"Niño" chegou ao povoado quando caíam as primeiras sombras da noite, e alcançou, sem novidade, o edifício onde estava a cocheira. Bateu com os nós dos dedos e, pouco depois, Jerry abria a porta, e deixou-o entrar, sem proferir palavra. " Niño" perguntou-lhe:
— Continuas pensando em ajudar a "Loira"?
— Acaso o põe em dúvida? O que é preciso fazer?
— Logo te direi. Agora necessito que me ajudes a encontrar-me com o xerife. Ninguém suspeitará se me virem contigo.
Estavam já perto do escritório do xerife, quando se produziu um inoportuno acontecimento, inevitável pela sua rapidez.
Um homem, ao dobrar a esquina, quase chocou com "Niño". Ao princípio, não fez caso, mas depois olhou mais fixamente para o mexicano. "Niño" considerou, então, que devia agir, antes que o outro o reconhecesse e lançou-se para ele, disposto a pô-lo fora de combate. Mas o homem compreendeu as intenções de "Niño', ao mesmo tempo que o reconhecia.
— Tu, maldito! — exclamou.
Jerry tratou de ver se evitava qualquer acto desagradável, quando já era demasiado tarde para consegui-lo.
— Quieto, Bill! Eu explico-te...
Bill não fez menção de sacar o "Colt", convencido de que não teria tempo. Aguentou a pé firme a investida do mexicano, satisfeito por os acontecimentos se desenrolassem daquela maneira, pois era bastante forte na luta corpo a corpo.
"Niño" chocou contra ele, furiosamente e ambos caíram por terra. Jerry presenciava a luta, nervoso. Se aparecesse alguém, "Niño" passaria um mau bocado. E ele, também, porque teria de explicar porque o acompanhava.
Bill, rolando sobre si, conseguiu ficar por cima do mexicano, mas num ápice o adversário estirou a perna, atirando com ele a distância. Depois, quando o outro se levantou e se atirou de novo a ele, recebeu-o com um soco tremendo no fígado, seguido duma série ao rosto.
Bill, apanhado de surpresa, desequilibrou-se, e caiu, ficando sentado no solo.
— Asqueroso mexicano! — grunhiu.
Levantou-se, e quando se lançava às cegas sobre "Niño", este, sabendo que tinha de resolver o caso depressa, aplicou-lhe um soco no estômago, com quanta força tinha. Bill dobrou-se como um junco, e deixando escapar um gemido, caiu aos poucos até ficar completamente estendido e imóvel.
— Adiante, que não há tempo a perder! —gritou " Niño".
Ele sabia que mal Bill voltasse a si, daria o alarme.
Percy Cadwell encontrava-se no escritório quando eles lá chegaram.
— Que demónio se passa, Jerry? — inquiriu.
Como resposta, o velho afastou-se para um dos lados da porta, deixando ver o mexicano. O xerife pôs-se em pé, de um salto. Fez o gesto de sacar o revólver, mas deteve-se ao ver que o mexicano empunhava firmemente o seu "Colt".
— Você! — exclamou.
"Niño" fechou a porta atrás de si.
— Tenho pouco tempo, xerife. Vim para lhe dizer que estão cometendo um erro terrível. A rapariga está inocente.
O xerife encolheu os ombros.
— Esteja ou não, ver-se-á no julgamento.
— O julgamento não faz falta. A manhã, terá em seu poder o culpado. Foi o que vim cá dizer dizer-lhe. —E, em seguida, explicou-lhe o plano de Dave.
O xerife hesitou um pouco, e, depois, disse:
Sem comentários:
Enviar um comentário