quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

BUF129.04 Oração de arrependimento do velho bandido em momento de separação


Um grupo de cavaleiros deteve-se à entrada da povoação. A cabeça, seguiam Ernest Bacher, o velho Widmar e Lawer. Um pouco mais atrás, os restantes membros da quadrilha, entre os quais se encontrava Cameron Quinn. O chefe observou James Lawer detidamente. O seu olhar frio tentava perscrutar até aos mais íntimos pensa-mentos do rapaz. 

— Esta será a tua primeira atuação entre nós, James. Estás completamente decidido a intervir? — perguntou, sem afastar o olhar do rapaz. 

James pareceu meditar durante uns segundos. Finalmente, assentiu, com lentidão. 

— Recordas em que consiste o teu trabalho? 

— Sim, não te preocupes, sei-o todo de memória. 

— De acordo; só me resta fazer uma advertência: não te esqueças de que somos oito homens, sem contar contigo, e de que qualquer de nós pode cair se outro cometer um disparate. Todos dependemos de todos e por isso temos de actuar com absoluto sangue-frio, entendes? 

James voltou a concordar com um movimento de cabeça. 

Bacher, dirigindo-se ao resto dos seus homens, disse-lhes: 

— Recomendo-lhes muito cuidado, rapazes. 

Os sete homens assentiram lentamente, sem nervosismo. 

— Vamos — ordenou o chefe em voz baixa. 

Bacher, Widmar e Lawer dirigiram-se a Las Animas pelo caminho principal, que coincidia com a rua mais central. O resto da quadrilha continuou por um carreiro diferente, dando a volta para entrar pelo extremo oposto da rua. Para todos, contudo, a meta era idêntica: o Banco de Las Animas. Uma vez na povoação, Widmar sem erguer a voz, atraiu a atenção dos outros, dizendo: 

— Já aí estão os camaradas. 

— Eu vi-os — confirmou Bacher. — Mas, convém esperar um pouco mais; há muita gente por aí à boa vida e poderiam impedir-nos a retirada. 

Widmar e James assentiram apenas com um gesto de cabeça e continuaram recostados contra a parede do velho edifício dos Correios, adjacente ao ocupado pelo Banco. Frente a eles, do lado oposto da rua, desmontavam lentamente Cameron Quinn e os seus companheiros. 

Nem o indivíduo mais perspicaz podia supor que todos aqueles homens estavam de acordo para cometer uma façanha de tamanho vulto pouco tempo depois. 

Decorreram uns minutos, longos e silenciosos, que a James, por não estar acostumado àquela espécie de trabalho, lhe pareceram séculos. Olhava para um lado e para outro, temendo que em qualquer instante aparecesse o xerife de Las Animas. Pensava que todos os homens que havia na praça ou que passavam por ela conheciam perfeitamente o motivo da sua espera e estariam dispostos a impedir o roubo por qualquer preço. E os nervos começaram a dominá-lo. 

James admirava a tranquilidade de que Bacher fazia gala e, inclusivamente, o velho Widmar. O primeiro enrolou um cigarro com mão firme; depois, pegou-lhe fogo, chupando com a maior naturalidade. Quando o cigarro estava em meio consumir, James, reconhecendo que não poderia resistir durante mais tempo àquele estado de tensão, murmurou: 

— Vamos já! 

O olhar frio de Bacher pousou-se nele, ameaçador, como um mudo aviso do que podia acontecer-lhe se precipitasse os acontecimentos. 

— Não te mexas do teu lugar, James! — ordenou Bacher, num sussurro. 

— Não poderei fazer nada, Widmar! Estou muito nervoso e... 

— Está bem; não farás nada, maldito! Podias tê-lo dito antes. Quando Widmar e eu formos para a porta do Banco, permaneces junto dos cavalos, contas até vinte e cinco e a seguir diriges-te para ali com eles. Procura não exteriorizar o teu nervosismo. Se por tua culpa as coisas correrem mal, juro-te que sou capaz de te matar. 

O rapaz inclinou a cabeça num gesto de concordância, prometendo a si mesmo conter-se o mais possível, para que ninguém descobrisse a agitação nervosa do seu corpo. Bacher, por fim, atirou a ponta do cigarro para o chão; fê-lo com tanta naturalidade que James sentiu inveja da sua calma. O bandido endireitou-se depois com enorme lentidão e, dirigindo-se a Widmar, sussurrou: 

— Vamos, velho. 

À porta do «saloon», os homens de Bacher voltavam a montar a cavalo, dirigindo-se depois para os lados do edifício dos Correios. 

James aproximou-se dos cavalos. Contou até vinte e cinco, procurando não o fazer com demasiada lentidão. Depois, pegando nas rédeas dos três animais, dirigiu-se para a porta do Banco. Ao chegar ali, deteve-se e tentou acender um cigarro, justificando assim a sua paragem. 

Os restantes homens da quadrilha encontravam-se já a poucos passos de James. Unicamente esperavam a voz do chefe, a prevenir os que se encontravam na rua de que a operação tinha terminado. 

E a voz esperada ansiosamente por todos chegou uns segundos mais tarde. 

James subiu para o seu cavalo de um salto e aguardou uns segundos, até que Bacher e Widmar saíram em tromba do interior do Banco. Ao vê-los, atirou-lhes as rédeas das suas respetivas montadas. 

Bacher, ao sair, transportava um saco de couro numa mão e um revólver na outra. 

Em poucos segundos, o grupo de bandidos estava em condições de empreender a fuga. Abandonaram a praça perseguidos por numerosos tiros. O homem que cavalgava junto de James rolou pelo chão com uma ferida nas costas. Os demais, perante aquela despedida tão pouco afetuosa, cravaram desapiedadamente as esporas nos animais que montavam. 

A localidade de Las Animas foi ficando para trás. 

/// 

Ernest Bacher olhou alternadamente para James Lawer e para o velho Widmar, ao mesmo tempo que dizia: 

— Não me agradou nada o teu comportamento em Las Animas, James. 

O rapaz, que tinha esperado aquela recriminação durante várias horas, respondeu: 

— Não voltará a acontecer, Ernest. 

— Se não tinhas a confiança absoluta de agir com serenidade, porque te comprometeste? Se não houvesse sido Widmar, teria de ter entrado sozinho no Banco ou adiar o golpe para outra ocasião, não é verdade? 

— Tem em conta, Ernest, que foi a primeira vez que interveio num assunto desta natureza — disse o velho Widmar, intercedendo em favor do rapaz. — O seu nervosismo estava completamente justificado. Também a ti te aconteceu o mesmo quando roubaste pela primeira vez. 

— De qualquer modo, não permitirei que se repita o que hoje se passou, James. 

— Disse-te há pouco que isso não voltará a suceder, mas é que... é demasiada a tranquilidade com que fazem estas coisas! — exclamou James. 

— É nisso precisamente que consiste o nosso êxito, rapaz. Se não procedêssemos dessa forma, estaríamos enforcados metade... ou todos. Por isso mesmo, quero advertir-te de que não perdoarei novos erros. 

James olhou à sua volta. Cameron Quinn sorria feliz; os restantes bandidos fitaram-no com evidente desprezo. 

— Neste momento, não é oportuno discutir, Ernest — disse Widmar. — Vais ver como James aprende estas coisas com o tempo. Agora, o que interessa é chegar quanto antes ao refúgio. Temos de permanecer ocultos uma longa temporada. As autoridades de Colorado estão no nosso encalço e devem ter oferecido enormes quantias pelas nossas cabeças. É conveniente para todos desaparecer quanto antes. 

— Isso é o que menos me preocupa, velho. Dentro de umas horas, estaremos a salvo no Novo México. Depois, uma curta temporada de descanso e... 

Ernest Bacher não terminou a frase; levando um dedo à fronte, pareceu pensar qual seria o seu próximo campo de ação. 

James, pretendendo mudar o tema da conversa, perguntou: 

— Que terá sido do pobre Jack? 

— É fácil de deduzir. A estas horas, deve estar morto, certamente... ou pendurado numa árvore, que é a mesma coisa. De qualquer modo, para nós seria preferível que morresse na fuga. Se o apanharam vivo, podem tê-lo obrigado a falar e neste caso não passaria muito tempo sem que tivéssemos atrás de nós uma centena de policias. 

James, apesar da sua gratidão por Bacher, dirigiu--lhe um olhar de despeito e, naquele momento, ao ouvi-lo exprimir-se daquele modo, lamentou dever a vida àquele ser egoísta e sem entranhas que não sentia qualquer preocupação pela perda de um companheiro, mas sim pelo prejuízo que isso lhe poderia causar. 

/// 

James Lawer, realmente, tinha começado a fazer parte da quadrilha de ladrões, mas a sua presença a única coisa que ia conseguir era o seu desmembramento. O ódio que tinha surgido desde o primeiro dia ia ter um digno final, um remate inesperado, no mesmo dia em que os bandidos regressaram após o assalto ao Banco de Las Animas. Aproximavam-se das cabanas que constituíam o refúgio quando Widmar disse: 

— Já estou a cansar-me deste género de vida. 

Ernest Bacher, puxando violentamente as rédeas do animal que montava, deteve-o. O seu rosto havia-se transformado momentaneamente, adquirindo uma expressão estranha. 

— Não estás a falar a sério, pois não? — perguntou o bandido asperamente, enquanto se voltava para o seu amigo. 

— Absolutamente a sério, Ernest — confirmou o velho, fazendo parar também o seu cavalo. — Tenho já sessenta anos e estas frequentes deslocações vão minando a minha saúde a pouco e pouco, com muita lentidão, mas de forma inexorável. É qualquer coisa que sinto dentro de mim. Por outro lado, penso que já fiz bastante mal durante toda a minha vida. Comecei a... digamos, a «trabalhar» com a mesma idade que James tem agora. Durante quarenta anos, não fiz outra coisa senão roubar e lutar, arriscando a pele de minuto a minuto; matei muitos homens e agora, quando olho para trás e vejo essa carga pesada que arrasto, pergunto a mim mesmo: Para quê? De que me serviu? Se, ao menos, tivesse conseguido enriquecer, mas... nem isso! Realmente, é triste a nossa existência. Viver perseguido pela Justiça durante toda a vida e, depois, vê a minha situação, quando chega a velhice, não se sabe que fazer; e não se sabe porque é que não se serve para nada, porque é que perdemos o tempo a roubar e a matar sem ter aprendido nada de proveitoso; porque é que não somos nada; porque... — Widmar moveu a cabeça pesaroso. 

— Nunca te tinha ouvido expressar desse modo, velho — disse Bacher, com ar triste. — Estava convencido de que te agradava este género de vida livre, sem estares sujeito a ninguém, sem teres de obedecer às ordens de qualquer «rancheiro» déspota que explora uma pessoa por uns miseráveis dólares... 

— Não te enganes, Ernest. Achas que isto é liberdade? Tu sabes perfeitamente que não; que somos mais escravos que qualquer criado de um «rancho», porque o somos de nós mesmos. 

— Foi este o maior engano da minha vida, velho — afirmou Bacher. — Julgava que te sentias satisfeito. 

— Sentes-te tu, por acaso? 

— Sim. Gosto de desafiar a Justiça e essas leis poderosas que foram feitas por uns quantos que tinham tudo. Gosto de troçar delas, de as espezinhar, e também me agrada enfrentar o perigo em quaisquer condições, sem saber qual o resultado, mas confiando sempre na minha própria força... Por isso me agrada esta vida! — exclamou Bacher, batendo fortemente no peito com o punho cerrado. 

— Chegará o momento em que não pensarás desse modo, Ernest — profetizou o velho Widmar. 

— Quando? — perguntou o bandido. 

— Quando tiveres a minha idade... se chegares a alcançá-la. A mim, foi-me mais fácil ludibriar a Lei. Nos meus tempos, era diferente; agora, em contrapartida, tudo mudou para nós; as dificuldades são ilimitadas; o progresso, o telégrafo, sobretudo, vai comunicando as nossas proezas com uma rapidez espantosa. Tudo, Ernest, está contra nós. 

— Qual é a tua opinião, James? — perguntou o chefe, voltando-se para o rapaz que, imóvel, permanecia atento à conversa dos dois homens. — Agrada-te este género de vida? 

— Não, não me agrada. Bem sabes que se estou aqui não é por minha própria vontade, mas sim impelido por circunstâncias adversas. Se não tivesse matado aquele velho embusteiro, não estaria aqui entre vocês. Mas, que importam as causas? — perguntou James, a sorrir tristemente. — Agora, sou um perseguido pela Lei, como tu, como Widmar e todos os componentes do bando... —James apontou com a mão para os homens que vinham atrás dele. — Neste momento todos somos iguais — repetiu. 

— Sei o que te passa pela mente, James — advertiu o velho pistoleiro. — Achas que não é justo que todos sejamos perseguidos nas mesmas condições. Tens razão em pensar assim. Tu, fosse pelo que fosse, mataste um homem numa contenda mais ou menos justificada; nós, porém, temos feito do delito o nosso único meio de vida. Afastámo-nos totalmente da Lei, em todos os aspetos... Sim, rapaz, tens razão ao pensar assim. Neste ponto, a Lei não me parece justa. Se te prenderem, enforcar-te-ão por teres matado um velho batoteiro, que é o mesmo fim que nos espera a nós, que temos às nossas costas um sem-número de mortos e roubos sem conta. Não és da mesma opinião, Ernest? 

— Nada nem ninguém te retém aqui James. A ti também não, embora pudesse fazê-lo a nossa antiga amizade. De qualquer modo, tal como ele, podes partir quando quiseres — replicou o bandido, com dureza. 

— Não devias ter-me respondido assim, Ernest — resmungou o velho. — Não, não devias tê-lo feito. Pedi a tua opinião sobre um ponto diferente. Tu sabes perfeitamente que eu não poderia separar-me de ti e, ainda que o fizesse, nunca poderíamos perder o contacto um com o outro; contarias sempre comigo e até disposto a oferecer a minha vida se fosse necessário. Defendo a posição de James porque a acho lógica, claro... Ele não pode sentir isto como tu. A nossa juventude foi diferente da dele, compreendes? Ele teve todas as coisas que a nós faltaram: dinheiro, terras, amigos, raparigas... E, de repente, viu-se lançado numa vida que sempre considerou indigna porque, na verdade, é assim. No entanto, continua entre nós, sabes porquê? Porque nos é grato, não esquece que lhe salvaste a vida, retirando-lhe primeiro o chumbo do corpo e depois não o entregando às autoridades. Sabes o que teria feito James se não houvesse ficado ferido? 

James estava atento, como os outros membros da quadrilha, às palavras do velho. Bacher, ao ouvir a pergunta deste, moveu a cabeça e perguntou: 

— Não, não sei o que teria feito, mas tão-pouco me importa. 

— Embora não te importe, não deixarei de to dizer. Não quero que penses mal de ele se se encontrar de novo numa situação semelhante à de anteontem em Las Animas. Se James tivesse conseguido escapar das autoridades de Trindade sem receber nenhum ferimento, estaria aqui, no Novo México, ou no Texas, ou em qualquer parte, não connosco, mas sim a trabalhar honradamente num «rancho», a ganhar um dólar diário, muito pouco, mas, no entanto, bem ganho. Era isso que James Lawer estaria a fazer se não fosse pela gratidão que sente por nós e por ti, principalmente — disse Widmar, retomando o caminho e dando por terminada a conversa. 

Continuaram a marcha sem que ninguém despegasse os lábios até chegar ao acampamento. Durante o trajeto, James pensou que, em virtude dos últimos acontecimentos, o mais conveniente para todos seria ele afastar-se do grupo de bandidos e procurar arrastar também o velho Widmar. Depois, introduzir-se--iam em qualquer localidade de Novo México ou Arizona e viveriam tranquilos, sem as terríveis preocupações que implicava aquela vida de salteador e assassino, à margem da Lei. 

/// 

Os oito homens fumavam e conversavam em volta da mesa existente na cabana de Ernest Bacher. Este contemplou os seus homens antes de efetuar a partilha do produto do roubo. Sempre que tinha de distribuir o dinheiro entre eles, gostava de ver as ânsias desenfreadas que se refletiam em todos os rostos. Bacher fixou o olhar em Widmar e depois em James e encontrou-os ausentes do grupo; os outros, em contrapartida, não afastavam a vista dos maços de notas que ele amontoava na mesa. 

Ernest Bacher esboçou um ligeiro sorriso. Depois, procedeu com calma, recreando-se a fazer novos montes de notas. 

—Bem, aqui está — disse, por fim, o chefe. — Esta é a minha parte e aquela a de Widmar. As restantes são para cada um de vocês. 

Ficou apenas um maço de notas sobre a mesa: era o de James Lawer. Ernest olhou para o rapaz, sorriu compreensivamente e disse: 

— Toma conta do teu dinheiro, James. Estou certo de que te fará falta. Hoje mesmo sairás de aqui e, até que arranjes trabalho do teu agrado, como esse de que falou Widmar, necessitarás de dinheiro. Estive a pensar nisso e creio que é o melhor para todos. Anda, guarda-o e não sintas escrúpulos. Não é a tua parte por teres intervindo no assalto; é um presente que te faço e que quero que aceites. 

— Não, Bacher, não posso guardar esse dinheiro. Abandonarei o acampamento visto que não posso ser como vocês, mas não levarei nem um dólar. Ainda me resta algum dinheiro que será suficiente até que encontre trabalho. É melhor que repartam estas notas entre vocês. 

— Como queiras, James, não vamos forçar a tua vontade obrigando-te a aceitar uma coisa que não queres — disse Ernest. 

— Obrigado, Ernest. 

— Não tens nada que agradecer-me. No princípio, quando Cameron me descobriu a tua identidade, pensei vingar em ti as feridas que me causaram os teus homens; depois, compreendi que tu nada tinhas a ver com esse assunto e habituei-me à ideia de ficares connosco. Afinal, agora... Bom, James, vai-te embora e já sabes que se alguma vez te encontrares em apuros podes vir ao acampamento que serás bem recebido. 

— Não o esquecerei e faço-te a mesma oferta. Estarei sempre disposto a ajudar-te. O meu maior desejo seria retribuir-te este favor, Bacher. 

—Não, não, prefiro que estejas em divida comigo, rapaz. Bem, quando será a partida? 

— Prepararei as minhas coisas e abalarei ainda esta tarde. 

Mal acabou de falar, James abandonou a cabana do chefe. Todos os outros se tinham mantido num impressionante silêncio. 

— Foi a melhor coisa que fizeste na tua vida, Ernest — elogiou Widmar, batendo-lhe amistosamente nas costas. — Sim, senhor, a melhor, sem dúvida. 

— Se quiseres, podes ir com ele, velho — disse Bacher, ligeiramente comovido. 

O velho pistoleiro permaneceu pensativo durante uns segundos. Os restantes bandidos olhavam-no em silêncio, à espera de uma decisão que tardava em chegar. Porque, ao fim e ao cabo, todos desejavam a ausência de Widmar, visto que um deles seria escolhido para o substituir. Finalmente, o velho Widmar, disse: 

— Pois... sim. Creio que irei com ele. Este rapaz necessita dos conselhos de um velho. 

Naquela mesma tarde, James e Widmar abandonaram o acampamento. Ninguém saiu a despedir-se, mas Bacher, da janela da sua cabana, viu-os partir e sentiu um estranho vácuo à sua volta. 


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