segunda-feira, 14 de abril de 2014

BUF070. Um demónio no coração


(Coleção Búfalo, nº 70)
 
 
 
Este livro de A.G.Murphy promete muito, mas fica muito longe de outros que já referenciámos. Primeiro, é a confusão no grau de parentesco ou ausência dele entre Eva e James: inicialmente, tratava-o por irmão, depois era noiva; claro que isto era possível dado que James era filho da madrasta de Eva, mas gera confusão já que o texto não deixava prever esta «evolução». Depois, é a facilidade com que o autor põe pessoas que fazem parte da melhor sociedade de Austin, um dos quais ex-candidato a governador, na pele de gente que, às claras, comete ou manda cometer os maiores crimes e continua a ser aceite na elite da sociedade.
Tirando esses pormenores, a história é engraçada e lê-se bem até ao fim. O governador do Texas foi assassinado e o seu sucessor faz-se proteger por um irmão que é capitão na polícia rural e dispara bem que se farta, sem revelar o seu grau de parentesco. Roy, irmão do governador, tem uma entrada teatral na diligência que o conduzirá a Austin e aí trava conhecimento com Eva, ficando apaixonados, depois de dar uma lição a uns mexicanos que procuravam abusar da rapariga.
Na chegada a Austin começa a desenhar-se o conflito entre Roy e o noivo de Eva que, naturalmente, não gostou nada de os ver a arrulhar. A mãe deste, madrasta de Eva, vem a revelar-se como alguém que tem o demónio no coração e entre os seus trabalhadores conta com o mexicano Manuel «Cuco», apaixonado por ela, a quem incube das maiores patifarias. «Cuco» obedece-lhe docilmente, na esperança de ela lhe corresponder e, por outro lado, está ligado a uma personagem na origem do assassinato do governador.
Assim, na sua atuação, Roy consegue o «dois em um»: afasta o pseudo noivo da rapariga e a malvada  mãe deste e neutraliza a quadrilha que procura influir na nomeação do governador com o objetivo de levar este a ter determinada política.
 

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