Judite tardou muito a conciliar o sono. Começava a amanhecer quando finalmente pôde cerrar os olhos, mas a fadiga acumulada durante a sua viagem interminável e as comoções sofridas, além de febre, obrigaram-na a dormir agitadamente até passado o meio-dia.
Ao despertar, viu que seus pais continuavam a velá-la. Nenhuma censura lhe tinham feito quando a tinham trazido horas antes e agora Judite, ao despertar e vendo-os solícitos junto da cama, sentiu a garganta sacudida por um soluço.
Judite voltou a cabeça para a janela para que não vissem as lágrimas. Os seus lábios curvaram-se e os dentes bateram. Pensou que Stephen, incapaz de encarar a humilhação e a derrota, a tinha abandonado. A vida podia ser fácil no Oeste para um homem só, mas era terrível para o que tivesse de suportar uma mulher enferma como ela.
Stephen devia ter-se sentido cobarde pela primeira vez na sua vida. Devia tê-lo assaltado o medo naquela encruzilhada da vida dos dois, e tinha-a abandonado para seguir o seu caminho só e para que ela o seguisse só. Só para sempre…
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