,
considerado por todos os seus semelhantes, convertiam-no numa fera sedenta de
vingança. Ela estaria de dia e de noite pensando nele, pedindo, suplicando a
Deus que se apresentasse em seu auxílio.
E devia socorrê-la acima de tudo, ainda que nisso
sacrificasse a própria existência.
Dominado por este pensamento, o vaqueiro começou a nadar com
fúria, sem se lembrar dos seus ferimentos, sem ter presente que o
desfalecimento começava a dominá-lo. Assim continuou algum tempo, até que,
rendido, sem alento, se deteve na margem do riacho, completamente extenuado
sobre a areia cálida.
Os raios de sol iluminavam aquela paisagem bravia, inundaram
de uma vida nova a aridez do sítio. Ringo não soube o tempo que permaneceu
naquela posição, até que, erguendo-se penosamente, se encaminhou para as
primeiras árvores do bosque. Cambaleando, mergulhado num mar de confusões,
avançou mais e mais, para desembocar nos abertos espaços a planície. A sua
mente funcionou com maior sensatez, procurando orientar-se.
O vale era longe dali e não lhe era possível lá chegar. Tão
pouco tinha qualquer ideia de que por aquelas imediações existissem ranchos,
cabanas ou acampamentos de pessoas honradas que o auxiliassem. E sem armas, sem
cavalos, sem munições, estava totalmente perdido. A fome começou a assediá-lo,
embora a mitigasse com algumas bolachas duras que ainda conservava no bolso das
calças. Sentou-se à sombra de uma árvore e, encostando-se ao tronco, principiou
a meditar. Estava vencido, quase sem ânimo para se mexer dali. E tudo estaria
perdido para ele, se não fosse aquela ânsia vingadora que o invadia, aquele
desejo de fazer alguma coisa por… «ela»!
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
PAS089. O segredo do rapazote
Tudo quanto o chefe do bando inventou para arrancar de Jim o
segredo do filão de seu pai foi inútil. Encerrara-se definitivamente num
mutismo completo. Mirava os seus inimigos com os olhos chamejantes, sem ousar
voltar o rosto para Ringo, para não o comprometer. Compreendia que a situação
não era nada favorável para eles. E não podia ter confiança em que alguém os
socorresse porque todos os presentes sonhavam com aquela mina de ouro,
descoberta um dia pelo pai e cujo segredo da sua existência fora desvendado de
uma maneira estranha por aquela pandilha de indesejáveis.
Cameron perdeu as estribeiras lentamente. Queria que Jim
Kennedy dissesse a verdade de bom grado. Mas o rapaz permanecera encerrado no
silêncio como uma tumba. Então, desesperado, Cameron bradou:
- É teu, Jocelyn! Arranca-lhe a verdade com pedaços da
própria pele!
James Jocelyn não respondeu. Caminhou pausadamente para o
rapaz e com uma forte palmada atirou-o e vários metros de distância da mesa.
Depois curvou-se sobre ele, antes que se recompusesse do golpe, esbofeteando-o,
até que o nariz lhe sangrou abundantemente.
Fez tudo isto acompanhado de ordens e pragas. Mas Jim
Kennedy, ainda que lhe arrancassem pedaços de pele, não diria uma única palavra.
Sòmente, ante a dor dos golpes, com voz desfalecida, replicou:
- Não sei onde meu pai encontrou a mina. Ele nunca mo disse
a mim, porque…
E um novo golpe lhe cortava as palavras. Por último, Jocelyn
pegou na corda de um laço que cortou com a faca de mato em dois pedaços. Com
isso amarrou Jim a uma das vigas que suportava o telhado da cabana. A outra
extremidade dobrou-a e atou as duas pontas com a destra. Depois retrocedeu um
passo. A sua garra esquerda ferrou-se À roupa do jovem e puxou-a, rasgando-a
numa tira. Jim gritou, pedindo que não lhe fizessem isso. Mas os seus gritos
serviram para encolerizar mais o bandido que consumou a sua obra deixando quase
nu o tronco do rapaz.
Depois afastou-se para o lado e ergueu o braço disposto a
fustigar-lhe as costas com a corda. Mas deteve-se, ficou com a mão no alto, os
olhos esbugalhados e os dentes cerrados. E uma exclamação de espanto lhe brotou
dos lábios:
- Pelos chifres de cem mil búfalos sacrificados, Cameron! É
uma mulher!
PAS088. Perseguição de danados
Quase a chegar ao seu destino, Ringo deteve-se de repente.
Ouvia, à distância, o ruído de cascos de cavalo que se aproximavam naquela
direção.
Instintivamente, levou os dois animais para entre as árvores
e ocultou-se com elas. Não desejava encontrar ninguém e sempre receara que o
filão descoberto pudesse chegar ao conhecimento de pessoas estranhas. Por essa
razão, desejaria encontrar-se novamente no vale, afastado de todos, vivendo
aquela vida solitária.
Os seus pensamentos foram interrompidos pela presença de um
cavaleiro que, curvado sobre o pescoço do animal, o esporeava com rudeza,
obrigando-o a tirar forças da sua fraqueza, a caminhar com todas as energias de
que era dotado. Como levava o chapéu «Stetson» derrubado sobre a testa e a
cabeça baixa, Ringo não pôde descobrir-lhe o rosto. Passou em frente dele com a
rapidez de um raio. Atrás dele a menos de duzentos metros, apareceram mais
quatro homens.
Ringo observou-os cuidadosamente. À medida que encurtavam a
distância e se iam acercando dele, pôde examinar o rosto de cada um. Viu com
desagrado que dois deles eram os indivíduos que encontrara havia algumas
semanas no seu caminho para o vale. O que ia à direita disparou o revólver e
soltou uma praga. Os outros também fizeram fogo.
Desta vez deviam ter acertado no alvo, porque um grito de
alegria brotou da garganta do que o havia realizado. Também cessou, como por
encanto, o ruído dos cascos do cavalo perseguido.
Ringo não sabia que fazer. Meter-se nos assuntos alheios,
vivendo num lugar selvagem do Arizona, seria criar muitos inimigos, espor-.se a
que estes pudessem ataca-lo e, inclusivamente, mandá-lo para o outro mundo. Ele
era um bom atirador de revólver. Demonstrara-o muitas vezes nos ranchos onde
trabalhara. Até ganhara alguns prémios importantes nos «rodeos», entrando em
concursos de tiro. Mas isso sucedera havia algum tempo e receava estar
destreinado.
Não obstante, agarrou o cavalo pelo bridão e, dando uma
volta por entre as árvores, foi encurtando a distância que o separava do lugar
onde os quatro tipos acabavam de parar apeando-se. Um deles continuava a
apontar o revólver ao cavaleiro, que, de pois de perder o seu cavalo, que fora
ferida, se mantinha a prudente distância, sem coragem para lutar ou fugir para
a espessura.
ARZ025. Troaram os revólveres
(Coleção Arizona, nº 25)
Joe Ringo é um caçador/domador de cavalos que sonha juntar
algum dinheiro para se estabelecer como rancheiro. Ao seguir a pista de alguns
cavalos selvagens, depara-se com uma quadrilha que tortura um rapazote para lhe
extrair a localização de uma mina de ouro descoberta pelo pai deste entretanto
assassinado.
Liberta o rapazote, mas um segundo encontro com a quadrilha
leva-os a um conjunto de peripécias onde a mais interessante é a descoberta de
que o rapazote afinal é uma linda menina, mas onde a maioria é de causar
calafrios ao mais valente…
Joe Sheridan traz um relato muito interessante e calmo de
todo um conjunto de situações que levam à salvação final dos heróis pela ajuda
de um acompanhante dos bandidos. A ação é lenta, há poucos intervenientes,
parece que tudo se passa no mesmo sítio, mas o livro não cansa.
Passagens selecionadas:
PAS088. Perseguição de danados |
PAS089. O segredo do rapazote |
PAS090. Nunca te des por vencido quando o amor est... |
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
PAS087. Quando voltar atrás já não é possível
Foi admirável a serenidade com que Jim Dodson encarou o que
estava à frente dos seis forasteiros, o único que se tinha apeado do cavalo.
- Posso saber para que querem obrigar o senhor Graves a
acompanhá-lo?
O interrogado tinha estado a observar atentamente Jim. O
gesto de surpresa refletido no seu rosto quando ouvira o seu nome, dava a
entender que conhecia aquele homem.
E talvez a isso se devesse a resposta dada sem a menor
brusquidão.
- Pretendíamos apenas que viesse ver o cadáver do nosso
amigo e o lugar onde o encontrámos.
- Para quê?
- É muito simples. O cadáver estava envolvido numa alcatifa.
Queríamos saber se a conhecia. O facto de estar nos terrenos que lhe pertencem
levou-nos a vir vê-los antes de prosseguir nas nossas indagações na cidade.
Jim Dodson esboçou uma careta.
- Tudo isso está muito bem, amigo. Mas abusaram da
superioridade numérica, empregando maus modos e assustando as senhoras da casa.
Bruscamente, mudou o rumo da conversa.
Precipitando-se ao falar, o outro disse:
- Continuamos a ser superiores em número, amigo. Se
quiséssemos abusar…
Não acabou a frase. Atentando no que acabara de dizer,
interrompeu-se, de repente, como que arrependido da sua precipitação.
Mas já era tarde para voltar atrás.
Havia cometido uma falta que «Bronco» Jim não perdoava.
- Afaste-se, senhor Graves – ordenou o rapaz, com entoação
tão fria que o dono do rancho naõ se atreveu a desobedecer. – Vou demonstrar a
estes «valentes» que a superioridade numérica não é suficiente para abusar das
pessoas honestas… Acabou-se a conversa, amigos. Ao largo! Têm dois minutos para
desaparecer da minha vista! De contrário terão de empregar essa superioridade
de que fazem alarde.
«Bronco» Jim colocou-se diante deles, com as pernas abertas
e os polegares apoiados na fivela do cinturão. À sua direita, de pé, no último
degrau do alpendre, Barney Graves observava a cena.
Por seu turno, os seis forasteiros fitavam quem assim lhes
falava. Os cinco, que continuavam a cavalo, pareciam estátuas de pedra. Com as
mãos enclavinhadas nas rédeas davam a impressão de estar a espera de um sinal
do que se encontrava no chão, para se porem em movimento.
E assim estiveram durante alguns segundos.
Seis pares de olhos, de aspeto maldoso, onde se retratavam
as piores intenções, cravaram-se com estranha fixidez nas mãos de «Bronco» Jim.
E de repente…
PAS086. Nunca confies em quem te manda contar o dinheiro
Enquanto falava, Fulton Candy havia separado da gaveta da
secretária um maço de notas. Separou algumas e entregando-as ao homenzinho,
disse:
- Aqui tens os teus mil dólares, Ratcliff. Conta-os.
- Não é necessário, senhor Candy.
- Conta, homem, é melhor assim.
- Está bem. Já que tanto insiste…
E o homenzinho pôs-se a contar as notas, enquanto Fulton
Candy, no outro lado da secretária, sorria de estranha maneira.
-Está bem? – perguntou, quando o outro acabou.
- Está. Já o sabia de antemão.
- Bem, então vamos a tratar da tua partida. Não podemos
perder tempo.
Fulton Candy levantou-se da cadeira. Rodeou a secretária,
para se aproximar do outro e, quando estava a seu lado, deu-lhe uma palmada nas
costas.
- Prestaste-me um bom serviço, Ratcliff – disse,
amigavelmente. – Tê-lo-ei em conta, para quando for necessário. Segue-me.
Candy dirigiu-se para a porta e Ratcliff seguiu-o a dois
passos de distância.
O homenzinho não pareceu dar importância ao gesto do dono do
hotel, ao levar a mão a um dos bolsos interiores da canadiana.
E, por isso, nada pôde fazer para se salvar.
Girando bruscamente sobre os calcanhares, Fulton Candy
chocou com o que ia à retaguarda. E, quase ao mesmo tempo,…
O pequeno «Derringer» que se apoiava agora ao peito de
Ratcliff cuspiu uma dose mortal de chumbo.
(Coleção Arizona, nº 21)
terça-feira, 17 de setembro de 2013
PAS085. O dia em que Susana perdeu o vestido novo
«Bronco Jim» voltou-se para a janela, com a rapidez de um
relâmpago.
- Diabos! – exclamou um segundo depois. – Eu vi agora também
qualquer coisa a mover-se. Depressa, doutor! Ensine-me a saída deste lado.
Os três homens apressaram-se a abandonar o consultório.
- O senhor, xerife, saia pela porta principal e dê a volta À
casa. Eu faço o mesmo pelo outro lado. Vamos, doutor.
Não tardaram a chegar à porta das traseiras. Jim Dodson
abriu-a com um puxão e quando se dispunha a sair para a rua…
Esteve prestes a chocar com dois vultos que acabavam de se
apresentar diante deles. Ouviram-se dois leves gritos de sobressalto e a voz do
doutor dizer:
- Pelas mossas do meu bisturi! De onde diabo saíram vocês?
Susana! Beryl! Eram vocês que há pouco espreitavam pela janela do escritório?
Vamos, respondam! É muito importante!
As duas raparigas olhavam ora o doutor ora o homem que
estivera a ponto de as atropelar, verdadeiramente desconcertadas.
Dois pares de olhos, de cor diferente, mas ambos igualmente
belos, refletiam uma aflição sem limitas. Os rostos juvenis das raparigas,
ruborizados, eram a mais clara prova da sua culpabilidade.
Não era necessário responder à pergunta que lhes fora feita,
para se ficar a saber que com toda a certeza
o doutor Hype não se tinha equivocado.
- Devia dar às duas um bom par de açoites! – disse o médico,
visivelmente aborrecido. – Que bonito, a espreitar pelas janelas, como duas
vulgares mexeriqueiras! Como castigo, tu, Susana , não terás o vestido novo. E
quanto a ti, Beryl, direi ao teu pai que te dê uma boa repreensão! Não querem
lá ver as raparigas! Vá! Entrem antes que toda a gente fique a saber.
(Coleção Arizona, nº21)
ARZ021. Carrascos na noite
(Coleção Arizona, nº 21)
Um livro de Rogers Kirby cheio de ação e suspense. Um jovem bravo e bom utilizador das armas, admirado pelas meninas da cidade, bate-se contra um inimigo que, na sombra, durante a noite, cobardemente, comete as maiores atrocidades inclusivamente contra os que o servem.
Passagens selecionadas:
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
PAS084. O ataque da serpente
Um grito súbito soou aos ouvidos de Clayton, como sinistro
prenúncio de tragédia. Era um grito de mulher, de Eugene. Todos se levantaram
imediatamente, mesmo sem compreenderem o que se passava. Houve uns momentos de
absoluta confusão.. A jovem parecia prestes a perder os sentidos.
- Uma serpente! – gemeu com voz apagada. – Por ali!... Por
ali!...
E apontou a parte mais densa do bosque. Depois, lentamente,
fechou os olhos.
- Eugene! – gritou Clayton, tomando a rapariga nos braços. –
Sente-se mal? Chegou a morder-lhe? Responda, por favor!
Tinham ficado sós. Todos os homens procuravam descobrir o
réptil entre a folhagem e ele não sabia que fazer com a rapariga. Decorreram
assim alguns segundos angustiosos.
Por fim, Eugene abriu os olhos. Pareceu atordoada a
princípio, mas em breve recobrou ânimo.
- Oh! Fui muito estúpida! Até desmaiei… Vi-a passar por ali.
- Pregou-nos um bonito susto, não haja dúvida – desabafou
Clayton que estava um pouco pálido. – Julguei que lhe tivesse mordido.
- Perdoe-me, sim? – disse ela sorrindo.
- Vint! Percy! – gritou Henry. – Não conseguem dar com ela?
- Ainda não! – respondeu o maneta. – Mas não há-de fugir,
descansa. Como está a menina?
- Felizmente bem. Não sofreu nada. Mas venham alguns de
vocês para cá. Não andam à procura de nenhuma tribo de apaches!
Muitos dos homens regressaram e outros continuaram as
pesquisas. Eugene, que se pusera de pé, tornou a sentar-se no chão. Clayton
imitou-a.
A espera prolongou-se demasiado e Clayton não teve remédio
senão chamar os homens que andavam à procura da serpente. Quando chegaram,
todos eles vinham aborrecidos em consequência do fracasso.
- Não sei como diabo nos conseguiu escapar – comentou Percy,
mal-humorado. – Acudimos logo, e o terreno onde ela se poderia esconder não é
assim tão extenso… Não há meio de perceber!
Henry aparentava extraordinária gravidade. De repente,
voltou-se para Eugene.
- Mas percebo eu! – disse, com raiva.
E aplicou sonora bofetada no rosto da rapariga.
- Ainda merecia muito mais, Eugene – acrescentou. – Vamos!
Todos a cavalo! – ordenou em seguida.
PAS083. Expedição
Eugene cavalgava agora alegre ora adiantada à formação ora
atrasada, contemplando a paisagem a seu bel-prazer. Montava com destreza um
cavalo baio, novo e nervoso, e vestia um simples trajo de amazona, com blusa de
cores vivas que muito a favorecia. Pendente da montada, balouçava uma
espingarda «Henry», que fazia diminuir o encanto geral da sua figura tão acentuadamente
feminina.
A primeira vez que Henry se atrasou, examinando o terreno
que atravessavam, compreendeu que era aquela a ocasião ambicionada por Eugene
para lhe dirigir a palavra. Quando a formação se afastou um pouco, a rapariga
aproximou-se, em rápido trote. Parou ao lado dele sorrindo:
- Admirou-se de me ver neste grupo?
Henry pôs-se em marcha, antes de responder:
- Sim, naturalmente.
Ela parecia divertida com as circunstâncias.
- E que pensa do caso? Agrada-lhe?
- Penso que estão todos malucos.
- Incluindo eu?
Foi agora a altura de Clayton olhar fixamente para ela.
- Você… Você é uma menina muito mal-educada.
A seguir: O ataque da serpente
domingo, 15 de setembro de 2013
PAS082. Rejeitada
- Não consigo compreendê-lo muito bem, Clayton – e havia na
sua voz um pouco de contrariedade – Começo a capacitar-me que você é um homem
sem espírito observador, diria eu. Deve fazer o que lhe peço porque há uma
razão que o aproxima de nós. Ainda não percebeu que estou apaixonada por si?...
Nunca soube dissimular os meus verdadeiros sentimentos. Segui-o como um
cachorro fiel, para toda a parte, desde a sua chegada, espiei os seus
movimentos para conseguir estar sempre a seu lado, vesti as minhas roupas
melhores e falei-lhe mal do meu noivo. Que mais quer? Por que me olha dessa
maneira? Não está disposto a dizer uma única palavra?... Oh! Qualquer homem do
forte endoideceria de felicidade no seu caso… Ter-me-ia beijado já,
naturalmente… Admira-se? Não me acredita?
A voz de Clayton soou de modo estranho ao intimar:
- Dou-lhe vinte segundos para sair deste quarto, menina
Morrison.
- Porquê? Não lhe agrada a ideia de …
- Eu disse vinte segundos!
- Que tenciona fazer se eu não sair?
-Dar-lhe a bofetada que está a merecer há muito tempo. Saia
daqui!
Eugene, que estivera a torcer nas mãos um pequenino lenço de
rendas, atirou-o ao chão num assomo de raiva.
- Estúpido! – rosnou ainda, vermelha de cólera.
E saiu do quarto precipitadamente.
A seguir: Expedição
PAS081. Um rosto de mulher
O xerife não ignorava o perigo que corria se desobedecesse
às ordens do homem que o ameaçava na escuridão. A vida dele não era mais
respeitada que as outras, as que se perdiam diariamente em Santo António, e era
muito compreensível que um movimento mais lhe provocasse a morte. No entanto,
estava resolvido a levar a cabo o seu propósito.
- Sei que me convém obedecer-lhe – disse lentamente – mas não
estou disposto a isso. Morrerei, se for necessário. Bem vê que não tenho
nenhuma arma. Não pretendo lutar; apenas cumprir o meu dever; vou prendê-lo.
E voltou-se rapidamente, com manifesta energia.
O revólver que o xerife Rowe adivinhava nas mãos do
adversário permaneceu mudo. Perscrutou o negrume do recanto onde se encontrava
o inimigo e só com muita dificuldade conseguiu distinguir o vulto do
desconhecido. Avançou para ele.
- Não dê… um passo… mais…
- Tem medo! – exclamou Rowe. – É curioso! Eu também tenho
medo de si… Não sei por que motivo supus que lhe ia ser difícil apertar o
gatilho… Mas tenho medo apesar de tudo… E não me resta outra saída. Vou
prendê-lo.
- Não… não faça isso… xerife!
E Rowe, de súbito, viu o negro vulto deslizar suavemente
pela parede. Depois, foi como se desabasse. Caiu, de peito para cima, e a
cabeça ficou dentro do círculo luminoso traçado no chão pelo quebra-luz, junto
aos pés de Rowe. O xerife contemplou atónito aquele rosto. Era um rosto de
mulher, belo, extraordinariamente belo, em cujas feições imperava a palidez da
morte. O s lábios violáceos mexeram-se ainda:
- Já lhe tinha dito… que iria… para sempre… Trabalhei para
«ele»… até ao último segundo…
O formoso rosto sofreu um violento abalo. Os olhos perderam
brilho. Depois, o corpo adquiriu uma quietude impressionante, uma rigidez
macabra.
O xerife ajoelhara-se junto da mulher e mantinha entre as
dele uma daquelas mãos brancas. Agora, compreendia muitas coisas. Ela tinha-se
escondido na escuridão porque o ameaçava sem qualquer arma. Transformou, quanto
pôde, o tom de voz para a tornar masculina e falou a princípio com fadiga e
depois tremulamente, porque ia desfalecendo, a caminho da agonia, em
consequência da ferida que tinha nas costas.
Rowe teve o pressentimento de que por trás daquilo tudo se
escondia uma história, talvez sublime, cuja evidente prova podia ser o corpo
inanimado, que dormia o sono eterno diante dos seus olhos. Mas qual era na
realidade aquela história? E aquela mulher porque motivo se sacrificara tanto
em benefício de um homem sem lei, de um foragido? Porque a feriram? Quem
disparara contra ela?
Rowe contemplou outra vez o formoso rosto moreno, como se
pretendesse obter dele as respostas às suas dúvidas, às perguntas mentalmente
formuladas.
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