segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

CLT024.02 Sangue sob o Sol

Aquele era o primeiro Verão de paz no sudoeste dos Estados Unidos. Desde Texas a Utah, pela primeira vez em quatro anos, o sol derramava-se generosamente sobre as terras pacíficas. E fazia-o tão alegremente, que as terras, os rebanhos e os homens se secavam de calor.
Uma poeira seca e asfixiante cobria as antigas rotas dos exércitos, por onde agora cavalgavam Rody e seu filho. Era o primeiro Verão que presenciava a união de todo o país depois da vitória dos exércitos do Norte sobre os do Sul.

domingo, 30 de dezembro de 2018

CLT024.01. A emboscada

O carro avançou silenciosamente pelo caminho, aproximando-se do povoado. Ainda que a lua começasse já a elevar-se sobre as montanhas do horizonte, não se distinguiam os objetos a dez jardas de distância. Isto favorecia o condutor, que se introduziu por uma rua dos arrabaldes levando a passo o seu cavalo.
Golden Hill fervia de animação àquela hora, mas só nas duas ruas principais. O resto estava silencioso como numa cidade esquecida.
Voltando duas vezes à direita, o carro enfiou para a parte traseira das casas que davam para a rua principal.

sábado, 29 de dezembro de 2018

Encontro com «Mão Morta»


Alguém me garantiu ser este um dos melhores livros do grande Silver Kane. Adquiri-o e digitalizei-o, pensando estar perante uma grande obra deste tipo de literatura. Pouco a pouco, à medida que a ia conhecendo, vi que algo havia de errado. 
Não que a trama fosse muito má… Silver Kane imagina uma situação em que a mão do pistoleiro morto lhe é amputada e «enxertada» no filho a quem uns malvadas tinham dilacerado a própria. A mão «pegou», ficou um certo trambolho durante algum tempo, mas com o passar do tempo, o jovem decepado acabaria por recuperar toda a rapidez de movimentos e pôde proceder à vingança perante os que lhe executaram o pai. 
O problema do livro é a linguagem/tradução qualquer coisa de deplorável e que acontece muito com os livros da IBIS. Os verbos estão em tempos errados, quando se desconhece uma palavra para substituir a original espanhola é esta que continua num texto que aparece assim cheio de «chasquidos», «lancas», etc. etc. Mas, dado que já fiz este esforço, aqui fica o livro para desfrutarem...

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

CLF125. Homens rudes do Oeste


(Coleção Califórnia, nº 125)

Jeff Duchesne, um pistoleiro famoso, chegou a Criple Creek, esperando encontrar o seu irmão. Sam era um rapaz ingénuo que não usava armas e passava a vida a pensar em filões auríferos e de petróleo. Ao que parece, tinha conseguido o seu objectivo e Jeff pretendia convencê-lo a proceder à venda do jazigo e afastar-se para um local onde pudesse comprar um rancho e estabelecer-se.
Mas Sam tinha sido assassinado e a sua propriedade tinha passado para a posse de um poderoso da região. Começou então a luta de Jeff para apurar quem o tinha matado e o que tinha acontecido ao que o irmão tinha descoberto. E descobriu que, afinal, um poderoso rancheiro que parecia tudo dominar estava nas mãos de uma quadrilha de indesejáveis.
Eis uma novela dura de Joe Sheridan mais uma vez com uma marca geográfica bem definida…


terça-feira, 18 de dezembro de 2018

KNS128. Epílogo

Dois dias depois, realizou-se o julgamento do juiz e dos pistoleiros sobreviventes.
O júri foi inflexível, condenando à morte esses criminosos. Lawrence Godfrey, o homem soberbo, ávido de poder e dinheiro, manteve-se firme, imperturbável. Ninguém o viu estremecer. Nem mesmo no momento de parar a sua montada, debaixo da árvore onde seria enforcado, nem quando sentiu na garganta o nó da corda de cânhamo. Os outros também sofreram a mesma pena.
Quando tudo acabou, as gentes mais destacadas da povoação afastaram-se. O xerife ia à frente, ao lado de Ron e de Babe.
— Nunca esqueceremos o que o senhor fez, Ron Delaney. Por que não aceita o cargo de juiz?
— Obrigado. Não posso aceitar. Deve haver gente mais competente para isso, do que eu... De resto, vou vender o «saloon» e deixar Broad Pace...
— O senhor afirmou que a nossa terra teria um futuro brilhante.
— E repito-o. Mas Babe e eu partiremos.
— O senhor não pode fazer isso, não deve...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

KNS128.10 Armadilha na Passagem do Urso

Logo que pôde, Babe informou Ron do descabelado projeto de Virgínia. O jovem franziu a testa.
— Ela está doida?! Isso é perigoso! A sua expressão mudou subitamente.
— Mas, espera... Também é eficaz...
— Que queres dizer?
— Parece-me uma excelente ideia... É uma bela oportunidade para surpreender Savold.
— Deixarás essa rapariga afrontar o perigo ?
— Deus bem sabe quanto lamento. Mas assim é preciso...
— Ela quer partir amanhã, pois seu irmão já tinha tudo preparado.
— Então, não há tempo a perder. É necessário falar com o xerife esta noite...
Já a noite ia bastante avançada, quando teve oportunidade de dirigir-se ao escritório do xerife.
Savold já tinha saído. Provavelmente, o malvado rancheiro adotaria a mesma tática das vezes anteriores. Inteirado já da decisão de Virgínia Hamilton, estava preparado para sair ao seu encontro. Assim, permaneceu no «saloon» até bastante tarde, para não despertar suspeitas.
Entretanto, Ron andou cautelosamente, para não ser surpreendido. Quando chegou a casa do xerife, empurrou a porta e entrou. Este era bastante confiado, além de que tinha o sono bastante leve. De súbito, ouviu-lhe a voz:
— Quem anda aí ?

domingo, 16 de dezembro de 2018

KNS128.09 O traidor denuncia-se

Logo que amanheceu, dois cavaleiros saíram de Boad Pace. Eram Ron Delaney e o xerife. Cavalgavam num galope não muito puxado.
Nos seus rostos havia uma sombria expressão que refletia bem a indignação que lhes ia na alma pela nova façanha de Bert Savold e dos seus homens.
Era penoso que um grupo de vaqueiros valentes e abnegados tivesse caído numa emboscada. Aquilo não devia repetir-se. Era preciso impedi-lo, a todo o custo.
Para não ser espoliado, Mike Food resolvera levar o seu gado a Phoenix, onde lho pagariam pelo seu verdadeiro valor. Mas a morte saíra-lhe ao encontro.
O xerife parou por um momento no alto de uma colina, estendeu o braço direito e apontou na direção do desfiladeiro Dourado, que já se via ao longe. O reflexo dos raios do Sol causava um efeito estranho — uma mancha de ouro no meio do verde-escuro dos bosques e da planície — o que originara o seu nome.
—É ali!

sábado, 15 de dezembro de 2018

KNS128.08 O «trust» ataca no desfiladeiro

Três dias depois, apareceu em Broad Pace outro rancheiro com uma excelente manada. Os vaqueiros entraram a gritar, na Rua Maior. Mas os seus gritos, embora alegres, não eram espontâneos. Esforçavam-se por mostrar um júbilo que não sentiam.
Bert Savold já estava na povoação, acompanhado de seis dos seus homens. O seu rosto oferecia um aspeto horrível, trazia um olho fechado pela inchação, tinha muitas feridas e hematomas. Foi ao encontro do rancheiro, formulando a sua pergunta habitual:
— Então? Como foi a jornada?
— Menos mal. O gado é que perdeu algum peso... Qual é o preço, Savold?
— O mesmo que da vez anterior.
— Isso é muito pouco. Estou tentado a reatar a marcha...
— Isso é consigo... O senhor precisa de uma boa equipa de vaqueiros para poder resistir às quadrilhas de salteadores que infestam a região.
— Eu sei, senhor Savold — disse o rancheiro com tristeza...
— E expõe-se portanto, a perder tudo...
— Sim... Não posso pôr em perigo as vidas dos meus homens.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

KNS128.07 Visitas inesperadas

Ron viu entrar o empregado e com um movimento de cabeça perguntou-lhe o que queria.
— A menina Hamilton deseja falar com o senhor.
— Como ? Sem poder conter-se, pôs-se em pé de um salto.
Custava-lhe a crer no que ouvia. Não era possível que Virgínia Hamilton estivesse lá em baixo.
— A menina Hamilton...
— Já sei. Ouvi muito bem.
Quando saiu, caminhou depressa, mas mantendo o mesmo aspeto correto e elegante. Viu Virgínia. A sua esbelta figura parecia empequenecida e frágil no meio da sala vazia. Sentiu o desejo de correr para ela e estreitá-la entre os seus braços, para defendê-la contra todos os infortúnios que a ameaçassem.
— Disseram-me que deseja falar comigo...
— Assim é...
— Quer ter a bondade de subir ao meu escritório ?!
— Não tenho nenhum inconveniente.
Ron subiu atrás dela, admirando o harmonioso corpo da jovem, que se deteve no patamar. Ele indicou-lhe o escritório, cuja porta ficara aberta. Virgínia fez um gesto de assentimento, mas quando ia a entrar deteve-se. Babe acabava de aparecer.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

KNS128.06 Entra o irmão da beldade

Ron Delaney passeava pelo «saloon», que a essa hora estava cheio. Os clientes pareciam satisfeitos com ele. A sova dada a Savold granjeara-lhe simpatia e popularidade.
Entraram três jovens vaqueiros. Como sempre fazia com novos clientes, Ron examinou-os dos pés à cabeça. Um deles chamou-lhe mais a atenção do que os outros dois. A sua fisionomia era-lhe quase familiar. De súbito, recordou-se. Devia ser irmão da beldade que o ia atropelando.
Precisamente nesse momento, o jovem Hamilton dirigiu-se-lhe:
— É o senhor Ron Delaney?
— Exatamente.
— Estava com imenso desejo de conhecê-lo. Tenho ouvido falar muito no senhor. Sobretudo por causa da tareia que propinou a esse javali do Savold.
— Cala-te, Danny — apressou-se a dizer um dos seus companheiros...
— Porque me hei-de calar? Há muito tempo que ele precisava de uma lição dessas. Só lamento que não fosse eu quem lha desse.
Já estavam ao balcão, a beber.
— E lamento também não ter visto o espetáculo.
— Foi uma coisa sem importância. Uma simples peleja de «saloon».

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

KNS128.05 Uma sova das antigas

No «saloon» fez-se um profundo silêncio. Alguns homens tinham-se apressado a afastar mesas e cadeiras para junto das paredes, deixando o espaço suficiente para os contendores.
Savold olhou desdenhoso a elegante figura do seu inimigo. Cerrou os punhos com força e deu um passo em frente. Não o golpearia com força excessiva, mas o bastante para aturdir o aventureiro e dominá-lo, recreando-se no castigo que lhe propinaria; e, apesar da presença do xerife, não descansar enquanto não o liquidasse. Tinha de aproveitar essa oportunidade, que se lhe apresentava tão inesperadamente.
Os seus braços robustos moveram-se apressadamente e os seus punhos estavam preparados para esmagar Ron. Um sorriso de antecipado triunfo assomou aos seus lábios. Atirou o seu braço direito com toda a força, de punho fechado, mas não encontrou o desejado alvo. Perdeu o equilíbrio ; mas antes de retomá-lo, recebeu um potente soco na face esquerda, que o fez retroceder alguns passos.
Ouviu-se uma exclamação de assombro. Os espectadores animaram-se, ao ver a aparente facilidade com que Delaney evitou o formidável soco de Savold, ao mesmo tempo que lhe atirava um esquerdo à cara, com uma precisão matemática.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

KNS128.04 Serpente pronta a dar a picada

Delaney reuniu o pessoal do «saloon» e todos o escutaram em silêncio. Quando acabou de expor o sucedido, Ron acrescentou:
— Todos podem ficar nos lugares que ocupam, com o mesmo ordenado. Não lhes prometo mais nada. Só o futuro dirá o que poderei fazer mais tarde. Entretanto, quero adverti-los de que não tolerarei aqui trapaças no jogo. E cada um terá a responsabilidade de fiscalizar as mesas, onde se jogar. Independentemente disso, vou abastecer o «saloon» das melhores qualidades de bebida.
As suas decisões calaram no ânimo de todos. A mudança de patrão foi acolhida com verdadeiro agrado e os empregados dispuseram-se a trabalhar com renovado ardor.
Babe Custer tinha exatamente a mesma autoridade no «saloon», que o seu amigo. O aspeto do pessoal agradava-lhe inteiramente, com exceção de um empregado de mesa, que ele prometeu a si próprio vigiar com o maior cuidado. Se se provasse alguma coisa, despedi-lo-ia. Ron e Babe foram nesse dia ao cartório do juiz, que era em sua própria casa.
Sem saber bem porquê, o jovem pressentia estar em frente de um inimigo. Um homem, que permitia a atuação de um poderoso «trust» numa povoação, cujos destinos regia, não podia ser honrado. Já não pelo facto de permitir a sua existência, mas pela ilegalidade dos seus processos. Lawrence Godfrey devia contar cinquenta anos, era de estatura média e seco e tinha um olhar duro. Foi ao encontro dos seus visitantes. Vestia um fato cinzento, de riscas brancas. Não mostrou a menor amabilidade ao dirigir-se-lhes:
— Que desejam?

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

KNS128.03 Organizados para adquirir gado e jogar

O repto fora lançado com toda a regra. Todos os habitantes da localidade se inteiraram dele. O elegante forasteiro demonstrou claramente não recear Bert Savold nem a sua equipa. O seu companheiro demonstrou da mesma forma o que era capaz de fazer, tanto com o revólver, como com os punhos.
Quando soube disso, Savold encheu-se de cólera. A sua primeira intenção foi saltar sobre o seu cavalo e correr à povoação para dar ao atrevido o castigo que merecia. Não obstante, conteve-se.
Ron Delaney acabava de matar um dos seus vaqueiros, precisamente o mais rápido no manejo das armas. O seu rosto contraiu-se. Crispou os punhos. Havia de chegar a oportunidade de torná-lo a ter em seu poder, gozando em socá-lo, sem piedade, para o deixar como um frangalho, destroçado, a seus pés.
A este pensamento, sorriu satisfeito, com a certeza de que essa ocasião não tardaria.
Ron e Babe passearam todo o dia pelos arredores.
Existiam inúmeros ranchos e puderam certificar-se de que o maior pertencia precisamente a Bert Savold.

domingo, 9 de dezembro de 2018

KNS128.02 Um rancheiro muito agressivo

Dois cavaleiros aproximavam-se de Broad Pace. Quando chegaram ao alto de uma lomba, detiveram-se para admirar o soberbo vale. A povoação estava situada no meio dele.
À simples vista desarmada, podia apreciar-se que se tratava de uma localidade importante.
O caminho seguido pelos viajantes, desde que se internaram no Arizona, foi árido, escabroso, zonas monótonas, desertas, para cavalgar por um dédalo de vales e desfiladeiros, até chegar àquele magnífico vale, no seu caminho para Phoenix.
— Que esplêndido isto é, Babe ! — exclamou um dos cavaleiros. — Dá a impressão de um paraíso...
— Tenhamos cuidado... As aparências enganam...
Como se as palavras de Ron Delaney tivessem sido um mau presságio, ouviu-se o tropel de cavalos. Os dois amigos voltaram-se, e viram surgir de trás de algumas árvores, à sua direita, cinco cavaleiros. Ron ficou com a impressão de que eles estavam à sua espreita. O que vinha à frente era um homem de compleição robusta. A sua atitude era francamente ameaçadora. Os outros avançaram atrás dele, formando um semicírculo, no meio do qual ficassem os dois amigos. Estes permaneceram numa serena atitude.
— Onde vão, forasteiros? — inquiriu o cavaleiro da frente.
— Com que direito me pergunta isso? — quis saber Ron.
— Não tem que me perguntar coisa alguma. Eu é que quero a sua resposta.

sábado, 8 de dezembro de 2018

KNS128.01 Expulsos de São FRancisco

Ron Delaney contou as notas de Banco, com um ar impassível, como se se tratasse de um assunto corrente.
Não era assim na realidade. Acabava de trespassar o seu «saloon», onde pusera todas as suas ambições, julgando ter encontrado ali o pedestal da sua fortuna. Mas isso não acontecera e resignava-se com o seu fracasso. Mercê da sua honradez, só granjeara poderosos inimigos.
Apesar de ser um aventureiro nato, que não hesitava em empreender qualquer empresa, sem olhar aos perigos que dela pudessem advir, nunca foi capaz de cometer a mais pequena injustiça.
 Quando jogava, os parceiros contrários podiam ter a certeza de que não faria batota, embora na parada estivesse a sua fortuna. Mas o seu olhar de águia advertia rapidamente qualquer irregularidade ou falsidade no jogo e o seu autor podia considerar-se em perigo de morte.
A rapidez de Ron Delaney era proverbial em S. Francisco.
Babe Custer olhava com admiração as feições nobres do seu amigo. Não lhe era possível conter a indignação de que estava possuído. O seu semblante de expressão ameninada demonstrava, com bastante evidência, o seu estado de espírito ; os seus olhos azuis moviam-se iracundos; as suas pálpebras agitavam-se continuamente, e os seus lábios apertava-os com toda a força. A sua corpulenta humanidade não podia permanecer quieta.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

KNS128. O «trust» da morte

(Coleção Kansas, nº 128)
Em Broad Pace, uma lucrativa aliança entre um rancheiro e o juiz fazia com que a maioria dos rancheiros vendessem o gado a baixo preço contribuindo assim para a sua ruína. Quem o não fizesse e tentasse chegar a Phoenix pelos seus meios era sujeito a uma cilada no caminho da qual ninguém escapava com vida. O agravar da situação fazia com que muitos vendessem as terras a baixo preço o que fazia engrossar o património dos membros do «trust».
Ali chegaram dois forasteiros provenientes de São Francisco, terra de onde um deles tinha sido expulso por matar um indivíduo em duelo legal. Depois de uma receção que nada teve de amável, Ron Delaney acabou por adquirir um «saloon» da cidade e, com a ajuda de um xerife honesto, conseguiu aniquilar o «trust», encontrando em simultâneo alguém para partilhar a vida futura.
Obra interessante de Orland Garr embora com uma escrita demasiado escorreita. Parecia que tudo se passava em segundos e sem dificuldades. Mas… aqui vai ficar…

KNS127. Mulheres com revólveres

(Coleção Kansas, nº 127). Capa e texto indisponíveis

KNS126. Novos caminhos

(Coleção Kansas, nº 126). Capa e texto indisponíveis

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

BIS170.11 Assalto ao quartel dos bandidos

Os coiotes uivavam no descampado e o ulular dê um mocho fez-se ouvir entre os algodoeiros próximos. A noite era escura e tranquila, com um céu repleto de estrelas brilhantes e um vento brando do sul. A madrugada ia adiantada e faltariam cerca de duas horas para o alvorecer quando Rand Allen desmontou com extrema cautela, deixando o cavalo em liberdade.
Aquele animal havia pertencido a um dos homens do rancho e o dono nem soubera do empréstimo. Rand havia-o encontrado ao anoitecer, preparando o jantar, apenas a umas quatro milhas do lugar onde o tinham torturado. Estava só e bastara uma bala para resolver o assunto. Mais tarde, quando encontrassem por ali o animal, de manhã, fariam muitas conjeturas, mas, sem dúvida, ninguém adivinharia a verdade.
Entretanto, ele ia introduzir-se no rancho dos seus inimigos e ajustar as contas com eles.
Chegou facilmente junto da cerca alta, feita de adobe, que rodeava as construções. Aquela hora da madrugada não deviam ter grandes desejos de vigiar, certos de não existir nenhum perigo imediato. Havia-se recomposto quase totalmente da sova brutal recebida pela manhã e, inclusivamente os pulsos, cuidadosamente curados, tinham recuperado a elasticidade, apesar de ainda lhe doerem muito.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

BIS170.10 Prisioneiro por traição e pronto para a vingança

Caminharam juntos na direção do «saloon», com o companheiro de Douglas — a quem este apresentou laconicamente como Stubbs — indo do outro lado de Rand.
Douglas ia curiosamente excitado pela situação, causando a Rand a impressão de um leopardo que sente o cheiro de sangue. Mostrou-se muito cortês deixando-lhe a passagem livre para entrar no estabelecimento e, por um instante, Rand temeu que fosse um truque para lhe disparar pelas costas. Contudo, não tardou a abandonar tal ideia.
Frankie Douglas era, segundo parecia, um pistoleiro nato e o que ora suspeitava sobre a sua habilidade com uma arma de fogo na mão levá-lo-ia a provocá-lo para um duelo de morte, no lugar e momento previamente escolhidos, mas nunca o levaria a matá-lo pelas costas nem permitiria que outros o fizessem. De certo modo havia-o marcado como sua presa privativa.

domingo, 2 de dezembro de 2018

BIS170.09 A desconfiança é a melhor aliada

Rand cavalgou para o Norte diretamente durante algumas léguas. Mas uma vez que passou para além dos últimos pastores e se internou nos bosques que formavam como uma barreira fronteiriça entre Valle Hermoso e os terrenos circundantes, modificou o seu rumo, procurando o rio Braços, o qual atravessou num ponto onde as águas, na estiagem, eram pouco profundas.
Na outra margem cavalgou na direção do Oeste, através dum terreno de colinas onduladas cheias de vegetação e de caça e, segundo parecia, também de índios, a julgar pelos sinais que ia encontrando.
Contudo, não se encontrou com nenhum pele-vermelha e apenas viu um caçador na margem de um regato, ocultando-se antes de que ele o visse. Não estava nos seus planos ser visto por alguém.
Caminhou durante todo o dia, descrevendo um arco de círculo que, ao anoitecer o deixou a sudoeste da povoação de Waco e a uns vinte quilómetros da mesma. Dormiu abrigado numa gruta profunda até ao nascer do sol e não se apressou a partir, parando também ao meio-dia durante várias horas.
Começava a entardecer quando avistou a primeira granja, onde um homem e um rapaz que trabalhavam num milheiral o olharam com desconfiança.

sábado, 1 de dezembro de 2018

BIS170.08 Casa comigo ou irei para freira

— Sairei daqui amanhã.
Rand, Barclay e os Cortés estavam a comer na espaçosa sala de jantar da fazenda. Lá fora anoitecia lentamente após um longo e quente dia de Verão. Dom Pablo colocou o seu copo sobre a mesa e Isabel ficou com o garfo no ar. Os outros também deixaram de comer.
— Amanhã ?
— Sim. Quero chegar ao limite das terras de Seth Markham ao anoitecer.
Houve um breve silêncio. Dom Pablo quebrou-o com a sua voz calma.
— Muito bem. Darei ordem para lhe prepararem um cavalo e tudo o necessário para a viagem. Não se falou mais sobre o assunto durante o jantar.
Mais tarde, no alpendre cheio de luar. Rand sentou-se a ouvir o planger das guitarras e as canções dos vaqueiros no pátio. Isabel Cortés e sua irmã ocupavam pesadas cadeiras de balouço à sua direita, e dom Pablo ocupava outra à sua esquerda. Pedro Cortés estava encostado à balaustrada e Marclay fumava sentado nos degraus, com as costas apoiadas contra um dos pilares de adobe.