Harold havia-se instalado no andar mais alto do «Stanzer's». Três quartos contíguos constituíam os seus aposentos que eram, na cidade, os únicos daquele género.
Quando entrou no quarto, a primeira coisa que fez foi mirar-se ao espelho, para ver se o seu rosto tinha, ultimamente, sofrido qualquer alteração. Com alguma surpresa, verificou que tal não acontecera. Via diante dele uma face de traços acentuados, olhos azuis e fronte ampla.
Observava cuidadosamente a imagem da sua face. Nada havia mudado e, contudo, ele seria capaz de jurar que deveria ler-se algo de novo naquelas feições. «Algo»... que Harold não sabia definir lá muito bem...
Quando retirava o cinturão, bateram à porta, devagarinho.
—Entre — disse.
Voltou-se e viu Aline.
Tinha despido o traje de noite e vestira um ligeiro «robe de chambre» que não bastava para esconder as linhas perfeitas do seu corpo.
— Incomodo? — perguntou no limiar da porta. Harold não respondeu e ela entrou. Trazia um cigarro nos lábios e estendeu-os no gesto de quem pede lume. Harold deu-lho.
«Ghost» ficou pensativo durante uns momentos.
—O chefe quer falar consigo... Mas não agora. Logo à noite... –
Deu meia volta e dirigiu-se para a porta. No limiar desta virou-se e disse:
— Menina Narrnan, creio não ser necessário que venha tratá-lo das arranhaduras, sempre que ele tape com um chaparro venenoso.
E saiu. Harold desatou a rir, mas a jovem manteve-se séria.
— Tens medo deste «espectro»? — perguntou Harold.
-- Como é a a filha do outro «mister» Stanzer? — indagou Aline mirando-o de soslaio. — Sim, vi-a umas duas vezes. É uma menina, não é verdade? Porque abandonaste o rancho? Penso que, para ti, não seria difícil chegar à bolsa do pai, passando pela…
—Cala-te, Aline!
—Não quero! — E nos olhos dela ia surgindo um sombrio resplendor.
Harold, em duas passadas, colocou-se ao lado (Ia bailarina.
— Não continues a falar dessa maneira. É um conselho...
— Tenho esse direito — respondeu Aline, desafiante. — Será que... ela não te agradava o suficiente? É isso, Harold Rodney? Acaso achaste mais apetecível... Stanzerville... e eu?
Harold voltou a rir-se e nas faces da rapariga apareceu uma mancha escarlate. A bailarina pegou, então, num castiçal de bronze e ergueu-o acima da cabeça.
Rodney susteve-lhe o braço no ar e o gesto perdeu toda a sua força.
— Não quero que me raches a cabeça... apesar de tudo — disse. — Vamos, compõe esse «robe».
«Ghost» ou outro tipo podem aparecer de um momento para o outro... e que pensariam? A resposta da jovem desorientou-o.
— Amo-te, Harold... Largou-a, deveras surpreendido.
Então, com grande espanto de Harold, ela deu meia volta e saiu da quarto, quase a correr.
— Com mil diabos! — exclamou Rodney.
Quando entrou no quarto, a primeira coisa que fez foi mirar-se ao espelho, para ver se o seu rosto tinha, ultimamente, sofrido qualquer alteração. Com alguma surpresa, verificou que tal não acontecera. Via diante dele uma face de traços acentuados, olhos azuis e fronte ampla.
Observava cuidadosamente a imagem da sua face. Nada havia mudado e, contudo, ele seria capaz de jurar que deveria ler-se algo de novo naquelas feições. «Algo»... que Harold não sabia definir lá muito bem...
Quando retirava o cinturão, bateram à porta, devagarinho.
—Entre — disse.
Voltou-se e viu Aline.
Tinha despido o traje de noite e vestira um ligeiro «robe de chambre» que não bastava para esconder as linhas perfeitas do seu corpo.
— Incomodo? — perguntou no limiar da porta. Harold não respondeu e ela entrou. Trazia um cigarro nos lábios e estendeu-os no gesto de quem pede lume. Harold deu-lho.
«Ghost» ficou pensativo durante uns momentos.
—O chefe quer falar consigo... Mas não agora. Logo à noite... –
Deu meia volta e dirigiu-se para a porta. No limiar desta virou-se e disse:
— Menina Narrnan, creio não ser necessário que venha tratá-lo das arranhaduras, sempre que ele tape com um chaparro venenoso.
E saiu. Harold desatou a rir, mas a jovem manteve-se séria.
— Tens medo deste «espectro»? — perguntou Harold.
-- Como é a a filha do outro «mister» Stanzer? — indagou Aline mirando-o de soslaio. — Sim, vi-a umas duas vezes. É uma menina, não é verdade? Porque abandonaste o rancho? Penso que, para ti, não seria difícil chegar à bolsa do pai, passando pela…
—Cala-te, Aline!
—Não quero! — E nos olhos dela ia surgindo um sombrio resplendor.
Harold, em duas passadas, colocou-se ao lado (Ia bailarina.
— Não continues a falar dessa maneira. É um conselho...
— Tenho esse direito — respondeu Aline, desafiante. — Será que... ela não te agradava o suficiente? É isso, Harold Rodney? Acaso achaste mais apetecível... Stanzerville... e eu?
Harold voltou a rir-se e nas faces da rapariga apareceu uma mancha escarlate. A bailarina pegou, então, num castiçal de bronze e ergueu-o acima da cabeça.
Rodney susteve-lhe o braço no ar e o gesto perdeu toda a sua força.
— Não quero que me raches a cabeça... apesar de tudo — disse. — Vamos, compõe esse «robe».
«Ghost» ou outro tipo podem aparecer de um momento para o outro... e que pensariam? A resposta da jovem desorientou-o.
— Amo-te, Harold... Largou-a, deveras surpreendido.
Então, com grande espanto de Harold, ela deu meia volta e saiu da quarto, quase a correr.
— Com mil diabos! — exclamou Rodney.
Sem comentários:
Enviar um comentário