Ajudando-a a levantar-se, o caçador conduziu-a pela mão até ao fim doutra garganta que se abria à esquerda.
A escuridão era tão intensa que não se via absolutamente nada. Mas Emily sentia-se completamente segura na companhia daquele homem que caminhava a seu lado. Não sabia se era velho ou novo, mas salvara-a. E isso era motivo bastante para lhe estar agradecida.
- Chegámos – ouviu dizer ao companheiro. – Agora sente-se aqui e não se mexa para nada. Dentro em pouco aparecerá a Lua e já não estará só. Entretanto, se não puder vir, não se assuste se vir aproximarem-se vários índios. Serão amigos que envio à sua procura.
A mão que a segurava desprendeu-se da sua, e reconheceu que ficara só. Mas não conseguiu ouvir os passos do homem que se afastava.
«Nem um índio seria capas de andar mais silenciosamente – pensou, admirada. – Agora compreendo porque Keighley não pressentiu a sua presença. Caminhando dessa maneira…»
Interrompeu-se ao ouvir, agora mais longe que da primeira vez, o canto da cotovia.
(Coleção Bisonte, nº 60)
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