A noite estava escura e o céu encoberto ameaçava tempestade.
Corria uma aragem que depressa se converteu em vento forte. Começou a chover.
Apesar disso, Rayton não deixou de galopar. Em menos de uma
hora percorreu catorze milhas e teria continuado a corrida se não tivesse
sofrido um percalço. O cavalo tropeçou e caiu. Foi uma queda aparatosa com
visos de tragédia em que o cavaleiro foi lançado por cima da cabeça do animal,
indo cair a alguns metros de distância.
Só nessa altura reconheceu que havia cometido uma loucura. A
noite não estava capaz para corridas. Viu-se só, com um braço magoado e
encharcado até aos ossos…
A chuva continuava, persistente. A escuridão era completa.
Já não podia escutar coisa alguma porque o ribombar dos trovões era cada vez
mais violento. Os relâmpagos sucediam-se e a água corria em enxurrada enquanto
o vento soprava com fúria…
Apesar de tudo ainda se considerava feliz. Podia ter-lhe
acontecido muito pior… Que seria feito de David?
Teve grande dificuldade em levantar o cavalo. O animal tinha
as patas enterradas no barro e com a cabeça encolhida parecia disposto a passar
a noite naquela posição…
Principiaram a andar em busca de um abrigo.
(Coleção Búfalo, nº23)
Sem comentários:
Enviar um comentário