Um grito súbito soou aos ouvidos de Clayton, como sinistro
prenúncio de tragédia. Era um grito de mulher, de Eugene. Todos se levantaram
imediatamente, mesmo sem compreenderem o que se passava. Houve uns momentos de
absoluta confusão.. A jovem parecia prestes a perder os sentidos.
- Uma serpente! – gemeu com voz apagada. – Por ali!... Por
ali!...
E apontou a parte mais densa do bosque. Depois, lentamente,
fechou os olhos.
- Eugene! – gritou Clayton, tomando a rapariga nos braços. –
Sente-se mal? Chegou a morder-lhe? Responda, por favor!
Tinham ficado sós. Todos os homens procuravam descobrir o
réptil entre a folhagem e ele não sabia que fazer com a rapariga. Decorreram
assim alguns segundos angustiosos.
Por fim, Eugene abriu os olhos. Pareceu atordoada a
princípio, mas em breve recobrou ânimo.
- Oh! Fui muito estúpida! Até desmaiei… Vi-a passar por ali.
- Pregou-nos um bonito susto, não haja dúvida – desabafou
Clayton que estava um pouco pálido. – Julguei que lhe tivesse mordido.
- Perdoe-me, sim? – disse ela sorrindo.
- Vint! Percy! – gritou Henry. – Não conseguem dar com ela?
- Ainda não! – respondeu o maneta. – Mas não há-de fugir,
descansa. Como está a menina?
- Felizmente bem. Não sofreu nada. Mas venham alguns de
vocês para cá. Não andam à procura de nenhuma tribo de apaches!
Muitos dos homens regressaram e outros continuaram as
pesquisas. Eugene, que se pusera de pé, tornou a sentar-se no chão. Clayton
imitou-a.
A espera prolongou-se demasiado e Clayton não teve remédio
senão chamar os homens que andavam à procura da serpente. Quando chegaram,
todos eles vinham aborrecidos em consequência do fracasso.
- Não sei como diabo nos conseguiu escapar – comentou Percy,
mal-humorado. – Acudimos logo, e o terreno onde ela se poderia esconder não é
assim tão extenso… Não há meio de perceber!
Henry aparentava extraordinária gravidade. De repente,
voltou-se para Eugene.
- Mas percebo eu! – disse, com raiva.
E aplicou sonora bofetada no rosto da rapariga.
- Ainda merecia muito mais, Eugene – acrescentou. – Vamos!
Todos a cavalo! – ordenou em seguida.
Sem comentários:
Enviar um comentário