quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

PAS230. Duas respostas inesperadas


Tex e Ruth estavam positivamente a dar espetáculo. A sua maneira de dançar a polca era tão furiosa e aloucada que os outros pares viram-se obrigados a afastar-se para não serem atropelados. E Tex, de vez em quando, lançava o seu grito estridente, enquanto ela ria às gargalhadas. Finalmente, ficaram completamente sozinhos no centro da pista. Quando a orquesta deixou de tocar, Tex voltou-se para os músicos e exclamou:
- Não parem, rapazes! Nós queremos continuar.
Ruth, tra nsfigurada de fadiga, tinha-se deitado para o chão. Os músicos, entretanto, permaneciam indecisos. Tex, para os espevitar, empounhou o seu revólver e deu um tiro para o tecto. Tanto bastou para que a orquesta voltasse imediatamente a tocar a polca interrompida. Toda a gente parecia assustada com o que estava a acontecer.

Suzan, envergonhada, murmurou:
- É simplesmente humilhante o espetáculo a que estamos a assistir.
Seu pai olhou-a de revés.
- São loucuras da mocidade. Isto passa.
Ruth, sentada no chão, não se queria levantar:
- Desculpa, ó Tex. Mas não quero dançar mais. Estou cansada!
Ele puxava-a pelos braços.
- Anda daí. Não sejas pesada. Levanta-te já! Estamos a divertir-nos «à brava».
Ela conseguiu livrar-se das manápulas que ele lhe estendia.
- Já te disse que não. Tenho sono e vou dormir.
Dito isto, reclinou a cabeça sobre os braços cruzados e desatou a dormir, sentada no chão. Tex fez um gesto de desprezo e olhou à sua volta, pestanejando. De súbito, descobriu Suzan e iluminaram-se-lhe os olhos.
Cruzou a sala de ponta a ponta e foi parar, sorridente, em frente da rapariga.
- Viva, patrão! - saudou. - Quer dançar comigo esta polca?...
Suzan fulminou-o com o olhar e em seguida voltou-lhe as costas. Ele, entretanto, pôs-lhe uma mão num braço.
- Fiz-lhe uma pergunta. Por que não me dá uma resposta?...
A rapariga voltou-se com os olhos reluzentes e a sua mão direita esbofeteou a cara do rapaz.
- Esta é a minha resposta à sua pergunta.
Tex olhou-a fixamente. Dava a sensação de que a sua bebedeira tinha desaparecido por completo. Sem deixar de sorrir, murmurou:
- E esta é a minha.
Dizendo isto, tomou-a entre os seus braços fortes e, sem que ela pudesse fazer nada para o evitar, estreitou-a contra o peito e os seus lábios pregaram-se aos dela num beijo prolongado.
De nada serviu que Suzan o agredisse nos ombros com os seus pequenos punhos. Estava completamente imobilizada.
(Coleção Búfalo, nº 59)

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