No dia seguinte, Nelson Montgomery, para se familiarizar com a cidade, montou o seu cavalo e começou a percorrer as ruas ao acaso. A certa altura, num cruzamento, quase ia sendo atropelado por uma «charrete» puxada por dois belos cavalos brancos e guiada por uma jovem de estonteante beleza.
O cavalo empinara-se de súbito e, se não fosse o sangue-frio do rapaz, este teria caído e serra apanhado pelas rodas do veículo.
Furioso com o acontecimento, Nelson, depois de dominar a sua montada, pensou lançar-se em perseguição da rapariga para a chamar à ordem pela sua falta de senso em andar pelas ruas da cidade com aquela velocidade.
Foi então que reparou que alguma anormalidade se estava a passar com os cavalos que puxavam o carro.
A rapariga fazia esforços 'inauditos para parar o veículo. Os cavalos porém não lhe obedeciam e continuavam no seu louco galopar. Certamente que haviam tomado os freios nos dentes e se ninguém os conseguisse dominar 'a vida 'daquela jovem estaria em perigo. A vida dela e a dos diversos transeuntes que porventura se não desviassem a tempo.
Em face disso, não hesitou. Esporeou violentamente o seu cavalo que protestou com um relincho e se lançou em perseguição do carro que estava já a cerca de sessenta metros 'de distância.
Pouco a pouco, a distância ia diminuindo. «Red» dava conta do seu recado e tentava a todo o transe alcançar o carro onde seguia a rapariga que gritava de susto. Cem metros à frente era o fim da rua. Em frente ficava o escritório do xerife e a cadeia civil. O carro ou seria esmagado contra esse prédio ou os cavalos tentariam virar para a rua transversal que com a principal formava um cotovelo. Em qualquer das hipóteses verificar-se-ia um grande desastre em que só por milagre a bela moça não perderia a vida. Tudo isto viu Nelson num rápido golpe de vista e mais incitou «Red» que dava tudo por tudo. Conseguiu finalmente ficar a par do carro, a cerca de trinta metros do edifício. Não tinha tempo a perder. Inclinou-se todo na sela até conseguir enlaçar a adorável criatura pela cintura e com um rápido sacão tirou-a do carro. Foi a salvação. Os cavalos tentaram dar a curva mas não conseguiram. O carro derrapou, deu duas voltas pelo ar e foi espatifar-se fragorosamente no edifício da cadeia civil, juntamente com os desgraçados cavalos que foram arrastados e se esmagaram também.
Entretanto, com a rapariga bem segura chorando convulsivamente com um violento ataque de nervos, Nelson Montgomery obrigou o seu cavalo a parar. Teve de empregar grande força, pois «Red» assustara-se cocai o fragoroso desastre e quase tomara também o freio nos dentes.
Com cuidado depôs a bela rapariga no chão e lentamente desmontou.
À volta dos dois jovens, juntara-se um numeroso público. Todos haviam presenciado o espetacular desastre bem como a destreza do rapaz ao salvar a rapariga.
Esta estava debaixo do choque emocional. Agarrada ao seu salvador, chorava convulsivamente. Maquinalmente, Nelson acariciou-lhe os sedosos cabelos, ao mesmo tempo que tentava acalmá-la com brandas palavras.
Um sujeito de certa idade tentava abrir caminho por entre os curiosos e ao fim de muitos esforços e inúmeras cotoveladas conseguira-o, não sem que diversos protestos se fizessem ouvir.
— Jane! — gritou o desconhecido.
— Papá — retorquiu a rapariga afastando-se do seu salvador e refugiando-se nos braços do recém--chegado.
— Jane, minha filha! Estás bem?
— Estou, papá — balbuciou Jane. — Este senhor salvou-me a vida. Se não fosse ele, a estas horas estava desfeita.
O velhote encarou Nelson Montgomery.
-- Acabamos de contrair para consigo uma dividia que nada no mundo apagará: O senhor acaba de salvar o bem mais precioso que eu tenho.
— Nada mais fiz do que a minha obrigação, senhor — respondeu nobremente o rapaz. — O que eu fiz qualquer um o faria, tenho a certeza.
— Não, cavalheiro. O que o senhor fez, talvez mais ninguém em Kansas City o fizesse. Chamo-me Frank Taylor. Quando necessitar de qualquer coisa dirija-se ao rancho «Jane» e será atendido sem demora.
— Então, se me dá licença; apresento-me também — disse Nelson. — Nelson Montgomery, à sua disposição.
O rancheiro apresentou então os dois jovens:
— Minha filha Jane.
— Tenho grande honra em a conhecer, menina. Mas por favor não continue a chorar pois já passou tudo. Além disso está a estragar a sua beleza.
Perante o galanteio, a rapariga sorriu. Com um lenço, limpou os vestígios de lágrimas que ainda restavam no seu rosto. Depois, estendendo a mão ao rapaz murmurou:
— Tenho muito prazer em o conhecer, senhor Montgomery. Nunca me esquecerei que arriscando a sua, salvou a minha, vida. Ficar-lhe-ei eternamente grata.
— Já há pouco disse a seu pai que apenas cumpri o meu dever. Não quero voltar a repetir isso. Também não quero que me trate por senhor Montgomery. Pode tratar-me apenas por Nelson. O. K.?
— O. K.... Nelson — respondeu a rapariga ruborizada. — A mim também me pode tratar apenas por Jane.
— Compreendido, Jane...
Frank Taylor convidou o rapaz a tomar qualquer, bebida na companhia dos dois, ao que Nelson aceitou, aproveitando, assim, estar mais tempo na presença daquela rapariga que tão grande entusiasmo lhe despertara. Não se-cansava de a admirar.
Jane era muito bela. Tinha uns longos cabelos louros e uns olhos azuis de sonho. A pequenina boca, muito rosada, era tentadora e sensual, incitando a beijos. Um narizinho ligeiramente arrebitado dava-lhe um ar angelical. De estatura mediana, a rapariga tinha um corpo de estátua grega.
Enfim, pensando bem, Nelson chegara à conclusão de que lhe seria muito difícil fugir aos encantos daquela rapariga.
O cavalo empinara-se de súbito e, se não fosse o sangue-frio do rapaz, este teria caído e serra apanhado pelas rodas do veículo.
Furioso com o acontecimento, Nelson, depois de dominar a sua montada, pensou lançar-se em perseguição da rapariga para a chamar à ordem pela sua falta de senso em andar pelas ruas da cidade com aquela velocidade.
Foi então que reparou que alguma anormalidade se estava a passar com os cavalos que puxavam o carro.
A rapariga fazia esforços 'inauditos para parar o veículo. Os cavalos porém não lhe obedeciam e continuavam no seu louco galopar. Certamente que haviam tomado os freios nos dentes e se ninguém os conseguisse dominar 'a vida 'daquela jovem estaria em perigo. A vida dela e a dos diversos transeuntes que porventura se não desviassem a tempo.
Em face disso, não hesitou. Esporeou violentamente o seu cavalo que protestou com um relincho e se lançou em perseguição do carro que estava já a cerca de sessenta metros 'de distância.
Pouco a pouco, a distância ia diminuindo. «Red» dava conta do seu recado e tentava a todo o transe alcançar o carro onde seguia a rapariga que gritava de susto. Cem metros à frente era o fim da rua. Em frente ficava o escritório do xerife e a cadeia civil. O carro ou seria esmagado contra esse prédio ou os cavalos tentariam virar para a rua transversal que com a principal formava um cotovelo. Em qualquer das hipóteses verificar-se-ia um grande desastre em que só por milagre a bela moça não perderia a vida. Tudo isto viu Nelson num rápido golpe de vista e mais incitou «Red» que dava tudo por tudo. Conseguiu finalmente ficar a par do carro, a cerca de trinta metros do edifício. Não tinha tempo a perder. Inclinou-se todo na sela até conseguir enlaçar a adorável criatura pela cintura e com um rápido sacão tirou-a do carro. Foi a salvação. Os cavalos tentaram dar a curva mas não conseguiram. O carro derrapou, deu duas voltas pelo ar e foi espatifar-se fragorosamente no edifício da cadeia civil, juntamente com os desgraçados cavalos que foram arrastados e se esmagaram também.
Entretanto, com a rapariga bem segura chorando convulsivamente com um violento ataque de nervos, Nelson Montgomery obrigou o seu cavalo a parar. Teve de empregar grande força, pois «Red» assustara-se cocai o fragoroso desastre e quase tomara também o freio nos dentes.
Com cuidado depôs a bela rapariga no chão e lentamente desmontou.
À volta dos dois jovens, juntara-se um numeroso público. Todos haviam presenciado o espetacular desastre bem como a destreza do rapaz ao salvar a rapariga.
Esta estava debaixo do choque emocional. Agarrada ao seu salvador, chorava convulsivamente. Maquinalmente, Nelson acariciou-lhe os sedosos cabelos, ao mesmo tempo que tentava acalmá-la com brandas palavras.
Um sujeito de certa idade tentava abrir caminho por entre os curiosos e ao fim de muitos esforços e inúmeras cotoveladas conseguira-o, não sem que diversos protestos se fizessem ouvir.
— Jane! — gritou o desconhecido.
— Papá — retorquiu a rapariga afastando-se do seu salvador e refugiando-se nos braços do recém--chegado.
— Jane, minha filha! Estás bem?
— Estou, papá — balbuciou Jane. — Este senhor salvou-me a vida. Se não fosse ele, a estas horas estava desfeita.
O velhote encarou Nelson Montgomery.
-- Acabamos de contrair para consigo uma dividia que nada no mundo apagará: O senhor acaba de salvar o bem mais precioso que eu tenho.
— Nada mais fiz do que a minha obrigação, senhor — respondeu nobremente o rapaz. — O que eu fiz qualquer um o faria, tenho a certeza.
— Não, cavalheiro. O que o senhor fez, talvez mais ninguém em Kansas City o fizesse. Chamo-me Frank Taylor. Quando necessitar de qualquer coisa dirija-se ao rancho «Jane» e será atendido sem demora.
— Então, se me dá licença; apresento-me também — disse Nelson. — Nelson Montgomery, à sua disposição.
O rancheiro apresentou então os dois jovens:
— Minha filha Jane.
— Tenho grande honra em a conhecer, menina. Mas por favor não continue a chorar pois já passou tudo. Além disso está a estragar a sua beleza.
Perante o galanteio, a rapariga sorriu. Com um lenço, limpou os vestígios de lágrimas que ainda restavam no seu rosto. Depois, estendendo a mão ao rapaz murmurou:
— Tenho muito prazer em o conhecer, senhor Montgomery. Nunca me esquecerei que arriscando a sua, salvou a minha, vida. Ficar-lhe-ei eternamente grata.
— Já há pouco disse a seu pai que apenas cumpri o meu dever. Não quero voltar a repetir isso. Também não quero que me trate por senhor Montgomery. Pode tratar-me apenas por Nelson. O. K.?
— O. K.... Nelson — respondeu a rapariga ruborizada. — A mim também me pode tratar apenas por Jane.
— Compreendido, Jane...
Frank Taylor convidou o rapaz a tomar qualquer, bebida na companhia dos dois, ao que Nelson aceitou, aproveitando, assim, estar mais tempo na presença daquela rapariga que tão grande entusiasmo lhe despertara. Não se-cansava de a admirar.
Jane era muito bela. Tinha uns longos cabelos louros e uns olhos azuis de sonho. A pequenina boca, muito rosada, era tentadora e sensual, incitando a beijos. Um narizinho ligeiramente arrebitado dava-lhe um ar angelical. De estatura mediana, a rapariga tinha um corpo de estátua grega.
Enfim, pensando bem, Nelson chegara à conclusão de que lhe seria muito difícil fugir aos encantos daquela rapariga.
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