quinta-feira, 12 de setembro de 2013

PAS074. Olhos de gratidão

Deslumbrado ainda pelo brilho daqueles formosos olhos que se tinham refletido nos dele, Alan caminhou em silêncio. A Lua, muito alta, estendia o manto argênteo de pálida luz, que proporcionava um aspeto novo, irreal, a quanto existia nas redondezas.
Acontecera-lhe qualquer coisa que não conseguira definir, mas que o leva a considerar o ambiente sob aspetos nunca pressentidos. Nunca, até então, notara a formusura daquelas sereníssimas noites primaveris.
De um e outro lado, as linhas divergentes e prateadas dos rios deslizavam mansas e acariciadoras. Assim lhe parecia à ténue claridade do astro noturno. E estava a olhar para o rio quando julgou distinguir um furtivo movimento nos matagais da margem e qualquer coisa como um lampejo metálico. Sentiu a noção de perigo que sempre o assaltava em tais circunstâncias e atirou-se para o chão…
(Coleção Búfalo, nº 27)
 
 
A seguir: nas mãos do renegado

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