O Desfiladeiro do Forno era conhecido pelos índios «navajos» do Deserto Pintado com outro nome. Tinha urna espécie de lenda que os peles-vermelhas sabiam de cor e que Igswon Odd ouvira contar uma só vez, anos antes, a um velho «mokis» que trabalhava nas terras do pai.
Em certa ocasião, indo à caça com o grande chefe «Águia Branca» passaram por ali em perseguição de uma peça valiosa, e o índio levou-o por uma entrada secreta. Agora, precisamente, recordava-se Igswon desse pormenor quase esquecido no arquivo da memória. O difícil seria descobrir esse buraco lôbrego, de acesso ao canhão.
Talvez Stephen Ewig e os seus homens nunca tivessem ouvido falar da entrada secreta para a Passagem dos Cem Guerreiros, nome que os índios lhe davam. No entanto, Igswon não compreendia bem por que motivo o cacique escolhera aquele local sem saída para aí estabelecer o acampamento.
O nome dado pelos índios àquele desfiladeiro tinha origem na lenda forjada por um grande chefe «navajo» da época da colonização, quando os primeiros brancos empurraram os índios para as montanhas, de onde logo também foram expulsos devido à ambição sem limite dos «rostos-pálidos».
Então, o grande chefe dos homens de cor era uma mulher. Chamavam-lhe «Raio de Sol». O último acampamento índio situara-se nas margens do «Grande Lago Salgado».
Os brancos, que vinham avançando do lado do mar, tinham ocupado já a imensa planície de Ayupala (cerce de neve) que mais tarde se chamaria Nevada.
Pela primeira vez na história das tribos, uma «squaw» adornou a cabeça com as penas de guerra e, tomando o arco e o «tomahawk», salvou o seu povo de ser aniquilado pelos invasores.
A batalha, nas margens do «Grande Lago Salgado», foi das mais duras que se tinham travado até então. «Raio de Sol» parecia protegida por «Manitu». Ia de um sitio para outro, sempre nas zonas mais perigosas da luta, sem que as balas inimigas lhe causassem o mínimo ferimento.' Depois, tiveram de abandonar a região e os seus mortos, dirigindo-se mais para Oriente e alcançando assim a grande meseta que as Rochosas apresentavam na parte central.
Aí viveram tranquilos por algum tempo. Mas um dia também aí chegaram os brancos. Esses eram diferentes dos que tinham conhecido antes: mais altos e mais more-nos. Os seus olhos incaracterísticos pareciam sempre fitos, profundos. Mal falavam e as suas poucas palavras eram secas e duras como a ponta das flechas índias.
Os peles-vermelhas tiveram de se deslocar mais para o interior e viver nos desfiladeiros esquecidos, bem como nas cercanias do Deserto Pintado. Após tanta luta, cansados, exaustos, os guerreiros de «Raio de Sol» foram refugiar-se naquele desfiladeiro para o qual se entrava por uma caverna natural. Os brancos, cruelmente, sitiaram esse último refúgio.
Aí, estavam livres das «canas de fogo», mas não lhes era possível fugir de lá. O desfiladeiro tinha, contudo, uma outra saída, e as paredes erguiam-se a prumo, com uma altura de trezentos pés. As poucas provisões que tinham levado consigo depressa se esgotaram e os guerreiros mais feridos em breve sucumbiram.
Acontecia o que estamos referindo em dias de grande calor no Verão. O sol abrasava as rochas, convertendo-as em verdadeiro forno, onde se respirava mais fogo do que ar. Os abatidos guerreiros de «Raio de Sol» não tinham energias suficientes para se abalançarem a um derradeiro esforço de abrir caminho para tentar sair daquele inferno que a pouco e pouco se transformava em cemitério.
Outra praga, mais terrível que as balas disparadas pelos brancos, acabou por desmoralizar os guerreiros índios e alguém insinuou que tudo aquilo era o castigo mandado por «Manitu» por se terem deixado guiar por uma «squaw».
A peste cravou as garras nos homens de «Raio de Sol» e foram caindo um a um. O murmúrio de rebelião crescia, lento, mas seguro e, por fim, um grupo de guerreiros, sob a chefia de «Raposa Branca», levantou-se contra «Raio de Sol». O exército dividiu-se em dois. Os rebeldes foram exterminados pelos leais à «squaw» convertida em chefe.
Nem por isso melhorava a situação dos cercados. Os homens brancos que mantinham o assédio continuavam a esperar que os índios se rendessem. E a peste prosseguia na sua faina, a dizimá-los.
Uma tarde, enquanto os seus homens permaneciam estendidos, com a garganta ressequida e o corpo rendido, esperando que chegasse a hora de se entregarem ao «Grande Espírito» do prado,
Em certa ocasião, indo à caça com o grande chefe «Águia Branca» passaram por ali em perseguição de uma peça valiosa, e o índio levou-o por uma entrada secreta. Agora, precisamente, recordava-se Igswon desse pormenor quase esquecido no arquivo da memória. O difícil seria descobrir esse buraco lôbrego, de acesso ao canhão.
Talvez Stephen Ewig e os seus homens nunca tivessem ouvido falar da entrada secreta para a Passagem dos Cem Guerreiros, nome que os índios lhe davam. No entanto, Igswon não compreendia bem por que motivo o cacique escolhera aquele local sem saída para aí estabelecer o acampamento.
O nome dado pelos índios àquele desfiladeiro tinha origem na lenda forjada por um grande chefe «navajo» da época da colonização, quando os primeiros brancos empurraram os índios para as montanhas, de onde logo também foram expulsos devido à ambição sem limite dos «rostos-pálidos».
Então, o grande chefe dos homens de cor era uma mulher. Chamavam-lhe «Raio de Sol». O último acampamento índio situara-se nas margens do «Grande Lago Salgado».
Os brancos, que vinham avançando do lado do mar, tinham ocupado já a imensa planície de Ayupala (cerce de neve) que mais tarde se chamaria Nevada.
Pela primeira vez na história das tribos, uma «squaw» adornou a cabeça com as penas de guerra e, tomando o arco e o «tomahawk», salvou o seu povo de ser aniquilado pelos invasores.
A batalha, nas margens do «Grande Lago Salgado», foi das mais duras que se tinham travado até então. «Raio de Sol» parecia protegida por «Manitu». Ia de um sitio para outro, sempre nas zonas mais perigosas da luta, sem que as balas inimigas lhe causassem o mínimo ferimento.' Depois, tiveram de abandonar a região e os seus mortos, dirigindo-se mais para Oriente e alcançando assim a grande meseta que as Rochosas apresentavam na parte central.
Aí viveram tranquilos por algum tempo. Mas um dia também aí chegaram os brancos. Esses eram diferentes dos que tinham conhecido antes: mais altos e mais more-nos. Os seus olhos incaracterísticos pareciam sempre fitos, profundos. Mal falavam e as suas poucas palavras eram secas e duras como a ponta das flechas índias.
Os peles-vermelhas tiveram de se deslocar mais para o interior e viver nos desfiladeiros esquecidos, bem como nas cercanias do Deserto Pintado. Após tanta luta, cansados, exaustos, os guerreiros de «Raio de Sol» foram refugiar-se naquele desfiladeiro para o qual se entrava por uma caverna natural. Os brancos, cruelmente, sitiaram esse último refúgio.
Aí, estavam livres das «canas de fogo», mas não lhes era possível fugir de lá. O desfiladeiro tinha, contudo, uma outra saída, e as paredes erguiam-se a prumo, com uma altura de trezentos pés. As poucas provisões que tinham levado consigo depressa se esgotaram e os guerreiros mais feridos em breve sucumbiram.
Acontecia o que estamos referindo em dias de grande calor no Verão. O sol abrasava as rochas, convertendo-as em verdadeiro forno, onde se respirava mais fogo do que ar. Os abatidos guerreiros de «Raio de Sol» não tinham energias suficientes para se abalançarem a um derradeiro esforço de abrir caminho para tentar sair daquele inferno que a pouco e pouco se transformava em cemitério.
Outra praga, mais terrível que as balas disparadas pelos brancos, acabou por desmoralizar os guerreiros índios e alguém insinuou que tudo aquilo era o castigo mandado por «Manitu» por se terem deixado guiar por uma «squaw».
A peste cravou as garras nos homens de «Raio de Sol» e foram caindo um a um. O murmúrio de rebelião crescia, lento, mas seguro e, por fim, um grupo de guerreiros, sob a chefia de «Raposa Branca», levantou-se contra «Raio de Sol». O exército dividiu-se em dois. Os rebeldes foram exterminados pelos leais à «squaw» convertida em chefe.
Nem por isso melhorava a situação dos cercados. Os homens brancos que mantinham o assédio continuavam a esperar que os índios se rendessem. E a peste prosseguia na sua faina, a dizimá-los.
Uma tarde, enquanto os seus homens permaneciam estendidos, com a garganta ressequida e o corpo rendido, esperando que chegasse a hora de se entregarem ao «Grande Espírito» do prado,
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