segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

PAS228. Duas visões diferentes sobre um rancho



Tex, naquela mesma tarde, começou a trabalhar com os outros vaqueiros. O dia foi duríssimo. Perseguir os novilhos, laçá-los e separá-los da mãe, para em seguida os imobilizar até lhes ser aplicado o ferro com a marca do rancho, era um trabalho realmente esgotante. O cheiro a carne queimada e os mugidos dos animais não contituiam para os neofitos sensações agradáveis.
A meio da tarde, Suzan apareceu a vigiar a maneira como o trabalho estava a ser feito. Chegou inclusivamente a dar uma ajuda aqui e além. Tex, vendo o brilho que ela trazia nos olhos, aproximou-se para lhe dizer:
- Dá-me a impressão que a menina gosta muito disto...
Ela confirmou com um aceno de cabeça.
- Creio que tenho todos estes trabalhos metidos na massa do sangue. Às vezes penso que nunca poderia viver noutro sítio que não fosse este rancho.
- Tenho muita pena, mas não penso da mesma forma. Um rancho significa estar agarrado ao mesmo lugar, escravizado para todo o sempre ao mesmo pedaço de terra. E eu gosto de ar livre, de mover-me à minha vontade, de ir de um lado para o outro sem estar preso seja ao que for.
Suzan olhou-o por uns instantes.
- Você pertence àquela classe de indivíduos que sempre foram uma carga inútil numa sociedade tranquila e laboriosa como é a nossa.
Dizendo isto, retirou-se.

(Coleção Búfalo, nº 59)

Sem comentários:

Enviar um comentário