O vulto afastou-se, rápido. Gilbert estava deitado na tarimba. O cansaço e a tensão de nervos tinham acabado por vencê-lo. Dormia...
Não viu a serpente que caíra no chão junto da janela, não ouviu qualquer ruído. Só abriu os olhos quando sentiu, sobre o peito, o contacto frio e viscoso. E então, compreendendo num relance a situação, quis estender os braços, quis afastar o réptil...
Quando caiu no chão, na sua ânsia de fugir, já tinha sido mordido no pescoço e no peito. Começou a gritar...
O xerife e o ajudante estavam de guarda... convencidos de que Dick seria capaz de qualquer acto desesperado para salvar o irmão e fazê-lo evadir-se. Acorreram, de armas em punho, trazendo luz... e a primeira coisa que viram, ao abrir a porta da cela, foi a serpente.
— Cuidado! ... — exclamou o xerife, afastando o ajudante e disparando ao mesmo tempo.
Foram precisas três balas para esmigalhar a cabeça da serpente... e, entretanto, Gilbert Steiner rebolava pelo chão, num estertor doloroso.
— Vai buscar o dr. Speelling... — exclamou Toomey. — Não há nada, a fazer, porque a serpente era uma mocassim... e mordeu-o no pescoço... Mas não quero que digam que o deixámos morrer. Apressa-te!
Weis saiu, mas sem pressa. Parecia satisfeito. Quando, um quarto de hora depois, o médico entrou na cela, Gilbert Steiner estava completamente imóvel. O médico limitou-se a verificar a morte, comentando:
— Sofreu mais do que se o tivessem enforcado. O veneno atacou-lhe o. cérebro e os centros nervosos. Foi uma terrível morte. Vão avisar o irmão?
— Sim, claro... — murmurou Toomey, sombriamente.
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