sexta-feira, 21 de maio de 2021

BIS009.06 As confissões de um bandoleiro

Os dois homens procuravam ocultar a surpresa recebida, porque nem a um nem a outro lhe passara pela cabeça encontrarem-se em tais circunstâncias.

Rob com o revólver de Sam na mão, não podia furtar-se a ponderar a ironia do destino que lhe proporcionara a oportunidade de, por ditas vezes, desarmar sem luta o famoso «Gun-man», tido como o melhor e mais rápido atirador de todo o Arizona.

Durante Muitos anos vencera o concurso realizado anualmente nas Testas da cidade, nas quais podia sempre tomar parte, graças à amnistia temporária concedida pelas autoridades.

— Suponho que desta vez, não vai apoderar-se do meu revólver! — continuou o salteador. Comprei os coldres no México a um afamado artífice de couros e os revólveres ganhei-os, num jogo de «poker», a um rico herdeiro de grandes plantações de Luisiana, que gostava de armar em homem mau. Como não uso mais que um, sempre tive o outro guardado! E, na verdade, não gosto de utilizar essas armas vulgares que se podem adquirir em qualquer loja.

—A verdade é que não o farei ---- proferiu Rob, sem se alterar, começando a enrolar um cigarro. – Quanto ao outro, não to penso devolver, pois considero-o um despojo de guerra, e, como tal, de minha pertença. Devolver-te-ei o «colt», que acabo de te tirar, embora só depois de abandonares o meu quarto. Apenas uma medida de precaução.

— Homem, — protestou Sam Lou, olhando-o com tristeza — não me parece que seja esse o meio de conservares as velhas amizades. Parece-te correto, tomares conta do que me pertence, e escorraçares-me do teu quarto, quase a pontapés?

—Talvez não seja correto, mas é prático procurar conservar a pele. Quanto às tuas armas, ocorre-me uma solução. Ouvi dizer que és um atirador excecional, creio mesmo que te consideram o melhor de Arizona? É verdade?

— Por favor, Rob, não me obrigues a ser imodesto — respondeu o pistoleiro, olhando-o num jeito de troça.

— Então — continuou aquele, sem fazer caso — espero que não te oporás à minha ideia de que fique com as armas o melhor de nós dois. Creio que participas nos concursos de tiro, e como eu também o farei, o que vencer, ou melhor classificação obtiver, ficará com elas.

— Uma ideia estupenda! Aceito a tua proposta, com muito prazer. Oxalá eu também te consiga convencer...

— De quê?

— Não consigo encontrar alojamento na cidade —continuou o bandido, como se falasse consigo mesmo. — Procurei por todos os dados, até aqui chegar, e, ao ver a gerente que há neste hotel, resolvi ser o mais indicado para mim. Como, porém, lá em baixo havia certo alvoroço, e eu sou muito compreensivo, compreendi que não podiam atender-me devidamente, sem motivar protestos dos outros. Por isso, instalei-me no primeiro quarto que encontrei vazio, para descansar e esperar que ela não estivesse tão cheia de trabalho. O cansaço e a pouca sorte fizeram-me adormecer, e não pensar que um indivíduo de medidas tão enérgicas como tu, fosse o seu ocupante. Imagina — acrescentou, com despreocupado descaramento — que eu não havia adormecido e que o dono deste quarto era um pacífico e timorato comerciante. Compreendes? Supõe que, ao entrar, me teria encontrado sentado na cama, brincando com a meu revólver, e que ao gritinho de «Quem é o senhor?», lhe respondia, com voz troadora e gesto dramático: «Sou Sam Leu». Que julgas que teria acontecido? Não tenhas dúvidas que me cederia a cama, e até o quarto.

— Não duvido, Sam, mas não pretendas que eu te ceda as duas coisas em nome da nossa velha amizade.

— Oh! Não! Julgo, no entanto, que podíamos chegar a qualquer acordo. Em primeiro lugar devias devolver-me o revólver; ao contrário do que poderás pensar, simpatizo muito contigo e não esqueço que uma vez me perdoaste a vida...

— Duas! — respondeu Rob, sorridente. — Lembra-te que, ao entrar, podia ter-te alvejado, já que a tua presença aqui poderia interpretar-se como usurpação de propriedade, e até te poderia acusar de roubo, se não odiasse a mentira; também podia alegar legítima defesa, e uma infinidade de argumentos mais que bastariam para me justificar perante as autoridades, se a morte de um foragido as chegasse a preocupar.

— Pois bem, duas vezes me salvaste a vida — concordou Sam, continuando onde fora interrompido —. Dado que de forma alguma guardo más intenções a teu respeito, espero que te convenças a ceder-me metade do teu quarto.

O texano atirou-lhe a arma, respondendo:

— De princípio aceito a primeira parte da moção; a segunda passa a discussão, e admito que, se te mostrares razoável, talvez chegaremos a acordo.

— Como, pelo que dizes, tens uma mova proposta a fazer-me, parece-me que o melhor é soltares a língua. Se é tão boa como a anterior, desde já podes contar com a minha aprovação.

—Pois vais ouvir — acedeu Rob, vendo como o foragido atirava a arma para cima de um monte de roupas que havia numa cadeira, para demonstrar a sua absoluta confiança — suponho ser desnecessário narrar-te os antecedentes dos acontecimentos em Sunshine, já que te suponho mais bem informado que eu próprio, mas como a minha proposta se baseia neles, passarei pelos que me interessam, sem os discutir, como meros alicerces para o nosso possível acordo. Aqueles homens de Chicago, que vinham na diligência que tu assaltaste, nomearam-me diretor do «Rancho T-Barra». Já sabes que não alcançaram grandes resultados nos seus desejos de comprar vasto número de reses que enviariam para os matadouros da sua Companhia de carnes em conserva. Verificaram as excelentes condições dos ranchos que ficam situados nas vertentes dose montes Mongollones, o que os levou a quererem adquirir uma grande extensão onde criariam milhares de cabeças. Assim, compraram o «T-Barra» que, não sei se devido a ti e também a Buck Russell, e a outros, estava quase limpo de gado. O meu trabalho consiste, agora, em voltar a povoá-lo, o mais depressa possível, com as poucas cabeças que ficaram e com um milhar delas que comprei à menina Power. Já podes avaliar que, com tão poucas reses, o trabalho vai tornar-se duro, sem haver necessidade da colaboração obsequiosa dos teus colegas. Parte da minha proposta baseia-se em que me dês algum tempo de tréguas, para poder pôr em ordem o rancho que me confiaram. Quero reunir urna boa equipa, e estudar o terreno em que hei de dar-lhes luta. A proposta completa é que incluas a menina Power nessas tréguas, que, se concordares, podemos fixar em dois anos. Em troca disso, cedo-te metade do quarto e empresto-te a minha influência para te ajudar a encontrares uma cama, ou mesmo um clivam, em que durmas comodamente enquanto estiveres na cidade.

— Não achas um aluguer muito caro? De qualquer maneira aceitarei se me deres uma boa razão para incluir a menina Power nessa suspensão de hostilidades. Trata-se de um caso de amor à primeira vista? — acrescentou, rindo, e olhando-o divertido.

— Não te esqueças que me aplicou duas bofetadas, que gostaria de lhe pagar de qualquer modo. No entanto desistirei desse intento, se se trata da noiva de um tão querido amigo...

— Não é minha noiva, mas virá a ser minha mulher, embora ela ainda o não saiba — retorquiu Rob, com a sua habitual fanfarronice, desejando que isso viesse a acontecer. — Por outro lado, deves reconhecer que ganhaste pleno direito à meiguice com que ela te obsequiou. Bem, deixemos isso e continuemos com o que nos interessa. Snell, o «sheriff», persegue da maneira mais grosseira a senhora Ana Windson, tornando-lhe a vida impossível; a menina Power, que é bastante amiga dela, convenceu-a a ir viver na sua companhia, no rancho, depois das festas. Ela de princípio não queria, pois julga que o «sheriff» se entende com várias quadrilhas de pistoleiros, entre as quais não sei se encontra a tua, e também não pretendo que me digas. Ana receia que o «sheriff» lance essas quadrilhas contra o rancho da amiga, de maneira a arruiná-la, fazendo com que aquela regresse aos seus domínios. Snell não contara comigo, e teve a desgraça de tropeçar em mim. Agora está posto fora de combate durante algum tempo. Conquanto se encontre ferido, não deixará de levar avante os seus projetos, e, como não penso ficar de braços cruzados, apreciando corno atacam duas mulheres, gostaria de ver o meu trabalho facilitado sabendo que não te encontro pela frente.

Absorvido pelas suas explicações, Rob não notara a extrema palidez que revestia as feições simpáticas do bandido, até que, ao vê-lo terminar, olhou-o fixamente esperando a sua resposta, sem saber explicar a que atribuir a comoção que o enleava.

— Que fizeste a Clive? — a sua voz soava de maneira rouca, sem aquela alegria e despreocupação que tudo a caracterizavam.

— Alvejei-o duas vezes, partindo-lhe um braço e atravessando-lhe um ombro — respondeu o rapaz, pondo-se em guarda ante a estranha atitude do outro.

— Não lhe acertaste no coração ou na cabeça? —explodiu, violento. — Não aprendeste, ainda, que um animal perigoso se liquida no mesmo sítio em que se encontra. Ah! Vamos! — prosseguiu, desdenhoso, com um ricto de desprezo nas feições encrespadas — tiveste medo da estrela que ele traz ao peito!... És tão medroso como todos os outros que não se atrevem a opor-se a esse bandido, com receio das consequências. E por isso ele pode continuar a Importunar e a perseguir mulheres indefesas, debaixo da cobardia dos homens que as rodeiam, todos eles indignos de calçarem esporas incapazes de lhes darem a sua ajuda.

—Estranhas palavras na tua boca! — respondeu o texano, num tom frio e mordente. — Foi acaso um pesadelo meu aquela cena na estrada, ao ver-te, rodeado pela tua quadrilha de assassinos, crivares de balas os dois cocheiros, cujo crime foi atreverem-se a contrariar os teus desejos de pilhagem?... Terei sonhado, que pretendeste humilhar e ultrajar uma mulher que caíra, indefesa, nas tuas mãos? Não te ficam bem aqueles protestos, Sam. Não percas tempo a querer-me enganar com gestos de péssimo melodrama...

Sam Lou dobrou a cabeça, parecendo sumir-se em amargas recordações que duraram algum tempo, enquanto Rob o olhava, surpreendido daquela conduta, imprevista, pois, a seguir às suas acusações, esperava uma reação mais violenta.

— Rob, queres dizer-me porque não mataste o «sheriff», quando to enfrentaste com ele? — perguntou, depois de uma longa pausa.

— Foi a menina Power quem mo pediu, e a senhora Windson pô-lo como condição, para abandonar a gerência deste hotel e ir viver com ela.

— Já o calculava. Tu não és dos que receiam matar uma víbora, mesmo cheia de veneno... Verás, Rob, --continuou, mais calmo — vou dizer-te o que nunca pensei vir a dizer a nenhum homem, embora nem eu saiba porque vou fazê-lo: Há muitos anos que sou um proscrito; era quase um menino, quando tive de me lançar nesta vida, e se de alguma coisa me encontro aborrecido é só do sangue inocente que me vi obrigado a derramar em certas ocasiões. Há muitos anos, nem sei quantos, vivia feliz, na companhia de minha mãe e de minha irmã, num lugar distante. Trabalhava para elas, desde que faltou meu pai, e fazia-o com tal entusiasmo que, apesar da minha pouca idade, alcancei o lugar de capataz num belo rancho onde me tratavam com estima, e muito me consideravam. Tudo ia bem, até que o homem mais influente da pequena povoação em que vivíamos, apaixonou-se de minha irmãzinha Heltie. Desde aquele momento começou uma perseguição constante e impiedosa contra nós, pois, como o pretendente era casado, recusámos todas as suas propostas vindas com dádivas com que nos queria deslumbrar. Um dia ao regressar do trabalho, encontrei arrombada a porta da nossa casa, e, no chão, a minha irmã jazia morta. — Sam calou-se ao pronunciar tão trágica palavra, como se sentisse toldado pela comoção. Depois, já mais firme, continuou: — Não foi difícil compreender o que se passava. Durante algum tempo fiquei aturdido sem poder. raciocinar. Matei o canalha demasiado tarde para salvar a minha irmã, a qual se matou, antes de satisfazer os desejos hediondos da besta. Julguei que a minha ação seria compreendida e por todos aprovada, mas enganei-me. Foram os meus próprios amigos e companheiros de trabalho quem me perseguiram implacavelmente, para vingarem a morte do cacique, e ganharem, assim, as boas graças dos seus herdeiros. Tive de abalar tão precipitadamente, que nem sequer pude sepultar os meus entes queridos, e, durante vários dias cavalguei através das montanhas. Perdi o respeito pelo alheio e jurei vingar-me de todos os homens. Durante anos vagabundei sozinho, e, depois, foram-se juntando a mim outros desesperados, até chegar ao que eu sou. O ano passado vi a Ana pela primeira vez; acabava de ficar viúva e havia tal desespero no seu trágico semblante que comoveu a minha alma endurecida, despertando-me nobres instintos que eu julgava já mortos. Só então compreendi o meu erro, e, ao reconhecer que era demasiado tarde para o reparar, decidi continuar entre aqueles homens que já se haviam agrupado em meu redor, e aos quais não poderia trair, abandonando-os. Desde então, só matavam em raros momentos, e só para vencer alguma resistência que lhes faziam, como no caso da diligência. Se fingi reter a menina Power, foi porque os meus homens não a teriam deixado ir-se embora, levando o dinheiro que nós esperávamos. Não pretendo desculpar a minha vida. Os erros pagam-se, e mais tarde ou mais cedo, chegará o meu ajuste de contas, mas quero que compreendas, que gostes ou não, tens em mim um aliado que virá em tua ajuda tantas vezes quantas necessitas. Sou teu devedor, desde que chamaste a ti o encargo de defender a Ana.

— Enganas-te, Sam — protestou Rob, sentindo-se comovido. — Se lutei com Snell não foi para defender Ana, embora ao saber da perseguição que o «sheriff» lhe fazia, mais o desejasse matar. Tive uma pega com ele, ao descer da diligência, e deixei-o a dormir com um bom soco. Ao acordar do sono, pensou que não devia dormir tão profundamente, e convidou-me a sair quanto antes da cidade, ou, caso contrário, treinar-se-ia nas minhas costas, para o próximo concurso de tiro. Como por minha parte também penso concorrer, decidi que o exercício devia ser mútuo. E aí tens! Bem, não vamos discutir por isso, e creio que o melhor será mudarmos de conversa tornando à tua proposta, vamos dedicar-nos imediatamente a resolver o assunto da cama. Lá em baixo, no vestíbulo, há um excelente sofá.

Os dois homens saíram do quarto, como se fossem dois velhos amigos, e dispunham-se a descer as escadas quando apareceu Ketty Power, de uma escada oposta, situada no mesmo patamar. Dirigiu-se ao seu encontro, até que ela parou, confusa, ao reconhecer o homem que acompanhava Rob. Primeiro ficou espantada, e depois receosa, pensando que o bandido fora buscar o rapaz para dirimir a questão que haviam deixado pendente na estrada. Os dois homens tiraram rapidamente os chapéus, para a cumprimentar.

—Um prazer voltar a vê-la, menina Ketty! — saudou Lou, por fim, um tanto trocista, rompendo o silencio que se prolongava. — Pensava procurá-la para lhe apresentar os meus respeitos, pelo que bendigo este encontro que me permite pôr-me a seus pés.

— Não o faça — retorquiu ela, friamente, lutando por dominar a angústia que a afligia, ao pensar que Rob corria sério perigo. — Não o faça, porque o poderia pisar. Costumo esborrachar os répteis que se metem debaixo dos meus pés. Aonde vai? — prosseguiu, (dirigindo-se ao jovem gigante. — Gostaria que me acompanhasse até à praça do «rodeo». Pode fazê-lo?

—Sentir-me-ei muito honrado em poder acompanhá-la, e o mais feliz dos homens, também-- proferiu Rob. — Irei buscá-la depois de almoçar. Agora vou ajudar Sam a resolver um pequeno problema. As palavras tão calmamente pronunciadas pelo rapaz, caíram direitas no coração de Ketty, confirmando os seus receios, e só à custa de um extraordinário esforço pôde mostrar-se serena e fria, quando por dentro estremecia de horror.

— Tenho de fazer algumas compras, e custa-me andar sozinha nas ruas tão cheias de homens — insistiu Ketty, lutando desesperadamente por mantê-lo a seu lado, afastando-o do pistoleiro.

— Isto é maravilhoso! — riu o rapaz, sem reparar na inquietação de Ketty. — Estou a ver que hoje levantei-me do lado direito, e tudo me correrá bem. Treme, Sam, e despede-te dos teus melhores tesouros; serei mais rápido e certeiro que tu, vou vencer-te em toda a linha. — E dirigindo-se à rapariga: — Ketty, encontro-me às suas ordens, mas peço-lhe que espere um momento por mim, no seu quarto. O assunto que tenho a tratar com Sam, resolve-se em poucos minutos, e vou buscá-la em seguida.

— Pelo amor de Deus! — gritou, aflita, a belíssima rapariga incapaz de continuar serena. — Como podem ser tão insensíveis, para se irem matar com a mesma tranquilidade de quem vai para uma festa? Cruéis e sanguinários, só apreciam as brigas para se entregarem às mais duras violências. Oh! Como os odeio! Matem-se, vão para onde quiserem, e não tornem aqui!

Estremecia sob violentos soluços. Deu meia volta e afastou-se a correr, procurando esconder as lágrimas que lhe inundavam os olhos, até se fechar no seu quarto, atirando com a porta. Rob parecia haver-se transformado em pedra, enquanto a via afastar-se. Permanecia como cravado no chão, em tão grande expressão de espanto que Sam, compreendendo os receios de Ketty, não pôde calar algumas sonoras gargalhadas.

—Porque te vais? — perguntou o amigo, por fim, saindo lentamente do seu pasmo. — Compreendeste alguma coisa? Aonde foi ela buscar que nos vamos matar? Ou dissemos qualquer palavra que lho fizesse prever? Alegra-te, rapaz! — pôde articular Sam, ainda sufocado pelo riso. — A rapariga está louca por ti!

— Não digas asneiras! — protestou. — Ela apenas manifestou ódio pela nossa suposta luta, e nada mais.

— Para qualquer outro que não ande tão cego como tu, teria falado de maneira bastante clara! Agora, vamo-nos, pois ela já não quererá a tua companhia, visto não lhe teres dito que não íamos lutar! E se agora lhe contares a verdade, pior seria, pois julgava que havíamos troçado dela.

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