quarta-feira, 9 de julho de 2014

PAS353. O último recurso

— Por que não me deixas liquidar já este? — perguntou Francis, apontando para Boston.
— Cada coisa a seu tempo — replicou Brenann. — Serás tu quem o liquida, naturalmente. Mas quando trouxermos o outro. Voltaram a encerrar os prisioneiros na cabana. Doretta pôs-se a chorar, perdida a última das suas esperanças. O plano dos bandidos estava perfeimente claro. Matá-los a eles e assassinariam seu pai. Trigger os seus amigos dividiriam entre si os vinte mil dólares, e Willard Usher ficaria com o «Empire Ranch».
Como fera enjaulada, Boston passeava dum lado para o outro, enquanto o seu cérebro trabalhava num ritmo acelerado. Aparentemente não tinham salvação possível mas a realidade podia ser diferente das aparências. Não disse nada até ouvir afastarem-se Brenann e Lubell para irem ao encontro de Leonard. Por uma das frinchas viu Lote Francis, sozinho, com os revólveres na mão. Então aproximou-se da rapariga e falou-lhe ao ouvido, num leve sussurro:
— Ainda podemos escapar — Presta toda a atenção ao que vou dizer-te. Talvez te pareça indigno e vergonhoso. Mas é a nossa única possibilidade.
Exprimiu-se com rapidez, materialmente colado ao, ouvido da rapariga. Doretta estremeceu ao ouvi-lo, e todo o seu sangue pareceu subir-lhe às faces. Sem atrever-se a olhar para o seu companheiro de infortúnio, com os olhos cravados no chão, perguntou hesitante:
— Mas... tudo?
— Não respondeu Boston lentamente. — Espero que seja suficiente só a blusa. Eu não olharei. — prometeu solene. — Lone Francis, sim, esse verá... mas não poderá dizer a ninguém, o que chegou a contemplar um décimo de segundo!...
(Coleção Pólvora, nº 3)

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