— Desejaria falar com o meu irmão, xerife.
Toomey hesitou, olhando para Dick. Weis, sentado numa cadeira, indolente, comentou:
— Para que complica a vida, amigo? Seu irmão é um assassino, e se você se empenha em afirmar o contrário... pode arranjar sarilhos...
— Você não quer que se esclareça o caso, hem? — perguntou Dick. — Tem medo de quê?
— Que está você a insinuar?... — Volveu Weis levantando-se e tomando um ar ameaçador.
O xerife interpôs -se:
— Cala-te, Weis. Vai dar uma volta.
Weis obedeceu, resmungando e saiu. O xerife e voltou-se então para Dick, que tinha ficado impassível, e acrescentou:
— Não provoque o. meu ajudante, Steiner. É perigoso... e não esqueça que é um agente da Lei.
— Não esqueço... e essa é uma das coisas que me intrigam.
— Desconfia dele?
— Talvez.
— E de mim também, não?
— Não tenho tempo a perder, xerife. Quero provar que meu irmão não matou o juiz, e o tempo urge. Preciso falar com Gilbert.
— Está bem, venha.
Quando Dick e o irmão ficaram sós, este último perguntou:
— É certo que não encontraram o corpo caído na estrada, Dick? Eu disse a verdade...
— Bem sei..., mas eu próprio vi, procurei...
— Porque não veio Lee? Está ainda zangado?
— Quis vir, mas não o deixei. Preciso de liberdade de movimentos, e a presença de Lee poria de sobreaviso os suspeitos...
— Têm alguma ideia, vocês?
— Desconfio de Merrill, do xerife e de Weis, mas é preciso ter provas.
— Quando vão julgar-me, Dick?
— Creio que amanhã à tarde.
— Ah! Depois de amanhã serei enforcado...
— Antes disso provarei a tua inocência. É possível que tentem eliminar-me.…, mas isso talvez sirva para se desmascararem. Se isso acontecer, Gilbert t garanto-te que lincharei os culpados, embora deteste o processo... Por onde vais começar?
— Não sei ainda. A propósito, dá-me a chave da gaveta onde guardas as balas de oiro. Quantas tinhas?
— Quatro…, mas isso nada prova.
— Bem sei, mas quero certeza se lá estão ainda as quatro.
— Qualquer pessoa pode fabricar balas dessas... eu espalhei virias por aí. Por outro lado, na mina ninguém teria interesse em me fazer mal. Os homens são-me dedicados, e Lee é como um irmão.
— Eu sei. Mas não quero deixar nada ao acaso. Agora vou a casa Elizabeth Marlowe... Se conseguir fazê-la compreender que não foste tu quem assassinou o pai...talvez isso obrigue Merrill a mostrar-se.
— Não o conheces. É astuto e mal intencionado.
— Todo têm uma falha na couraça. Talvez eu encontre a dele.
— E quanto a Toomey e Weis?
— Deixa-os comigo. Agora tenho de ir, Gilbert.
— Dick... Por que fazes tudo isso? Eu não soube compreender-te... portei-me como um estúpido, um palhaço.
— Sou teu irmão, Gilbert, e o resto não interessa...
— Quero que saibas que me sinto envergonhado que daria tudo o que tenho para recuperar a tua amizade...
— Nunca a perdeste. Tenho de ir, Gilbert. Até logo.
— Até logo, irmão...
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