Os vaqueiros de Aaron Madigan encontravam-se à porta do edifício principal do rancho, à espera do patrão.
— Até quando vamos continuar a procurar esses tipos? —perguntou um vaqueiro, baixo e barbudo.
— Até que o patrão queira—respondeu o capataz, um tipo alto e ossudo.
Abriu-se uma porta para dar entrada a um homem jovem, alto e bem posto, que não passaria dos vinte e cinco anos. Looney, o capataz, avisou:
— Aí vem o sobrinho do patrão.
Quando Larry Stone chegava perto deles, um dos vaqueiros — sentado um pouco mais além, — estendeu um braço para indicar um cavaleiro que entrava na cerca do rancho. Todos olharam o recém-chegado com curiosidade. Eram raros os visitantes do rancho Looney foi o primeiro a descobrir quem era o indivíduo, e exclamou:
— E um dos tipos que salvaram a "Loira"!
Produziu-se natural alvoroço. Alguns deitaram as mãos aos "Colts". Mas a voz do capataz Looney conteve-os:
— Deixem-no chegar, que depois cairemos sobre ele.
Dave, alheio ao que os outros tramavam, parou o cavalo junto à porta e apeou-se.
— Este é o rancho de Aaron Madigan?
Looney deu uns passos para ele. Simulou dar mela volta, mas, de súbito, lançou-se sobre o rapaz. Dave não fez um movimento sequer, e deixou que o outro lhe arrebatasse o revólver.
— Reconhecemos-te, porco imundo! — gritou Rick crescendo para ele. — Vai-te custar cara a ousadia.
— Vieste meter-te na boca do lobo —asseverou Looney.
— Quero falar com o vosso patrão — disse, tranquilamente, Dave.
Um brilho de surpresa perpassou pelo olhar do capataz. Hesitou um pouco e disse:
— Soltai-o.
Ainda que contrariados, os vaqueiros obedeceram. Larry Stone observou-o com atenção, como se quisesse adivinhar as verdadeiras intenções que o moviam.
— O que é que tem para lhe dizer?
— O nome do assassino de seu filho.
Stone pareceu estupefacto. Depois, disse:
— Está bem. Venha comigo.
Dave voltou-se para Looney e disse, com um sorriso:
— É justo que me restitua o revólver...
O outro jogou-lhe a arma que Dave apanhou no ar. Larry Stone conduziu-o a um pequeno escritório. Poucos minutos depois chegava Aaron Madigan que, ainda no limiar da porta, perguntou:
— É verdade o que o meu sobrinho me disse?
— É verdade, senhor Madigan.
— Explique-se — disse o rancheiro, com ar duro.
— Tony não morreu logo — começou Dave — Quando Jane entrou no quarto, o seu filho esvaía--se em sangue, mas ainda vivia. Tentou socorrê-lo e foi nessa altura que seu filho pronunciou o nome do assassino.
— Quem foi?
— Ignoro-o, senhor Madigan. A "Loira" nega-se a dizê-lo. Assegura que só falará com o senhor. Por isso vim buscá-lo, tanto mais que ela diz que Tony lhe explicou os motivos por que o assassino cometeu o crime.
— Está bem, irei consigo.
Pouco depois, montaram a cavalo e partiram. Quando cruzavam a cerca do rancho, Madigan fixou o olhar em Dave e ameaçou:
— Se tudo isto é um ardil, arrepender-se-á!
Dave respondeu. pausadamente:
— Sim, senhor Madigan. Trata-se, realmente, dum ardil.
O outro levou a mão ao revólver, mas Dave acrescentou imediatamente:
— É verdade que se trata dum ardil, mas não para o enganar, senhor Madigan. Trata-se duma armadilha para o assassino. E estou certo de que vai cair nela. Pelo caminho lhe contarei.
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