No momento em que a avistou, ao dobrar um cotovelo rochoso, avistou também Roland, que saía. Roland ia bem vestido, como sempre, e levava um baú amarrado à garupa do cavalo, atrás da sela.
Viu vir Larsen e compreendeu em seguida do que se tratava. Não perdeu nem um segundo. Pusera pouco antes em liberdade todos os cavalos, para que ninguém o pudesse perseguir. Agora chegava aquele intruso, mas não duraria muito...
Um só disparo bastou para acabar com o animal montado por Larsen. Este caiu pesadamente no chão, enquanto Roland soltava uma gargalhada. A menos de trinta jardas parou e apontou a Larsen, o qual sabia que já não tinha tempo de sacar. E o seu inimigo via-o perfeitamente, porque as primeiras luzes do amanhecer surgiam no horizonte. A segunda gargalhada de Roland ecoou triunfalmente na claridade leitosa.
— Sabes que estás perdido, Larsen... Sabes que não poderás mexer um dedo antes de eu disparar. E como sei ao que vens, dispararei sem hesitar... Mas antes quero dar-te a satisfação de te dizer que tinhas razão... Sim, eu fiz assaltar a diligência e depois arranjei as coisas de modo a ficar com todo o ouro. E tu deste-me uma pequena fortuna, para me ajudares! Se tivesse tempo, oferecer-te-ia uma bonita lápida, boneco, mas não tenho. Antes de passar uma hora atravessarei a fronteira do México, de modo que penso acabar contigo agora mesmo...
Larsen necessitava desesperadamente de ganhar tempo. Compreendia que ia morrer, mas ainda confiava num milagre, em qualquer coisa... Se o pudesse entreter um minuto ou dois... Se viesse alguém...
— Tu não levas esse dinheiro — resmungou. — Não acredito que o tenhas no baú.
Roland riu de novo. Podia perfeitamente não responder àquilo, mas pensou que seria mais bonito matar Larsen depois de lhe mostrar claramente o seu triunfo. E como o caído não podia tentar nada, soltou com uma das mãos a correia que prendia o baú ao lombo do cavalo e passou-o para os joelhos, tudo sem grande esforço e sem deixar de olhar Larsen.
— Muito bem — riu. — Vou atirar para cima da tua cabeça um punhado de pesos mexicanos para que morras mais tranquilo. Convence-te! Olha!
Abriu bruscamente o baú e, nesse momento, os seus olhos dilataram-se de horror, ao mesmo tempo que soltava um espantoso grito de agonia.
A serpente saltou-lhe raivosamente aos olhos e à boca. Instilou-lhe profundamente o veneno que armazenara durante as suas horas de fome e reclusão.
Roland caiu do cavalo e a serpente voltou a mordê-lo outra vez, e outra... até que Larsen, repugnado, lhe estoirou a cabeça com a sua última bala. Quando, uns minutos mais tarde, chegou Ingrid, encontrou-se com o incrível espetáculo. E, sem palavras, lançou-se, chorando, nos braços de Larsen, sabendo que do fundo daquela dor, do fundo daquela incerteza, nasceria uma vida nova para os dois, uma vida que nunca devia ter quebrado.
Larsen murmurou:
— Foi essa serpente... Não sei quem diabo a escondeu ali...
E do Além, os homens da quadrilha de Roland — e, especialmente, o que gostava de animais e escondera ali aquela serpente para que não a matassem soltaram talvez uma gargalhada sinistra...
Um só disparo bastou para acabar com o animal montado por Larsen. Este caiu pesadamente no chão, enquanto Roland soltava uma gargalhada. A menos de trinta jardas parou e apontou a Larsen, o qual sabia que já não tinha tempo de sacar. E o seu inimigo via-o perfeitamente, porque as primeiras luzes do amanhecer surgiam no horizonte. A segunda gargalhada de Roland ecoou triunfalmente na claridade leitosa.
— Sabes que estás perdido, Larsen... Sabes que não poderás mexer um dedo antes de eu disparar. E como sei ao que vens, dispararei sem hesitar... Mas antes quero dar-te a satisfação de te dizer que tinhas razão... Sim, eu fiz assaltar a diligência e depois arranjei as coisas de modo a ficar com todo o ouro. E tu deste-me uma pequena fortuna, para me ajudares! Se tivesse tempo, oferecer-te-ia uma bonita lápida, boneco, mas não tenho. Antes de passar uma hora atravessarei a fronteira do México, de modo que penso acabar contigo agora mesmo...
Larsen necessitava desesperadamente de ganhar tempo. Compreendia que ia morrer, mas ainda confiava num milagre, em qualquer coisa... Se o pudesse entreter um minuto ou dois... Se viesse alguém...
— Tu não levas esse dinheiro — resmungou. — Não acredito que o tenhas no baú.
Roland riu de novo. Podia perfeitamente não responder àquilo, mas pensou que seria mais bonito matar Larsen depois de lhe mostrar claramente o seu triunfo. E como o caído não podia tentar nada, soltou com uma das mãos a correia que prendia o baú ao lombo do cavalo e passou-o para os joelhos, tudo sem grande esforço e sem deixar de olhar Larsen.
— Muito bem — riu. — Vou atirar para cima da tua cabeça um punhado de pesos mexicanos para que morras mais tranquilo. Convence-te! Olha!
Abriu bruscamente o baú e, nesse momento, os seus olhos dilataram-se de horror, ao mesmo tempo que soltava um espantoso grito de agonia.
A serpente saltou-lhe raivosamente aos olhos e à boca. Instilou-lhe profundamente o veneno que armazenara durante as suas horas de fome e reclusão.
Roland caiu do cavalo e a serpente voltou a mordê-lo outra vez, e outra... até que Larsen, repugnado, lhe estoirou a cabeça com a sua última bala. Quando, uns minutos mais tarde, chegou Ingrid, encontrou-se com o incrível espetáculo. E, sem palavras, lançou-se, chorando, nos braços de Larsen, sabendo que do fundo daquela dor, do fundo daquela incerteza, nasceria uma vida nova para os dois, uma vida que nunca devia ter quebrado.
Larsen murmurou:
— Foi essa serpente... Não sei quem diabo a escondeu ali...
E do Além, os homens da quadrilha de Roland — e, especialmente, o que gostava de animais e escondera ali aquela serpente para que não a matassem soltaram talvez uma gargalhada sinistra...
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