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Se Morgan nunca lhe tinha sido simpático, repentinamente, concebeu contra ele um ódio mortal que jamais se apagaria da sua mente. Não sabia se o seu companheiro estava suspeitando dele, se sabia já que denunciara Bouse (antigo companheiro e chefe da quadrilha), mas o medo de chegar a sabê-lo, sem lugar para dúvidas, fazia-o pensar no que podia ocorrer. Entre os meliantes, o delator, o confidente da Polícia era o ser mais execrável, o mais odiado que podia imaginar-se. Entre eles concebia-se o assassínio por ambição do mando sobre a quadrilha; a morte para disputar uma mulher, por fazer batota ao jogo, por um roubar a outro. Eram coisas normais e para todos havia uma desculpa: o ser um mais batoteiro, mais ambicioso e mais ladrão do que o outro. Mas jamais se perdoava ao que denunciava os outros companheiros de um bando e muito menos ainda se por isso cobrava dinheiro da Polícia.
(Coleção Arizona, nº 47)
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