O galope dos cavalos obrigou Mildred a voltar a cabeça. E viu como os seus indesejáveis «amigos» fugiam a toda a velocidade, deixando-a entregue aos índios.
De momento ficou aturdida. Não podia compreender como havia homens capazes de semelhante ação, sobretudo quando se afirmavam tão amigos de Digby, o seu pai adotivo.
Mas logo em seguida compreendeu o perigo em que se encontrava. Estava ali sozinha e os indios iriam prendê-la. A única solução era defender-se e fugir por entre os matagais, para evitar os tiros dos pele-vermelhas.
Era inútil dirigir-se para o cavalo porque, certamente, os índios, já de sobreaviso, não lho permitiriam. Já tinham dado conta da fuga dos seus companheiros e não queriam que aquela última presa se lhes escapasse.
Conseguiu internar-se na espessura e continuou a correr, ouvindo como o alarido dos índios se elevava nas suas costas.
Como tinham percebido que se tratava de uma mulher, os selvagens não disparavam mas perseguiam-na com fúria.
De súbito, três índios cortaram-lhe o passo, como se tivessem saído debaixo do chão. A rapariga premiu o gatilho mas o percutor golpeou o vácuo.
Desesperada, ao dar conta que a arma estava sem utilidade, empunhou-a pelo cano, ergueu-a no ar e descarregou-a com força sobre os índios.
Um deles caiu, atingido na cabeça. Mas o outro conseguiu enlaçá-la pela cintura e atirá-la ao chão.
Depois sorriu e murmurou, com voz rouca:
- «Squaw», ela não ter medo. Índio gostar…
Imobilizada, a rapariga viu, com horror, que mais pele-vermelhas se dirigiam para ela.
(Coleção Búfalo, nº 67)
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