Harry Milton estava decidido a lutar abertamente contra Bipsho. Tinha de o provocar sem motivo justo, visto que não lhe era possível continuar a fingir que era Richard Graham: a farsa havia ficado a descoberto.
Não sabia como atuar, faltava-lhe um motivo justo para disparar o seu «Colt», pelo que se sentia desconcertado. Não era possível deixar-se levar pelos seus impulsos e começar sem mais nem menos uma luta a tiro. Toda a razão que estava do lado deles se perderia, pelo que os dois grupos se colocariam ao mesmo nível.
Tinha Linda Morgan em seu poder, pois compreendia que os seus sentimentos não eram bons e a sua presença em qualquer lugar só serviria para semear discórdias e ódios, mas repugnava-lhe a ideia de a matar e muito mais ainda o fazê-lo a sangue-frio. Sabia que ela não serviria de refém pois Bipsho não se importaria muito com a sua sorte. Ao seu espírito cruel não importava absolutamente nada que a sua cúmplice fosse morta. Harry também não sentia pena dela. Todavia, o seu cavalheirismo revoltava--se perante a violência para com uma mulher, apesar de reconhecer que se trataria de um ato de justiça.
Optou por pô-la em liberdade, mas de forma que não constituísse um obstáculo para eles.
Comunicou a sua decisão a Ruth, Simmons e Benne e estes concordaram.
Linda Morgan estava há cerca de quarenta e oito horas encerrada naquela miserável cabana. Maldissera-se mil vezes pela sua falta de habilidade, De maneira nenhuma teria imaginado que o audaz substituto de Richard Graham fosse capaz de a prender. Não receava pela sua vida, pois o seu inimigo não era daqueles homens que exercem violências sobre uma mulher, mas tinha a certeza de que os planos de Eddie Bipsho seriam desbaratados e isso constituiria um duro golpe para eles, pois significava perder uma imensa fortuna que estava ao alcance das suas mãos. Ficou surpreendida quando vira que o esbelto forasteiro se lançou em sua perseguição. Foi então que se apercebeu do seu erro, mas era tarde para o remediar. Estava exasperada e também receosa.
Não desconfiava do cavalheirismo do seu inimigo, mas sim que Bipsho fosse derrotado por completo. Não podia prever qual fosse o curso dos acontecimentos e, portanto, qual seria a sua sorte. Era este o problema que teria de enfrentar: a sede de vingança daqueles homens submetidos até então às exigências de um punhado de pistoleiros.
Tudo se podia esperar deles, inclusive que a linchassem, que lhe aplicassem a lei de Lynch. Não seria o primeiro caso naquelas paragens semisselvagens do Oeste. A indignação popular era muito para temer, o seu poder avassalador constituía a morte horrível de quem provoca o levantamento da multidão. Tratava-se de um feroz animal de cem cabeças, que não reparava no sexo da vitima.
Linda cravou o olhar na porta ao ouvir ranger a chave na fechadura. Desejava que fosse Harry Milton o seu visitante, pois desde que a deixara encerrada naquela cabana não o voltara a ver. A única visita que recebera fora a de um silencioso e hermético vaqueiro que se limitava a deixar-lhe comida. O seu instinto não a enganara; junto da porta apareceu a figura esbelta e varonil de Harry.
— Como está, Linda? — perguntou o jovem.
Esta, como única resposta, encolheu os ombros, desdenhosa. Harry avançou para Linda e, atrás dele, entraram na cabana Simmons e Benne.
— Vamos, pô-la em liberdade.
A artista não pôde reprimir um sorriso de triunfo que foi notado pelo jovem.
— Sim, está livre, mas aconselho-a a não regressar a Evil Town. Vamos tentar matar Eddie Bipsho e todos os que estiverem ao seu lado terão a mesma sorte.
O tom grave com que Harry pronunciou estas palavras impressionou-a.
— Que devo fazer? — perguntou Linda, atemorizada a seu pesar.
— Apanhar a diligência que parte de Rock High para. Phoenix, quanto antes.
— E o que possuo na povoação?
— Dê isso por perdido. A sua vida vale mais que um punhado de joias.
Linda Morgan meditou durante alguns instantes e compreendeu que o seu inimigo tinha razão; a situação era critica e o chumbo não tardaria a sulcar o espaço daquela povoação que até então estivera submetida à vontade de Bipsho. Poria ponto final àquela etapa da sua vida, conformando-se com perder a parte conquistada.
— Tenho medo de ir só para Rock High.
— Não se preocupe com isso, acompanhá-la-emos até a diligência partir.
— O senhor é muito amável.
— Esteja preparada para partir dentro de uma hora —foi a resposta lacónica que recebeu.
Harry Milton foi pontual e Linda saiu da cabana, pestanejando ao receber os raios do sol. Aspirou com deleite o ar puro e não hesitou em montar o cavalo que Harry lhe indicava. Denne juntou-se a eles e os três cavaleiros empreenderam o galope em direção a Rock High, entrando na povoação. Fizeram-no a tempo, pois cinco minutos depois partia a diligência levando Linda Morgan que agradeceu com lágrimas nos olhos as atenções que com ela tivera Harry Milton, aceitando a seu pesar os cem dólares que o jovem lhe entregou.
— Bem, Benne, já terminámos este aborrecido assunto.
— És admirável, Harry — comentou o jovem.
Não sabia como atuar, faltava-lhe um motivo justo para disparar o seu «Colt», pelo que se sentia desconcertado. Não era possível deixar-se levar pelos seus impulsos e começar sem mais nem menos uma luta a tiro. Toda a razão que estava do lado deles se perderia, pelo que os dois grupos se colocariam ao mesmo nível.
Tinha Linda Morgan em seu poder, pois compreendia que os seus sentimentos não eram bons e a sua presença em qualquer lugar só serviria para semear discórdias e ódios, mas repugnava-lhe a ideia de a matar e muito mais ainda o fazê-lo a sangue-frio. Sabia que ela não serviria de refém pois Bipsho não se importaria muito com a sua sorte. Ao seu espírito cruel não importava absolutamente nada que a sua cúmplice fosse morta. Harry também não sentia pena dela. Todavia, o seu cavalheirismo revoltava--se perante a violência para com uma mulher, apesar de reconhecer que se trataria de um ato de justiça.
Optou por pô-la em liberdade, mas de forma que não constituísse um obstáculo para eles.
Comunicou a sua decisão a Ruth, Simmons e Benne e estes concordaram.
Linda Morgan estava há cerca de quarenta e oito horas encerrada naquela miserável cabana. Maldissera-se mil vezes pela sua falta de habilidade, De maneira nenhuma teria imaginado que o audaz substituto de Richard Graham fosse capaz de a prender. Não receava pela sua vida, pois o seu inimigo não era daqueles homens que exercem violências sobre uma mulher, mas tinha a certeza de que os planos de Eddie Bipsho seriam desbaratados e isso constituiria um duro golpe para eles, pois significava perder uma imensa fortuna que estava ao alcance das suas mãos. Ficou surpreendida quando vira que o esbelto forasteiro se lançou em sua perseguição. Foi então que se apercebeu do seu erro, mas era tarde para o remediar. Estava exasperada e também receosa.
Não desconfiava do cavalheirismo do seu inimigo, mas sim que Bipsho fosse derrotado por completo. Não podia prever qual fosse o curso dos acontecimentos e, portanto, qual seria a sua sorte. Era este o problema que teria de enfrentar: a sede de vingança daqueles homens submetidos até então às exigências de um punhado de pistoleiros.
Tudo se podia esperar deles, inclusive que a linchassem, que lhe aplicassem a lei de Lynch. Não seria o primeiro caso naquelas paragens semisselvagens do Oeste. A indignação popular era muito para temer, o seu poder avassalador constituía a morte horrível de quem provoca o levantamento da multidão. Tratava-se de um feroz animal de cem cabeças, que não reparava no sexo da vitima.
Linda cravou o olhar na porta ao ouvir ranger a chave na fechadura. Desejava que fosse Harry Milton o seu visitante, pois desde que a deixara encerrada naquela cabana não o voltara a ver. A única visita que recebera fora a de um silencioso e hermético vaqueiro que se limitava a deixar-lhe comida. O seu instinto não a enganara; junto da porta apareceu a figura esbelta e varonil de Harry.
— Como está, Linda? — perguntou o jovem.
Esta, como única resposta, encolheu os ombros, desdenhosa. Harry avançou para Linda e, atrás dele, entraram na cabana Simmons e Benne.
— Vamos, pô-la em liberdade.
A artista não pôde reprimir um sorriso de triunfo que foi notado pelo jovem.
— Sim, está livre, mas aconselho-a a não regressar a Evil Town. Vamos tentar matar Eddie Bipsho e todos os que estiverem ao seu lado terão a mesma sorte.
O tom grave com que Harry pronunciou estas palavras impressionou-a.
— Que devo fazer? — perguntou Linda, atemorizada a seu pesar.
— Apanhar a diligência que parte de Rock High para. Phoenix, quanto antes.
— E o que possuo na povoação?
— Dê isso por perdido. A sua vida vale mais que um punhado de joias.
Linda Morgan meditou durante alguns instantes e compreendeu que o seu inimigo tinha razão; a situação era critica e o chumbo não tardaria a sulcar o espaço daquela povoação que até então estivera submetida à vontade de Bipsho. Poria ponto final àquela etapa da sua vida, conformando-se com perder a parte conquistada.
— Tenho medo de ir só para Rock High.
— Não se preocupe com isso, acompanhá-la-emos até a diligência partir.
— O senhor é muito amável.
— Esteja preparada para partir dentro de uma hora —foi a resposta lacónica que recebeu.
Harry Milton foi pontual e Linda saiu da cabana, pestanejando ao receber os raios do sol. Aspirou com deleite o ar puro e não hesitou em montar o cavalo que Harry lhe indicava. Denne juntou-se a eles e os três cavaleiros empreenderam o galope em direção a Rock High, entrando na povoação. Fizeram-no a tempo, pois cinco minutos depois partia a diligência levando Linda Morgan que agradeceu com lágrimas nos olhos as atenções que com ela tivera Harry Milton, aceitando a seu pesar os cem dólares que o jovem lhe entregou.
— Bem, Benne, já terminámos este aborrecido assunto.
— És admirável, Harry — comentou o jovem.
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