Harry vencera a primeira escaramuça, mas isto, na realidade, não tinha nenhum significado, além de não ser atacado com facilidade, pois os seus inimigos já o temeriam. O momento cruciante seria quando enfrentasse Eddie Bipsho; não duvidava de que se iniciaria uma luta cruenta entre eles, e antes que esta se produzisse dose java tomar algumas posições que diminuíssem a vantagem dos seus inimigos.
Agora os seus inimigos já sabiam que ele não era indolente rapaz que não se importava absolutamente nada com o que pudesse acontecer em Evil Town e no seu próprio rancho, mas sim um homem rápido, um lutador temível que não hesitava em fazer frente aos seus inimigos, embora estes fossem superiores em número.
De súbito deteve o seu cavalo; acabava de ouvir o nome de Richard e não teve dúvidas de que o chamavam. O seu olhar pousou numa jovem que vestia um simples, mas elegante vestido. Harry pestanejou deslumbrado.
A sua beleza ultrapassava muitíssimo os elogios que Frankie Simmons lhe fizera ao descrevê-la, e isso apesar de o capataz não ter sido nada parco nos seus elogios.
O intenso olhar em que o envolviam aquelas formosas pupilas azuis desconcertou-o. Tratava-se de Eleonor Horner, a ex-noiva de Richard Graham. Aquele encontro não havia entrado nos seus cálculos daquele dia, pelo que ficou aturdido. Recuperou imediatamente a serenidade. Saltou do cavalo e ficou em frente da jovem.
— Bons dias, Eleonor, há muito tempo que não te via.
— Sim, há muito tempo e a verdade é que não me importa — respondeu a jovem desdenhosamente,
Harry tirara o chapéu e dava-lhe voltas nas mãos. Não sabia como atuar, as relações entre Richard e aquela jovem haviam ficado interrompidas pela incorreta conduta do irmão de Ruth Graham. Eleonor era orgulhosa, demonstravam-no as palavras que acabava de proferir, de modo que não compreendia o motivo que a levara a chamá-lo e na sua voz julgara notar um tom de ansiedade. Decidiu apelar para a sua audácia.
— Então por que me chamaste?
O rosto de Eleonor empalideceu.
—És um insolente.
— E tu muito bonita.
— Não consinto que troces de mim, Richard.
— Nunca o fiz, Eleonor, tu bem sabes, nunca me atreveria, és a pessoa que mais amo.
Harry ficou surpreendido com o que acabava de dizer. Como se atrevia a falar daquela forma à formosa jovem que estava trémula diante dele? Não o sabia, mas fora devido talvez a qualquer coisa de mais poderoso que a sua vontade, sentia-se capaz de todos os sacrifícios para lhe arrancar um sorriso, ou que aqueles formosos olhos o fixassem com ternura e tudo o que conseguira fora fazê-la empalidecer.
Acabava de cometer uma patifaria, bem digna das que cometia Richard Graham de forma inconsciente. Notou uma lágrima trémula nas pupilas azuis e admirou a forte vontade da jovem ao fazê-la desaparecer; tudo foi questão de um instante e até chegou a duvidar de que tivesse divisado aquela lágrima furtiva.
— Não tens o direito de me falar assim.
— Tenho, Eleonor e tê-lo-ei até que um de nós deixe de existir.
— Portaste-te muito mal, Richard. — A voz de Eleonor estava impregnada de tristeza.
— Eu sei, e gostaria que alguma vez pudesses esquecer.
E Harry ergueu a mão direita e acariciou a face lisa da jovem, que estremeceu ao seu contacto. Depois introduziu os dedos na cabeleira loura.
— Está quieto, Richard, podem ver-nos.
— Não tens o direito de me falar assim.
— Continuas a ser odioso.
Eleonor ia dar meia volta, mas foi detida pela mão firme dele, que lhe agarrou o braço com força.
— Ainda não me disseste, o motivo por que me chamaste.
A expressão de Eleonor suavizou-se.
— Tem cuidado, Richard. Sai da povoação, a tua vida corre perigo.
— E, segundo parece, isso inquieta-te.
— Não sejas cruel.
— Alegra-me poder comprová-lo. Não partirei, não quero continuar a cometer os numerosos erros destes últimos anos. Cumprirei o meu dever apesar de todos os riscos que tenha de afrontar.
Eleanor olhava-o, subjugada.
— Não sei porquê, mas vejo-te muito diferente, como se fosses outro.
Harry estremeceu. Talvez tivesse ido muito longe na sua audácia e ele próprio se tivesse denunciado. Recordou ter ouvido dizer que uma mulher enamorada é muito perspicaz.
— Gostas mais de mim assim? — perguntou ironicamente.
A jovem assentiu sem se aperceber, mas refazendo-se, respondeu:
—És odioso.
Harry inclinou-se e beijou com suavidade os lábios vermelhos.
— Não te zangues comigo, Eleonor.
E, com um salto ágil montou o seu cavalo, afastando--se sem voltar a cabeça.
— Se voltas a fazê-lo...
E Eleonor deteve-se, ao mesmo tempo que desaparecia toda a sua indignação. O seu rosto estava avermelhado. Olhou em todas as direções para verificar se a inesperada conduta de Richard fora observada e tranquilizou-se ao ver que não era objeto da atenção das escassas pessoas que andavam pela rua poeirenta. Sim, Richard Graham pareceu-lhe muito diferente daquele que sempre conhecera. Notava nele uma maior desenvoltura e uma expressão de rosto mais firme.
A prova da sua maior decisão estava em que até então nunca se atrevera a beijá-la e agora acabava de o fazer em plena rua, sem recear que ela se zangasse. Sorriu, sem saber o motivo por que voltava a confiar naquele homem a quem amava desde criança e que depois demonstrara não ser digno do seu amor.
Agora os seus inimigos já sabiam que ele não era indolente rapaz que não se importava absolutamente nada com o que pudesse acontecer em Evil Town e no seu próprio rancho, mas sim um homem rápido, um lutador temível que não hesitava em fazer frente aos seus inimigos, embora estes fossem superiores em número.
De súbito deteve o seu cavalo; acabava de ouvir o nome de Richard e não teve dúvidas de que o chamavam. O seu olhar pousou numa jovem que vestia um simples, mas elegante vestido. Harry pestanejou deslumbrado.
A sua beleza ultrapassava muitíssimo os elogios que Frankie Simmons lhe fizera ao descrevê-la, e isso apesar de o capataz não ter sido nada parco nos seus elogios.
O intenso olhar em que o envolviam aquelas formosas pupilas azuis desconcertou-o. Tratava-se de Eleonor Horner, a ex-noiva de Richard Graham. Aquele encontro não havia entrado nos seus cálculos daquele dia, pelo que ficou aturdido. Recuperou imediatamente a serenidade. Saltou do cavalo e ficou em frente da jovem.
— Bons dias, Eleonor, há muito tempo que não te via.
— Sim, há muito tempo e a verdade é que não me importa — respondeu a jovem desdenhosamente,
Harry tirara o chapéu e dava-lhe voltas nas mãos. Não sabia como atuar, as relações entre Richard e aquela jovem haviam ficado interrompidas pela incorreta conduta do irmão de Ruth Graham. Eleonor era orgulhosa, demonstravam-no as palavras que acabava de proferir, de modo que não compreendia o motivo que a levara a chamá-lo e na sua voz julgara notar um tom de ansiedade. Decidiu apelar para a sua audácia.
— Então por que me chamaste?
O rosto de Eleonor empalideceu.
—És um insolente.
— E tu muito bonita.
— Não consinto que troces de mim, Richard.
— Nunca o fiz, Eleonor, tu bem sabes, nunca me atreveria, és a pessoa que mais amo.
Harry ficou surpreendido com o que acabava de dizer. Como se atrevia a falar daquela forma à formosa jovem que estava trémula diante dele? Não o sabia, mas fora devido talvez a qualquer coisa de mais poderoso que a sua vontade, sentia-se capaz de todos os sacrifícios para lhe arrancar um sorriso, ou que aqueles formosos olhos o fixassem com ternura e tudo o que conseguira fora fazê-la empalidecer.
Acabava de cometer uma patifaria, bem digna das que cometia Richard Graham de forma inconsciente. Notou uma lágrima trémula nas pupilas azuis e admirou a forte vontade da jovem ao fazê-la desaparecer; tudo foi questão de um instante e até chegou a duvidar de que tivesse divisado aquela lágrima furtiva.
— Não tens o direito de me falar assim.
— Tenho, Eleonor e tê-lo-ei até que um de nós deixe de existir.
— Portaste-te muito mal, Richard. — A voz de Eleonor estava impregnada de tristeza.
— Eu sei, e gostaria que alguma vez pudesses esquecer.
E Harry ergueu a mão direita e acariciou a face lisa da jovem, que estremeceu ao seu contacto. Depois introduziu os dedos na cabeleira loura.
— Está quieto, Richard, podem ver-nos.
— Não tens o direito de me falar assim.
— Continuas a ser odioso.
Eleonor ia dar meia volta, mas foi detida pela mão firme dele, que lhe agarrou o braço com força.
— Ainda não me disseste, o motivo por que me chamaste.
A expressão de Eleonor suavizou-se.
— Tem cuidado, Richard. Sai da povoação, a tua vida corre perigo.
— E, segundo parece, isso inquieta-te.
— Não sejas cruel.
— Alegra-me poder comprová-lo. Não partirei, não quero continuar a cometer os numerosos erros destes últimos anos. Cumprirei o meu dever apesar de todos os riscos que tenha de afrontar.
Eleanor olhava-o, subjugada.
— Não sei porquê, mas vejo-te muito diferente, como se fosses outro.
Harry estremeceu. Talvez tivesse ido muito longe na sua audácia e ele próprio se tivesse denunciado. Recordou ter ouvido dizer que uma mulher enamorada é muito perspicaz.
— Gostas mais de mim assim? — perguntou ironicamente.
A jovem assentiu sem se aperceber, mas refazendo-se, respondeu:
—És odioso.
Harry inclinou-se e beijou com suavidade os lábios vermelhos.
— Não te zangues comigo, Eleonor.
E, com um salto ágil montou o seu cavalo, afastando--se sem voltar a cabeça.
— Se voltas a fazê-lo...
E Eleonor deteve-se, ao mesmo tempo que desaparecia toda a sua indignação. O seu rosto estava avermelhado. Olhou em todas as direções para verificar se a inesperada conduta de Richard fora observada e tranquilizou-se ao ver que não era objeto da atenção das escassas pessoas que andavam pela rua poeirenta. Sim, Richard Graham pareceu-lhe muito diferente daquele que sempre conhecera. Notava nele uma maior desenvoltura e uma expressão de rosto mais firme.
A prova da sua maior decisão estava em que até então nunca se atrevera a beijá-la e agora acabava de o fazer em plena rua, sem recear que ela se zangasse. Sorriu, sem saber o motivo por que voltava a confiar naquele homem a quem amava desde criança e que depois demonstrara não ser digno do seu amor.
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