sábado, 18 de janeiro de 2014

PAS226. Um funeral muito agitado

Contexto da passagem: Orozco, dono do «Cerco de Ouro» aparece morto. A causa da morte é atribuída a suicídio embora não se reconhecessem razões para tal. Mas em breve se descobriria que alguém tinha apertado o gatilho. E nem no funeral as pessoas estiveram em paz



A maioria das pessoas seguia a pé. Só os componentes do grupo do «Cerco de Ouro» o faziam a cavalo, a ambos os lados do ataúde. Era uma escolta bizarra, de uma grande beleza e plasticidade. Tinham ficado para trás as últimas casas de Austin e o cemitério já se distinguia sobre uma colina, com as cruzes recortadas de encontro ao azul do céu, braços abertos numa súplica.
Subitamente, um grupo de cavaleiros surgiu de um pequeno bosque próximo e começou a disparar. Traziam os chapéus deitados sobre os olhos e tinham a cara tapada com um lenço.
A comitiva desfez-se. Alguns dos seus componentes caíram por terra mortos ou feridos. Os cavalos dos homens do «Cerco de Ouro» encabritaram-se e começaram a relinchar furiosamente, tomando o freio.
Kennedy, o único a quem não surpreendeu a bárbara acometida, lançou-se rapidamente ao solo e de lá fez fogo sobre os malfeitores. Houve gritos, fugas. Os animais que puxavam a carreta fúnebre, enlouquecidos, iniciaram um furioso galope que o cocheiro se viu incapaz de deter.
Ao primeiro tiro de Clifton Kennedy, um dos atacantes rolou com o peito atravessado. Depois, outro ficou estendido por terra, com um certeiro balázio na testa e com os olhos desmesuradamente abertos. Os bandidos, certamente, não esperavam a rápida réplica.
(Coleção Búfalo, nº 57)

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