Dave tinha resolvido o que deviam fazer. Voltou-se para o companheiro e disse-lhe:
— Prepara os cavalos, "Niño", enquanto eu vou buscar o prisioneiro.
Nenhum dos dois andou mais do que três metros; Jane obrigou-os a deterem-se, com um grito de surpresa.
— Olhem!
Uns vinte cavaleiros galopavam no alto do outeiro, com o xerife à frente.
— São os homens de Candelaria — disse Dave.
Rapidamente, deu-se conta da apurada situação. O grupo tinha-os cercado; a única saída do vale estava fechada por eles.
— Não podemos passar! — exclamou Dave.
Deitaram pé em terra e procuraram onde se abrigar, para se defenderem. Quando o grupo já estava perto, o xerife levantou a mão e intimou:
— Será melhor que se rendam!
Dave, então, assomou a cabeça.
— Não queremos lutar, xerife. Mas quem nos garante que se nos rendermos, os tipos que o acompanham não nos lincharão?
— Não haverá linchamento! — redarguiu Percy Cadwell —. Conduzi-los-emos a Candelaria, para serem julgados.
— Se é verdade o que diz, porque não ordena aos seus companheiros que se retirem? Só então nos entregaremos.
O xerife coçou o queixo e voltou-se para o grupo.
— Esse homem tem razão...
Ouviram-se algumas risadas.
— Estás a falar sério, Percy? Não penses que somos assim tão estúpidos! Esses tipos estão à nossa mercê.
— Correrá sangue, rapazes. E preferível chegar a um acordo.
— Não há outro acordo, senão a morte.
Dave, que estivera atento ao conciliábulo, disse para "Niño":
— Prepara-te. Vão atacar-nos.
Efetivamente, os homens não tardaram em lançar os cavalos a galope. Os "Colts" dos dois amigos dispararam chumbo sem interrupção. Vários tipos foram atingidos e caíram debaixo das patas dos cavalos.
Um cheiro a pólvora encheu o lugar e os gritos dos atacantes confundiam-se com os relinchos dos animais e com os lamentos dos feridos.
Percy quis impor a sua autoridade, mas nada conseguiu. Depois das duas primeiras arremetidas, voltaram àcarga pela terceira vez. Dave e “Niño” tinham-se defendido das primeiras, mas não se aguentariam muito tempo mais. De súbito, um formidável trovão fez estremecer tudo em volta.
— A tempestade! —gritou "Niño".
Os cavalos dos que ainda se conservavam em cima das selas, sobressaltaram-se com o estrondo e recusaram-se a seguir para a frente. Uma chuva forte começou a cair, aumentando, progressivamente, de volume, impedindo que se visse a pequena distância.
— Chegou o momento: — gritou Dave.
Através da cortina de água, procuraram os cavalos. Só dois dos homens deram pela manobra. Os outros tinham bastante com que se entreter, tentando segurar os animais. Saltaram para a frente de Dave e de "Niño” com os revólveres firmemente empunhados.
— Quietos! — ordenou um deles.
"Niño" disparou sobre um dos assaltantes sem parar de correr. Por seu lado, Dave, já em cima do cavalo, disparou sobre o outro.
— Deite-se sobre o pescoço do animal — indicou a Jane, enquanto fazia o mesmo, picando as esporas ao cavalo.
A confusão estabeleceu-se de novo, quando todos quiseram iniciar a perseguição. Faltavam cavalos e sobravam homens. Aquela eventualidade permitiu aos fugitivos distanciarem-se o suficiente para se considerarem salvos.
O xerife apostrofou duramente o grupo.
— Sois uns imbecis!
Entretanto, Dave, "Niño" e a "Loira Jane ", trocavam impressões.
— Esta noite tens de ir à povoação, "Niño" — disse Dave. —Vais falar com o xerife.
— Estás louco? O que vou dizer a esse tipo?
— O que eu te disser, E também irás falar com Jerry. Escuta, com atenção...
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