- Não consigo compreendê-lo muito bem, Clayton – e havia na
sua voz um pouco de contrariedade – Começo a capacitar-me que você é um homem
sem espírito observador, diria eu. Deve fazer o que lhe peço porque há uma
razão que o aproxima de nós. Ainda não percebeu que estou apaixonada por si?...
Nunca soube dissimular os meus verdadeiros sentimentos. Segui-o como um
cachorro fiel, para toda a parte, desde a sua chegada, espiei os seus
movimentos para conseguir estar sempre a seu lado, vesti as minhas roupas
melhores e falei-lhe mal do meu noivo. Que mais quer? Por que me olha dessa
maneira? Não está disposto a dizer uma única palavra?... Oh! Qualquer homem do
forte endoideceria de felicidade no seu caso… Ter-me-ia beijado já,
naturalmente… Admira-se? Não me acredita?
A voz de Clayton soou de modo estranho ao intimar:
- Dou-lhe vinte segundos para sair deste quarto, menina
Morrison.
- Porquê? Não lhe agrada a ideia de …
- Eu disse vinte segundos!
- Que tenciona fazer se eu não sair?
-Dar-lhe a bofetada que está a merecer há muito tempo. Saia
daqui!
Eugene, que estivera a torcer nas mãos um pequenino lenço de
rendas, atirou-o ao chão num assomo de raiva.
- Estúpido! – rosnou ainda, vermelha de cólera.
E saiu do quarto precipitadamente.
A seguir: Expedição
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