A bala passou uns centímetros acima da cabeça de Lorrigan.
O jogador balbuciou algo entre dentes e lançou-se ao chão no momento em que nova bala de Jimmy passava no local onde ele estivera momentos antes.
E ante o espanto de Aurora, Jimmy levantou-se, correndo para a porta do «saloon».
Mas não chegou a ele. Um balázio passou junto a ele, roçando-lhe uma orelha.
Jimmy deteve-se e puxou os dois gatilhos dos «Colt» ao mesmo tempo.
Lorrigan nao teve tempo de se afastar e recebeu uma bala entre os olhos. Deu umas quantas voltas sobre si mesmo, antes de cair sobre o parapeito da janela, e em seguida para a rua.
O jovem nem sequer o olhou. Os seus olhos estavam fixos na deliciosa figura de Aurora, que já se levantava.
Aproximou-se dela e olhou-a nos olhos.
A jovem aguentou o olhar, com aquele gesto de desafio que lhe era tão habitual. Jimmy viu como lhe tremiam os lábios.
— Já és a dona de Dumas. Agora nao necessitas de mim para nada.
E Jimmy deu meia volta para se afastar. Aurora agarrou-lhe um braço e ele voltou-se para a olhar com gesto duro.
— Tens algo a dizer?
— Não, Jimmy — respondeu ela, enquanto ele voltava a notar o tom empregado por ela, cada vez que pronunciava o seu nome. — Nada, Jimmy. É por causa desse homem que te vais? Por Joe Milton?
Jimmy sorriu geladamente.
— Somente em parte, Aurora. Também estás tu. És uma formosa gatinha, mas demasiadamente ambiciosa para o meu gosto.
Jimmy estava mentindo. E enquanto o fazia, voltava a pensar que aquilo era uma fuga. Pela primeira vez na sua vida, tinha medo de uma mulher.
Subitamente, Jimmy agarrou-lhe o queixo e ela ofereceu-lhe os lábios. Beijaram-se os dois, sabendo que aquilo equivalia a uma despedida. Jimmy virou-se e deu dois passos para diante.
A voz dela chegou-lhe aos ouvidos:
— Adeus, Jimmy. Agrada-me que procures Joe Milton. E oxalá seja breve, querido!
O jovem voltou a olhá-la, mas, desta vez, com o cenho franzido.
— Que raio queres dar a entender, Aurora?
E nunca fingiu tanto, como quando riu ate lhe saltarem as lagrimas. Depois, Aurora continuou a fazer comedia, ao replicar:
— Nada, Jimmy. Simplesmente, desejo-te sorte.
E a última palavra perdeu-se no ar, quando as portas começavam a abrir-se e as pessoas corriam agora sem medo, em todas as direções, desejosas de saber o que se passara.
Gesticulavam e gritavam, chamando-se uns aos outros, mas calaram-se ao cruzarem com a figura solitária que se afastava, fazendo tilintar as esporas, sem olhar para ninguém, com os olhos fixos em frente.
E ao dirigir-se para o local onde tinha o seu cavalo, Jimmy encontrou-se com Lorna e Marisa, acompanhadas de Davison, que também corriam para a rua principal. Detiveram-se ao vê-lo e Jimmy olhou-os sem dizer palavra.
— Parte, Jimmy?
A pergunta de Marisa expressava o pensamento de Lorna e Davison.
— Sim, e agora mesmo — foi a curta resposta.
O jovem estendeu a mão e os três apertaram-na, e seguiram-no com o olhar até vê-lo desaparecer no interior da cavalariça.
Quando saiu, já montado, havia outras pessoas junto aos empregados de Aurora.
Aurora afastou-se e entrou pela porta principal do seu «saloon». O balcão estava cheio de bebedores, que estavam impacientes pela sua aparição, para que os servisse.
Com um estranho sorriso na boca, Aurora aproximou-se do balcão, passou para o outro lado e começou a servir «whisky» enquanto as perguntas choviam sobre ela. Teve que gritar umas quantas vezes antes que eles compreendessem que ela ia responder.
Fez-se silencio e Aurora sorriu:
— Se calarem o bico, a casa pagará toda a despesa do que beberem.
—Estás a brincar, Aurora?
— Claro, como também nao diz para onde foi Jimmy.
— Nao rompeste com ele, pois não, Aurora?
— Aposto que acertaste no alvo, Harris. Por isso partiu de Dumas. Que lhe fizeste, rapariga?
E Aurora lançou uma gargalhada, enquanto com um dedo ameaçava os ousados:
— Fecho a casa, se não se calam.
O seu coração sangrava de dor, enquanto os dentes, brancos como perolas, brilhavam ao sorrir aos homens que se acotovelavam no balcão, com os olhos reluzentes e mais de um pensando que Aurora era novamente livre. E foi precisamente ao cair da tarde do dia seguinte, que aqueles três homens entraram em Dumas, com os seus cansados e escanzelados cavalos a passo.
O jogador balbuciou algo entre dentes e lançou-se ao chão no momento em que nova bala de Jimmy passava no local onde ele estivera momentos antes.
E ante o espanto de Aurora, Jimmy levantou-se, correndo para a porta do «saloon».
Mas não chegou a ele. Um balázio passou junto a ele, roçando-lhe uma orelha.
Jimmy deteve-se e puxou os dois gatilhos dos «Colt» ao mesmo tempo.
Lorrigan nao teve tempo de se afastar e recebeu uma bala entre os olhos. Deu umas quantas voltas sobre si mesmo, antes de cair sobre o parapeito da janela, e em seguida para a rua.
O jovem nem sequer o olhou. Os seus olhos estavam fixos na deliciosa figura de Aurora, que já se levantava.
Aproximou-se dela e olhou-a nos olhos.
A jovem aguentou o olhar, com aquele gesto de desafio que lhe era tão habitual. Jimmy viu como lhe tremiam os lábios.
— Já és a dona de Dumas. Agora nao necessitas de mim para nada.
E Jimmy deu meia volta para se afastar. Aurora agarrou-lhe um braço e ele voltou-se para a olhar com gesto duro.
— Tens algo a dizer?
— Não, Jimmy — respondeu ela, enquanto ele voltava a notar o tom empregado por ela, cada vez que pronunciava o seu nome. — Nada, Jimmy. É por causa desse homem que te vais? Por Joe Milton?
Jimmy sorriu geladamente.
— Somente em parte, Aurora. Também estás tu. És uma formosa gatinha, mas demasiadamente ambiciosa para o meu gosto.
Jimmy estava mentindo. E enquanto o fazia, voltava a pensar que aquilo era uma fuga. Pela primeira vez na sua vida, tinha medo de uma mulher.
Subitamente, Jimmy agarrou-lhe o queixo e ela ofereceu-lhe os lábios. Beijaram-se os dois, sabendo que aquilo equivalia a uma despedida. Jimmy virou-se e deu dois passos para diante.
A voz dela chegou-lhe aos ouvidos:
— Adeus, Jimmy. Agrada-me que procures Joe Milton. E oxalá seja breve, querido!
O jovem voltou a olhá-la, mas, desta vez, com o cenho franzido.
— Que raio queres dar a entender, Aurora?
E nunca fingiu tanto, como quando riu ate lhe saltarem as lagrimas. Depois, Aurora continuou a fazer comedia, ao replicar:
— Nada, Jimmy. Simplesmente, desejo-te sorte.
E a última palavra perdeu-se no ar, quando as portas começavam a abrir-se e as pessoas corriam agora sem medo, em todas as direções, desejosas de saber o que se passara.
Gesticulavam e gritavam, chamando-se uns aos outros, mas calaram-se ao cruzarem com a figura solitária que se afastava, fazendo tilintar as esporas, sem olhar para ninguém, com os olhos fixos em frente.
E ao dirigir-se para o local onde tinha o seu cavalo, Jimmy encontrou-se com Lorna e Marisa, acompanhadas de Davison, que também corriam para a rua principal. Detiveram-se ao vê-lo e Jimmy olhou-os sem dizer palavra.
— Parte, Jimmy?
A pergunta de Marisa expressava o pensamento de Lorna e Davison.
— Sim, e agora mesmo — foi a curta resposta.
O jovem estendeu a mão e os três apertaram-na, e seguiram-no com o olhar até vê-lo desaparecer no interior da cavalariça.
Quando saiu, já montado, havia outras pessoas junto aos empregados de Aurora.
Aurora afastou-se e entrou pela porta principal do seu «saloon». O balcão estava cheio de bebedores, que estavam impacientes pela sua aparição, para que os servisse.
Com um estranho sorriso na boca, Aurora aproximou-se do balcão, passou para o outro lado e começou a servir «whisky» enquanto as perguntas choviam sobre ela. Teve que gritar umas quantas vezes antes que eles compreendessem que ela ia responder.
Fez-se silencio e Aurora sorriu:
— Se calarem o bico, a casa pagará toda a despesa do que beberem.
—Estás a brincar, Aurora?
— Claro, como também nao diz para onde foi Jimmy.
— Nao rompeste com ele, pois não, Aurora?
— Aposto que acertaste no alvo, Harris. Por isso partiu de Dumas. Que lhe fizeste, rapariga?
E Aurora lançou uma gargalhada, enquanto com um dedo ameaçava os ousados:
— Fecho a casa, se não se calam.
O seu coração sangrava de dor, enquanto os dentes, brancos como perolas, brilhavam ao sorrir aos homens que se acotovelavam no balcão, com os olhos reluzentes e mais de um pensando que Aurora era novamente livre. E foi precisamente ao cair da tarde do dia seguinte, que aqueles três homens entraram em Dumas, com os seus cansados e escanzelados cavalos a passo.
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