Clifton Kennedy pôs uma moeda sobre o balcão, ergueu-se em sua alta estatura e puxou, com gesto maquinal e experiente, o cinturão. Depois, lentamente, como se não quisesse a atenção, dirigiu-se para a porta do estabelecimento. Mas, antes de o alcançar, esta tornou a abrir-se e entrou Charles Brent, o xerife de Abilene.
- Um momento, Clifton.
O pedido do representante da lei ecoou no salão.
- Quero falar contigo.
O homem que saía respondeu, com secura:
- Que deseja? Diga-o quanto antes porque tenho muita pressa.
Clifton Kennedy disse estas palavras olhando o xerife com os olhos semicerrados, como era seu costume.
Este não respondeu. Fitava-o também, como se procurasse a expressão adequada.
O outro voltou a inquirir:
- Que me tem a dizer, Brent?
O xerife começou a falar pausadamente.
- Larry Carlisle está em Abilene. Eu sei que toda a gente sabe e suponho que tu também…
Fez uma pausa em que o fixou com ar de desafio.
-Advirto-te de uma coisa. Se intentares disparar contra ele, terás de te haver comigo. Pode ser que arranje maneira de te balançares numa boa corda. Está percebido? Estás a ver claro?
O outro sorriu com sarcasmo.
- Como à luz do dia, xerife.
Clifton Kennedy recomeçou a andar em direção À rua. O representante da lei gritou-lhe:
- Aonde vais?
- Prepare a corda, Brent! – gritou-lhe também Kennedy, sem s deter. – Volto em seguida.
(Coleção Búfalo, nº 57)
Sem comentários:
Enviar um comentário