sábado, 2 de julho de 2022

FBV026.08 O desaparecimento de "Loira" Jane

Uma máscara da angústia estampou-se no semblante de Dave.

Um prolongado gemido fê-lo olhar em redor, sem descobrir quem o soltara.

— Ouviste, "Nino"?

— Sim, como te estou ouvindo a ti — respondeu o mexicano.

O gemido repetiu-se, desta vez com mais força. Os dois começaram a procurar ali perto e não tardaram a encontrar Bruce. Estava estendido entre umas rochas, de boca para baixo, e fazia grandes esforços para se levantar. Dave ajudou-o, mas teve de o segurar para que não caísse.

— Que se passou, Bruce? — inquiriu com voz alterada.

O visado, enquanto tateava a cabeça com uma das mãos, disse:

— Atacaram-me... Não pude defender-me. Quem quer que foi caiu sobre mim de súbito e por detrás.

— O tipo que te bateu levou a rapariga — observou "Niño".

Bruce parecia desolado.

— Fui eu que tive a culpa... deixei-me caçar como um imbecil... Que será feito de Jane?

— Se foram os vaqueiros de Madigan, é fácil calcular a sua sorte — comentou Dave.

— Não podiam ter sido eles — esclareceu Bruce — Estiveram procurando pelos arredores, mas foram-se embora.

— Estás certo disso, Bruce?

— Sim.

Fez-se uma pausa. Se a suposição de Bruce era certa, quem teria levado Jane?

— Que pensam fazer? — perguntou Bruce.

— Não sabemos ainda...Deves regressar ao povoado. É melhor que ninguém repare na tua ausência.

O homem concordou.

— Farei o que possa para ver se a encontro.

Sem dizer uma palavra mais, afastou-se de cabeça baixa. Parecia um homem derrotado. Dave seguiu-o.com o olhar. Depois caminhou para o cavalo.

— Vamos, "Niño".

— Para onde? — inquiriu este.

Não obteve resposta. Quase a chegar às primeiras casas da povoação, Dave quebrou o silêncio.

— Creio que há alguém que pensa ser muito esperto, "Niño"... Sim, demasiado esperto.

O mexicano soltou uma imprecação.

— Explica-te.

— Mais logo te direi. Agora precisamos de nos ocultar. E parece-me que tenho um bom local no povoado.

— Estás louco? — interrogou "Niño".

— Conheço um lugar em que ninguém se lembrará de ir meter o nariz.

Pouco depois, estavam junto à cocheira pública. O homem que lhes vendera os cavalos não se mostrou muito admirado.

— Podem dormir lá em cima, entre os molhos de feno.

Já deitado sobre a improvisada cama, Dave disse para o companheiro:

— Escuta, "Niño". Parece-me que sei quem foi o tipo que levou Jane.

— E ficas assim tão tranquilo?

— Não convém precipitar os acontecimentos. O raptor está mais perto do que supões.

— Queres falar claro de uma vez, para sempre?

— Se as coisas saem tal como suponho, amanhã encontraremos Jane.

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