terça-feira, 12 de novembro de 2013

BUF044. No meio de dois homens

 

(Coleção Búfalo, nº 44)
 
 
«Quando o velho aventureiro Edwin Drake perfurou a terra para o primeiro poço de petróleo, entre os risos e troça da população honrada de Titusville, na Pensilvânia, ninguém imaginava a formidável transformação que aquele local iria sofrer e o impato que tal ação teria sobre o dia a dia de toda a gente e sobre os processos de trabalho. Quando o petrólero subiu jorrando pelo tubo, o grito de «Oil! Oil!» repercutiu-se de vale em vale, de terra em terra e, como um eco, de um ao outro extremo dos Estados Unidos.
Nascia uma indústria gigantesca. Por toda a parte se falava de petróleo e de todo o continente chegavam à Pensilvânia aventureios e pesquisadores. O «rush» (corrida) do petróleo foi tão avassalador como o «rush» do ouro. Os jornais fomentavam a cobiça dos seus leitores falando-lhes de poços milagrosos, de rendimentos incríveis, de fortunas fabulosas e repentinas...». - palavras de George H. White.
Mas...
«... passados algum tempo, a indústria petrolífera atravessava uma grave crise. Muitos poços fecharam, depois de arruinarem os seus proprietários e em metade dos restantes trabalhava-se a um décimo da produção que tinham no começo.
O pessoal e proprietários dos jazigos sabiam o que provocava a obstrução dos poços; mas a forma de eliminar o mal não estava dentro das suas possibilidades.
Descobriram que a parafina, sedimento seroso do petróleo, entupia os furos com camadas de areias petrolíferas impedindo, ao fim de um ano aproximadamente, o livre afluxo do líquido pelo furo praticado».
É neste contexto que Ron Stephens chega a Titusville. Ex-militar, onde atingira o posto de capitão, fora obrigado a abandonar o exército por abater um superior em duelo leal. Não levava um cêntimo nos bolsos, mas não o conseguiram despojar dos conhecimentos de artilharia. Assim, em contato com o problema, sugeriu a utilização de nitroglicerina na limpeza dos tubos e o petróleo voltou a jorrar abundantemente. Uma nova profissão surgiu: a dos fabricantes e detonadores de nitroglicerina que, com imenso risco, levavam quantias elevadas por aquela atividade.
Uma mulher registou uma patente dias antes de Ron iniciar a sua atividade e um formidável conflito de interesses se desenhou a partir do momento em que ela quis fazer fortuna controlando a limpeza dos poços.
Um indivíduo sem escrúpulos aproveitou o conflito assim nascido para se aproximar dela sentimentalmente. Muitos «shooters» começaram a ter acidentes ao irem procurar desempenhar a sua atividade às escondidas para iludir a vigilância daquela mulher. Desapareciam aos bocados engolidos na explosão da nitroglicerina...
Todos pareciam em guerra com todos...
Este livro de George H. White, aparece publicado exatamente dois anos depois do magnífico «Filho do Deserto». Também aqui há uma mistura de sangue branco e índio, o que nem é relevante para a novela. Mas o pai da jovem era um judeu que parecia dedicar-se a negócios escuros e alguém se encarregou de o fazer desaparecer. Influências da história recente...
 
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